Quem diria...

Quem diria

Foi assim devagarinho

que embalei este silêncio tântrico

Entupi as veias com versos

matreiros

Saciei o tempo tétrico onde

massajo cada hora fugindo

na semântica deste verso derradeiro

abalroando-nos assim na cumplicidade

perfeita de um beijo galante e sorrateiro

Quem diria…

 

Quem diria

Num preciso improviso

resgatei um naipe de sorrisos

forrando a alegria dos dias

enrolados na fímbria de uma

promessa lisonjeira

quebrando cada segundo desenhado

entre os talheres esfomeados desta

vida…passando insuportavelmente

traiçoeira

Quem diria…

 

Quem diria

Recolhi todas as réplicas do

teu ser luzindo à luz moribunda

dos silêncios rogados absurdos

ecoando nas esquinas deste mundo

que jaz no confortante  leito de um verso

que inunda o vazio deixado ali…sem recurso

Quem diria…

 

Quem diria

Depois empanturrei-me no licoroso

poente que se esvai nesta súplica

escancarada

Deliciei-me com tua vénia calorosa

renascendo pujante

a jusante de todas as gargalhadas

voláteis ,platónicas

irrigando toda a carícia,libertina

e tão petulante

Quem diria…

 

Quem diria

Eis que pra sempre em ti imergi

rugindo no teu olhar acutilante

adivinhando todo o sortido de beijos

que me deixaste sem mais reclamar

neste poema caloroso inebriando

as nuances esbeltas de um dia que

fecha suas escotilhas

e nós empanturrados

lá saímos

vadiando, fantasiados neste enlace

sussurrando eternamente conciliados

Quem diria…

Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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Comentários

  • Aplausos, poeta, poema maravilhoso, você realmente sabe desenvolver um poema com magia, "quem diria"!  Abraços, paz e Luz!!!

    • Obrigado caro poeta pela sua gentileza

      Abraço fraterno

      FC

  • MAGISTRAL

    .

    Nadie dijo...

    Nadie dijo que el viento silbaba triste en noches enmarañadas por solitarios augurios cuando la vida perjura en esa aparente calma  mientras rompe, estalla, agrieta.

    Nadie dijo que el silencio era el puñal clavado en las entrañas arrancando los suspiros melancólicos del alma cuando no se escucha la melodía de la paz soñada.

    Nadie dijo que las luces reflejadas en este mar apacible como caminos sin rumbo lloraran melancolías sin tener más esperanza que otros días de ponzoñas en sus aguas.

    Nadie dijo ni advirtió que este tiempo se eterniza en un lánguido vahído comatoso, sepulcral, cuando el espejismo eleva su socarrona sonrisa de ironía macabra.

    Nadie dijo...

    Nieves Merino Guerra

    02 de diciembre de 2016

    2076463?profile=original

  • Excelente trabalho! Parabéns amigo FC, beijos.
  • 3647181?profile=original

    • Linda formatação Edith

      Abraço fraterno

      FC

  • Venho por meio dessa parabeniza-lo pelo incrível e reconfortante compor.

  • É gratificante quando lemos um poema que nos emociona do começo ao fim da leitura. Parabéns, Frederico! Pelo o excelente trabalho poético! Bjs

    • Obrigado Marso pela gentil mensagem

      FC

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