Quão duro é, ficar relembrando páginas do passado

Aquelas que marcaram e marcam vidas para sempre

Sonhos inacabados, esquecidos debaixo do travesseiro

Escondidos através das lágrimas que os levaram.

Passado cheio de mágoas e tristezas

Saídas do âmago daquele que foi escravo de tudo

Escravo até de sua própria sorte

Pois muitas vezes, perguntou-se:

- Porque eu?

O tronco que tirava de si, sua dignidade

O açoite que além de cortar seu corpo, cortava também sua alma

- Porque eu?

Não havia resposta e sim somente o barulho da chibata.

Arrastado para a Senzala, havia sempre uma Mãe Preta

Que lhe curava as feridas

Mas a dor, esta... ninguém nunca tirou e permanece até hoje

No coração de seus descendentes, pois tal e qual a mesma chibata

O mesmo tronco encontra no olhar, atitude, palavra e desamor

De seu próximo...de seu próximo....de seu próximo.

Quando irá virar essa página para as etnias diferentes?

Diferentes.... no olhar de alguns

De seu próximo, de seu próximo, de seu próximo....

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Veraiz Souza - Pai -

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Comentários

  • 3645685?profile=original

  • Veraiz, estamos em 17, num mês especial para um tipo de conscientização e você abraçou a causa com força e emoção: a primeira para fazer ecoar o seu protesto, a segunda para se solidarizar com tantos que carregam nos ombros novas marcas de outros tipos mais sutis de pelourinhos. O resultado é seu texto forte e emocionante! Novembro é uma marca didática - a conscientização tem de ser constante, mas seus versos não obedecerão calendários: em qualquer mês, durante a leitura, eles ecoarão seu protesto que é também um apelo justo, justíssimo! É texto de resistência!

    • Sim professor e poeta de alto nível.

      Grata por me acompanhar nessa Série de Poemas Negros. Quis dar meu grito de alerta, e ser ouvida pelo menos nessa época.

      Mas a história está aí, certa ou errada a grande maioria aprendeu ou pelo menos ouviu nos bancos escolares.

      Mudou para melhor muita coisa, mas falta muito ainda.

      Outras pessoas há algum tempo, ou de tempos em tempos querem dar ..." gritos de liberdade"....mas a luta é árdua, e as barreiras são muitas. Assim, silenciam-se até aparecerem outras pessoas, outros grupos.....outros chamamentos.

      E assim vai indo a nossa história, a qual eu faço a minha parte e ensinei filhos e alunos a fazerem a parte deles. Muitos tomaram para si os ensinamentos e lutam para seu lugar ao Sol, graças a Deus.

      Continuarei com meus poemas, tentando levar minha mensagem a todos que se interessarem, esperando ter dado algo de positivo a alguém.

      Grata pelas palavras de força sempre e o carinho pelos meus escritos.

      Abçs poéticos de Veraiz Souza

  • A escravidão surge quando civilizações diferentes começam a guerrear com outras. Isto tem um nome, somente, disputa de poder. Quem perdia esta sob o dominio do vencedor e, portanto, sujeito aos seus mais nefastos desejos.

    Parabéns pela tua série de poemas de conscientização.

    • Verdade Edith, essa guerra está fadada a não terminar. Quando não é com um povo é com outro.

      Pensemos no que estamos vivendo atualmente. Dá vontade de  chorar também, quando vejo mães com crianças, de todos os tamanhos, andando com uma trouxa, sem er onde ficar, ninguém, nenhum país quer dar guarida porque é de um ou outro país que está em guerra. São os refugiados....

      Tema para livros e livros...e uns bons tempos de conversa.

      Grata por me visitar nesta Série de Poemas e deixar aqui o seu comentário e carinho. Com vê, poucos abraçam essa causa.

      Abçs poéticos de Veraiz Souza

  • O poeta assim como transfere para os versos a sua alegria, a sua tristeza, o seu amor, da mesma forma, ele deve gritar sua revolta diante das injustiças que assolam o mundo. É dever do poeta denunciar e denunciar sempre. Parabéns, Veraiz! bjs

    • Grata Marsoalex pela  visita e comentário ao meu poema.

      Todos dessa Casa de Poetas são importantes para mim,  portanto abraços suas palavras com carinho e a de todos que aqui deixaram uma mensagem.

      Abçs de gratidão de Veraiz Souza

  • Parabéns pelo tema. Nunca vi tanta coisa linda num só lugar. Saiba que você nos deixa uma autêntica obra prima.

    Precisamos desses bons empreendedores como você no campo da nossa literatura, que é tão ridicularizada com inalterabilidade diária!

    • Grata SAM MORENO pela visita e comentário.

      Ás vezes me  desanimo. E penso que meu grito não alcança as pessoas que deveria alcançar.

      Em outras páginas que participo, não encontro  a acolhida que encontro aqui nessa Casa dos Poetas. Fico falando e escrevendo ao vento.

       As pessoas estão alheias ao que está acontecendo ao seu redor e ao redor do mundo. Tudo está indo para o caos, e vemos onde quer que vamos, pessoas aos celulares, rindo sozinhas olhando interminavelmente para aquela telinha, e o mundo desabando ao seu redor.

      Nós poetas, acho que temos uma missão, com palavras e versos tentarmos de toda maneira, mudar um pouco esse comportamento.

      Vou escrevendo, escrevendo ..quem sabe um dia, minhas palavras e versos caem em terra fértil.

      Abçs poéticos de Veraiz Souza

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