Sede de Outono
Tua sede é-me minha
Sediando todas as sedes
Sedenta fui-me indo...
E me tornei sedosa.
Sediosa senhora,
E, sensivelmente sonora...
Que ora se derrama...
Gotas caem espraiadas de mim,
Mas não dessedentei por completo,
Os nós líquidos de nós,
Solidificaram-se na paisagem nebuloso
Dos nossos sonhos...
E deste insosso rio gotejante saí,
Mais sedenta de ti,
Até que um dia,
Mergulhei em outras praias e,
Ao ancorar em outros portos...
E, a um mar imenso...
Cheguei,
E a própria sede matei!
Mesmo salinizada, gota a gota,
À medida que me dessedentava...
Tornei-me água viva de puro mar salgado,
A queimar a pele de fogo e brasas mortas!
E, embebi-me completamente de ti...
Imersão imediata de nós,
Atados em dois hemisférios equidistantes,
Dessedentando risos e fusos,
Moles, leves, que também,
Como um rio caudaloso...
Singrou outros tantos rios,
Cascateante de desejos frívolos,
Boca a boca,
Céu a Céu,
E mar a amar,
Num desamar,
Sem par,
Ao bebemos gotejantes,
Mais Um
Outono Sedento...
Do Teu Olhar!
Elzana Mattos
Comentários
Que sede de vida descrita, poeticamente, num maravilhoso jogo de palavras. Meus aplausos! Bjs
Como o meu not hoje está me aborrecendo ficarei te devendo um comentários mais extenso. Mas, deixo aqui o que sua obra merece!
Hum, Elzana, bom jogo com a palavra sede para este magnifico poema cheio de imagenes belas para os sentimentos de amor.
Ou desamor.
Bravo, poetisa.
Beijos