O silêncio segue-me vigilante
acoplado
à vida transbordando de assédios
segurando a tirania do tempo
que me foge,veloz
deglutindo todas as rotas
onde caminho inseguro
rumo à infertilidade dos dias
em trilhas magnificas
evocando um ténue lamento
embalsamado na longevidade
de um beijo trajado de consentimento
– A Sul perdi-me vigilante
de mim
inconformado, transgredindo
todas as alegrias que deixaste
em cacos
repentinamente arrumados
no ócio do tempo
afligido de tranquilidade
embalando a morte
ou a vida que desperta
infalível em cada abrigo
onde repartimos cada
fragmento de cumplicidade
– Era a fome do tempo
consumindo-nos desde o dia
em que te fiz a corte
esfomeado, latindo intempestivamente
saciando-te com juras
bem-aventuradas
consolando-me inexoravelmente
de versos vitoriosos
que deixei guardados
no refúgio intemporal onde
asfaltamos a fé com palavras
confinadas ao amor que nos consome
assim…abruptamente
– Ouve minhas súplicas
enquanto nos contentamos
sôfregos
à luz
de mil sois emoldurados
pela faminta luz que desperta
meus desejos dramáticos
colorindo, os tempos
os dias
as euforias
que teimam celebrar ainda
com alegria virtuosa
a cadência repetitiva das tuas
geniais gargalhadas
- Na súbtil elegância do dia
foste a progenitora que agora
desperta pra mim absoluta
atropelando-me a vida tão frondosa
quando nos resgatámos
uma vez para sempre…sem mais litígios
nem impossíveis
apenas, tu e eu explodindo
numa faúlha de esperança
nos reerguendo inconfundíveis
Frederico de Castro
Comentários
Como sempre, felizmente abrumada e surpreendida pela mestria de seus poemas e seu dominio do linguagem noutra obra boa demais.
Parabéns!
Fico imensamente grato por vossos
comentários e elogios
Abraços
FC
Obrigado pelo comentário
Abraços poéticos
FC