Hoje, a tarde morreu só...
Foi por acaso escondida nas sombras do ocaso...
Caiu como um véu flutuando leve,esvaindo-se
em borbotões de púrpura escarlate...
Seu vitral colorido,estilhaçou no horizonte
em fragmentos de arco-íris esparramando
um emaranhado de cores no tempo.
Na despedida, a cigarra estrela lírica
deu seu último recital...
Foi abela tarde engolida pela escuridão da
noite,sem flores,velório,lançada em vala comum
Em seu cortejo só o vento;que forrou seu túmulo
de folhas e o tempo que escreveu o epitáfio:
Aqui jaz ... a cor púrpura...
Comentários
Maravilhoso poema, Márcia! A tarde morre assim todos
os dias, deixando em nós grande nostalgia! Bjs.
Simplesmente espectacular.
Nunca deixa de surpreender-me com seu talento e capacidade para ligar uma grande história em poemas magníficos a través de um simples raio de luz ou escuridade.
Demais, minha grande e boa Márcia Portella.
Sou sua fâ, amiga.
Beijos
Linda criatura,linda interação de uma tarde que adormece em bela cor púrpura...Te abraço
.
Color violeta en el cielo,
sentimiento arrebatado
de un atardecer que vuela
solitario. Como esa farola
esperando su turno
soldada a la piedra.
.
Serenidad, equilibrio
del aura que amortece
un día enloquecido.
.
Yin-Yang en apogeo
fusiona la emergencia
del sol que se despide
hilándose en la rueca
de lo que se ha vivido.
.
No muere la cigarra
que tiene otro verano.
.
Y en la espiral se yergue
un fuerte desafío
forjada en hierro:
Muerte.
.
Nieves
Genial, Márcia! Espetáculo poético! Bjs
Marsoalex,grata por estar no meus versos...Te abraço
UAU!!! Belíssimo!!! E que música linda!!!
Angélica grata por estar presente neste final de tarde...
Morrem as tardes, os dias
as noites infinitas neste epitáfio
que jaz na vala comum onde enterramos
sem velório a vida trajada de poesia
Parabens pela inspiração
FC
Agradeço ao poeta por velar a tarde que parte...