Mergulho

Na solidão destes dias sombrios

Procuro a razão fixada em meu ser

Questiono a falta do meu bem querer

Encontro, afinal, um terreno vazio.

 

Nessa sofreguidão entre as displasias

Onde a vida acontece em meio a ilusões

Descarrego as dores numa transfusão

Na sintonia imanente entre arritmias.

 

Sensação de alforria na luz do luar

Coração naufragado se põe a cantar

Um hino à dor que se faz permanente.

 

Represento, no ardor dos meus anseios

A cética loucura a qual eu creio

Combatendo os fantasmas e seus componentes.

Sandra Medina de Souza

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Comentários

  • Doi demais.

     É como reviver o que já pasei também.

     Um outro grande, forte e bom soneto, querida Sandra.-

     Mas sabe qué, amada?

     Nunca esqueça que é melhor sozinha que mal acompanhada...

     Chega um momento em que a dor é maior que qualquer outro sentimento.

     E por pura sobrevivencia, deixamos de sentir essa dor também.

     Ainda morran os sentimentos com ela...

     Tudo tem um grande custo.

     Nunca seremos as mesmas.

     Nunca.

     Deixa profundas marcas.

    Parabéns.

     Beijos

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  • Amei seu poema! Atrevi-me a fazer um dueto. Se você não gostar, delete. Bjs

    • Marso querida, eu super ameiiiii!!!! Gratidão! Ficou belíssimo! Mais uma vez agradecida! Bjs
  • 3627521?profile=RESIZE_1024x1024

  • 3627613?profile=RESIZE_1024x1024

  • Mergulho.

    Quando mergulho na minha solidão
    Enfrento a dor que, em mim, se aninha,
    Qualificando-se como única emoção
    Pretensiosa se dizendo minha.

    Diz-me baixinho que eu não tenho
    Outra saída pra sobreviver.
    Faz-se amiga e seu desempenho
    É simplesmente pra me ver sofrer.

    E mergulhada nesta dor insana
    Que se impõe a mim e se irmana
    Como se fosse minha única saída.

    E como é louca, surda e cega
    Ela não ver que arrasta, que carrega
    Um corpo exaurido já sem vida.

    Marsoalex - 21/07/2016

  • Parabéns, Sandra, tenho lido lindos sonetos de tua lavra. Parabéns!

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