Qualquer hora passa despercebida alheia ao tempo
Que se envolve nas teias e gemidos de cada segundo
Inviolável e inebriante deixando-nos inconsequentes
Distâncias algemadas à moldura do silêncio tão eloquente
Vesti a vaidosa noite com luminescências e emoções
Cartografadas num olhar repleto e lambuzado de divagações
Traços esbatidos na hipnótica existência onde abrandamos
Todas as saudades inquisitoriais que tentadoramente recriamos
Empobreceram-se os céus pingando sua alma no ribeiro
Do tempo onde se afogam mágoas e lamentos vestidos
Por aquela solidão indiferente arando os sonhos que pernoitam
No regaço dos instintos natos e prepotentes
Quando chegar ao fim do caminho pagino-te todas
As minhas andanças lunáticas feitas no trajecto
De vida onde se reaproximam as margens das lembranças
Escritas em versos dissidentes…remoto e algoz momento
Onde sítio e deposito todas as minhas esperanças
Indisciplinados e indulgentes soerguem-se os sonhos
Camuflando sem empecilhos as nossas ausências
Deambulando nos delírios predadores monitorando
Os resquícios de um beijo roubado na curvilínea
Nesga de tempo entreaberto à espessura de uma breve
Sílaba miscígena, fragrante e endógena
Frederico de Castro
Comentários
Parabéns, poeta amigo, poema maravilhoso, primoroso, como o nosso amigo Sam disse: Este verso final é a fina flor. Aplausos a ti... Abraços, paz e Luz!!!
(Sílaba miscígena, fragrante e endógena) Aqui me imergi e flutuei do colossal vocábulo do poeta Frederico. Cumprimentos, mesmo, pelo brilhante trabalho que faz!
Grato Sam pela gentil mensagem
abraço fraterno
FC
Grato sempre pela sua visita
Abraço lusitano
FC
Um momento maravilhoso de inspiração.
Show de poema!
Parabéns, Frederico.
Destacado!
Muito grato Edith pelo comentário
abraço fraterno
FC