Indócil

Eu, alma ferida em redemoinho,

Existência em caos e pudor,

Refazendo a história num pergaminho,

Sofrendo as angústias do amor.

 

Profundamente amarga em minha brandura,

Este ambiente causando-me náuseas,

Veias dilatadas a procura da cura,

Células esvaecendo ao furto da calma.

 

Medicação que a muitos regenera, eu repudio,

Não acredito em benefício planejado,

Existem dores tatuadas em prelúdio,

Em sintonia com o universo blasfemado.

 

Bendita catatonia que me priva,

E me liberta nos minutos de quimera,

E num delírio passageiro me esquivo

Na imensidão desta existência que lacera.

Sandra Medina de Souza

Votos 0
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Lindo poema...um delirio passageiro

    nesta existência que lacera

    Parabens

    FC

  • 3614823?profile=original

  • Estou arrebatado com o seu texto, amei tudo cada linha versada. Felicitações! Estou te esperando na entrevista com a poetisa Danusa!

    • Gratidão, Sam! Já visitei e apreciei a bela entrevista...
      Gostei muito!!!
  • Uma existência que lacera sem poder esquivar-la.

     Ficamos, sim, caisi em catatonia quando a dor supera todo límite imaginado.

     Mas uma vez que tomamos o controle, e perdemos o temor, confiamos em Deus e em nós, tudo volta pouco a pouco a renovar-se. 

     Umas belíssimas e mais que boas metáforas, num mais que bom e belíssimo poema, duro e triste demais, que faz sangrar a alma .

     A seus pés com reverências, minha querida e admirada Sandra.

     Parabéns

     Beijos

    .3614674?profile=original

    3614696?profile=original

     

    • Gratidão, doce Nieves! Beijinhos minha querida!
  • Acho um ato de grandeza quando a tristeza do poeta explode assim, em belíssimos versos que nos emociona até a alma.  Tristemente espetacular, Sandra! Bjs

This reply was deleted.
CPP