Meia felicidade ,meia alegria
meia hora,meia tristeza
meia dúzia de mentiras
e tão pouco uma mão cheia de verdades
perdendo-se tudo num cálice de existências
no meio de nada
- O rascunho da vida está
sem mais identidade…é tudo ou nada
numa breve imagem permeável
premiando cada ser
numa vitória desesperada
por um pódio erguido com pouca
autenticidade
- Somos só às vezes
tão absolutos, inteiros e indubitáveis
legitimando qualquer parecer leal
onde algemamos nossas adversidades
- Assim como aprendi a lapidar
a pedra bruta da vida
e retirar da mesma
a excelência desta fé tão essencial
assim me motivo, endurecido e
acorrentado a todas as prioridades
vencendo cada obstáculo martelado
na ortografia da alma
quando por fim me entusiasmo
e deixo num cálice de alento,
minhas emoções embebedarem-se
vorazmente
entregues à solidão do tempo
que nos engole desesperadamente
- Não vou mais fugir das miragens
desta vida decadente
nem desembaraçar-me do véu
desta noite dissidente
vou somente autenticar de vida
este poema renascido sem cláusulas
prescrições ou dogmas que nunca imaginei
até que a morte nos separe
como manda a lei
Frederico de Castro
Comentários
Belo, Frederico, a vereda dói e não é bonita, nada é melhor que deitar com a consciência em paz.
Casar com um poema como este, eu também me arriscaria. Excelente! Bjs
Muito real, forte, duro demais.
Muito bom dentro de sua agonía com a esperança sempre num filo ao fim...
Senti toda esa dor na pele da alma tal vez porque comprendo do que fala.
Meia felicidade ,meia alegria
meia hora,meia tristeza
meia dúzia de mentiras
e tão pouco uma mão cheia de verdades
perdendo-se tudo num cálice de existências
no meio de nada
Somos só às vezes
tão absolutos, inteiros e indubitáveis
legitimando qualquer parecer leal
onde algemamos nossas adversidades
Beijos