Cimentei com prantos
cada lágrima que caiu
enquanto o mar salgou cada palavra
que desnudo em oração
Foram lágrimas que deixei
no cadastro do tempo perpetuado
neste poema qual súplica ou conspiração
Chora a alma vazia, carente de ti
espelhando o gesto entusiasmado
que trazes no canto do olhar
esburacando o silêncio que pranteia
no brando e vago pestanejar do tempo perdido
engolindo a hostil hora morrendo consumada
Ó exuberante lágrima que o meu dorso
perfumas, transborda toda em mim
essa dor que humedece minha tristeza
Aquieta-me este pranto ensurdecedor
revela-me o odre onde guardarei o suspiro
vagido…um lamento embriagado qual
silêncio que devoro neste reportório de
palavras, gestos e queixumes compilados
insurrectos e quase arguidos
Lacrimosa assim vandalizei teu pranto
Embalsamei cada lágrima irrompendo
na grisalha noite poética onde pressinto
só mesmo o arrepio patético do teu ser
por instinto penetrando-me sem alaridos
a cada momento inviolável astuto e dolorido
Frederico de Castro
Comentários
Um vazio que chora, vem de lá aqueles ventos que nos tocam, uma direção que toma minha emoção, grita pelo amor o meu triste coração.
O amor é belo mas em momentos deixa nossas almas a gritar a dor
Tua poesia é dotada de vida e movimento. As palavras dançam diante de nossos olhos criando imagens que traduzem tudo aquilo que escreves. Belíssimo! Bjs
Cara amiga Marso grato pela linda mensagem
Bem hajas
FC
Seus textos cada vez mais concours! Fica cada vez mais difícil tecer meu comentário. Deixar admirações e o parabenizar é pouco demais, me perdoe quando eu encontrar a palavra certa que faça jus ao seu texto voltarei. Por enquanto fique com o meu contentamento do começo ao fim na leitura.
Amigo Sam basta sua visita em minha página e seus comentários
para que me sinta feliz e continue nesta casa da poesia
Abraço
FC
Obrigado caro poeta e amigo pela mensagem
Abraço
FC