O MALMEQUER
Florbela d'Alma da Conceição Espanca
Flor de nervuras e de canduras
Poesia no nome e na vida
Lirismo triste despetalando afetos
Himeneu despedaçando amores
Desejos floridos a peles
Invernando ardentes carinhos
Irmanados a melancolias de fundas raízes
Corolário de anseios e dúvidas
Crisântemo de cruciante sentimento
Aberto em solário de roxidões imensas
Uma beleza de alegrias esmaecidas
Com palores outonais de páginas esquecidas
Em longes livros desvividos de romances
Música de palavras embaladas no lamento
De voz perdida em alamedas áridas de consolo
Solidões noturnas e lutuosas
Em pálpebras descidas a pétalas de sonhos
Sepultadas ao céu aberto da desesperança
Julieta alentejana sem Romeu, longe de Verona
Flor da vida e flor da morte
Florbela d’Alma
Renascida de si mesma nas dores
Sementeiras de elegíacos jardins veronais
Conceição de crisântemo
Que desabrocha tristeza sobre tristeza
Em refluxos de violeta cor
Espanca do mal de amor o desejo donde vem
O pólen doirado de seu verbo
Para verter o oiro da chaga de seu verso.
(E. Rofatto)
Comentários
Relendo teu lindo poema homenagem a esta grande poeta de versos lindos e muitas vezes, doloridos que chega atravessarem a alma de quem os ler.
O que posso dizer, Edavaldo para a tua fina poesia? Aplausos e muito aplausos.
Destacado!
Grato, Edith! É por demais gentil a sua visita - gentileza só superada pelo trabalho de me deixar um comentário elogioso - esse é um jeito bonito de ser de quem escreve lindos versos!
Emoldurar o seu belo poema foi a forma que encontrei de dar-lhe o devido valor. Meus aplausos por tão bela obra! Bjs
Marso, meu texto não poderia ser mais valorizado do que com a sua sensibilidade que o adornou com a imagem de Florbela entre arabescos semelhando um porta-retratos. Obrigado pela belíssima imagem e pelas palavras amáveis.
Parabéns, poeta, lindo poema, abraços, paz e Luz!!!
Grato, Ilário! Fico contente de saber que apreciou! Também eu achei lindo o seu poema "Deidade profana"! Um abraço!
Grato, pela visita e pela comentário em efeitos especiais, NIeves!
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