Passageiro do tempo

O que preciso lapidar

eu sei

são pedras guardadas

brutas

lavradas atapetando

o corrimão do tempo

por onde deambulo alcatroando

a laje dos dias transladados

de esperança


– Simplesmente outros virão

formoseando minha existência

desenhando em cada folha furtiva

decalcada pela seiva da vida

a partilha de nossas essências

coligadas assim

de forma revelada

tão serena, embargada

apelativa e sempre inconformada


– Noutro tempo

dividido em rimas instintivas

retribuirei cada palavra cheia de lamentos

num segundo quase dissimulado

percorrendo cada dócil lamento

latente

esfomeado pelo doping viciante

onde me reencontro

em recolhimento…

mascarado por tantos equívocos

expectantes

- Noutro tempo em passagem

por ali

emolduramos nossas gargalhadas

travestidas na origem dos silêncios

transitórios, exuberantes

alimentando nossas vulnerabilidades

assim mais redundantes


– Há tantos dias que me busco

e só desencontro...

sonhos empoeirados

meticulosamente endereçados

na imprevisibilidade do tempo

personificando cada roteiro do amor

onde a todos os instantes

matreiros e velados traficámos

ódios,

abraços

clandestinidades

até desaparecermos intrometidos

nesta vida passageira

repleta de tantas insanidades


– Aqui ficarei

envolto nos teus silêncios

onde me rogo em perdões

cada dia

embebedando-me na tua sustentabilidade

aonde até inócua é a liberdade

inscrevendo quaisquer amabilidades

em sedimentos de cumplicidade

acossando feliz

o teu sorriso fantástico onde jaz

meu poema em ressacas de criatividade



Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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Comentários

  • 3594369?profile=original

  • 3594322?profile=original

  • 3594071?profile=original

  • Show! Muito belo mesmo! Parabéns poeta!

    Abraços.

  • Parabéns belíssimas palavras,  abraço fraterno3593840?profile=original3593872?profile=original

  • This reply was deleted.
  • Diante dos espelhos refletidos de si mesmo, um Poeta se apresenta:

    - Sou o "Passageiro do Tempo"... - Ouvindo este Verso feito em Poesia,

    um dos Tempos dos Tempos que tantos são, para seu cronometro e...

    Apenas ouve - no mudo silencio que também se quietara, o sentir desse

    Poeta - enquanto os Ventos - tendo a Suave Brisa à frente, trazem de

    ua certa Casa dos Poetas, o sentir sentido do Poeta em mils APLAUSOS!!!

    ...

    gaDs!

    3593789?profile=original

This reply was deleted.
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