Na solidão destes dias sombrios
Procuro a razão fixada em meu ser
Questiono a falta do meu bem querer
Encontro, afinal, um terreno vazio.
Nessa sofreguidão entre as displasias
Onde a vida acontece em meio a ilusões
Descarrego as dores numa transfusão
Na sintonia imanente entre arritmias.
Sensação de alforria na luz do luar
Coração naufragado se põe a cantar
Um hino à dor que se faz permanente.
Represento, no ardor dos meus anseios
A cética loucura a qual eu creio
Combatendo os fantasmas e seus componentes.
Sandra Medina de Souza
Comentários
Doi demais.
É como reviver o que já pasei também.
Um outro grande, forte e bom soneto, querida Sandra.-
Mas sabe qué, amada?
Nunca esqueça que é melhor sozinha que mal acompanhada...
Chega um momento em que a dor é maior que qualquer outro sentimento.
E por pura sobrevivencia, deixamos de sentir essa dor também.
Ainda morran os sentimentos com ela...
Tudo tem um grande custo.
Nunca seremos as mesmas.
Nunca.
Deixa profundas marcas.
Parabéns.
Beijos
Amei seu poema! Atrevi-me a fazer um dueto. Se você não gostar, delete. Bjs
BRAVO PELO MAGNIFICO DUETO!!!!
Mergulho.
Quando mergulho na minha solidão
Enfrento a dor que, em mim, se aninha,
Qualificando-se como única emoção
Pretensiosa se dizendo minha.
Diz-me baixinho que eu não tenho
Outra saída pra sobreviver.
Faz-se amiga e seu desempenho
É simplesmente pra me ver sofrer.
E mergulhada nesta dor insana
Que se impõe a mim e se irmana
Como se fosse minha única saída.
E como é louca, surda e cega
Ela não ver que arrasta, que carrega
Um corpo exaurido já sem vida.
Marsoalex - 21/07/2016
Parabéns, Sandra, tenho lido lindos sonetos de tua lavra. Parabéns!