Onde jaz a noite

Na periferia do silêncio pernoitam uma
Vastidão de olhares súplices reflectindo
Um pulsante lamento, presumo eu, embebedando
Esta noite cúmplice que se perpetua farsante
Desfraldando um sonho incandescente e possante

Recém chegada
A noite inunda o perfil
Do tempo suspenso numa densidade
De lamentos acometidos e aconchegados
Aos gemidos silenciosos soçobrando homologados

No chilreio da madrugada encontro sorrisos
Levedando na face da lua que espreita
Meus versos se excitando…desapego de
Uma saudade debruçada no tempo hibernando

Transborda a esperança regando meu jardim
Da fé onde se coam orações com tamanha pujança
Até se apagarem as solidões rondando de soslaio
A vida, em fuga pelo silêncio abissal,em festança

Deixo a cegueira dos meus olhos verem somente
O espectro do teu ser passeando no limbo de todas
As ausências infinitas…oh submersa ilusão vestindo
As alvoradas explícitas com beijos deixados de infusão

Frederico de Castro

Votos 0
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Frederico de Castro

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

This reply was deleted.
CPP