Nem de perto...nem de longe

Foi daquele olhar que me despedi

imaginando-te aqui tão perto

encostada a um ramo de afetos

se despindo em fulgôres

matinais

de abraços repletos de amor

tão passionais apertando o pavio

da vida que se esvai nestes versos

quase…quase irreais

 

Foi a inquieta fantasia deslizando

na mecha dos dias

propagando

e incendiando a silente noite

que inesperamente se avizinha

e nós

momentaneamente naufragamos

na ecuménica recordação escrita no panfleto

do destino onde extraordinariamente

deflagramos cordiais…repletos

numa dosagem prescrita  em

memórias entrelaçandas no

calendário que se esgueira no tempo

inexoravelmente

 

Nem de perto…nem de longe

assim concluímos nossa predestinada

epopeia

vagando pela miragem de um adeus

morrendo a jusante deste silêncio

tão categórico

num tom de luz marginal que ao

nosso redor feliz se estatela

numa brutal apneia

 

Foi apenas um breve aceno

vagando submisso na aragem

volátil dos dias

ao soar a empanturrada lágrima

caindo na partitura dos rascunhos

onde se acantona teu ser perfumando

cada prolífero silêncio enterrado

na antiguidade do tempo que jaz

cíclico, formal e deslumbrado

Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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Comentários

  • 3621023?profile=original

  • 3620790?profile=original3620773?profile=original

  • Belíssimo!! Bem descrito toda saudade e sofrimento de um amor belo. Parabéns amigo, beijinho.
  • 3620872?profile=RESIZE_1024x1024

    • Parabéns aos dois poetas pela beleza dos versos! Bravíssimo! Bjs

    • Que beleza Marso a conjugação destes

      dois poemas

      Abraços

      FC

  • Rumores

    Foi assim que te perpetuaste em mim,
    entre os filetes da ausência,
    carregados de presença tua,
    em cada cômodo meu.
    Nos rumores da aurora,
    tu estavas lá, longe e furtivo
    nos recônditos dos meus neurônios.

    Nas manhãs ensolaradas,
    alimentavas minha saudade,
    e meu desejo de saber-te bem,
    era o que me motivava a te buscar,
    constantemente, nos fragmentos de versos
    deixados, ao léu, em minha memória.

    Enfim, eu fiquei reclusa das noites passionais
    onde a fantasia escala meus sonhos, ainda,
    repletos de amor por ti.
    Recuso-me a pensar no amanhã,
    pois, tal mago em insólita solidão,
    assim, eu vou feito arcano,
    em enigmática jornada.

    Edith Lobato - 8/06/16

  • Aplausos !! Sensacional !!! Parabéns !
  • Versos que esplendem aos olhos do leitor e, emocionam. Belíssimo! Bjs

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