Um dia o chamaram de Rio Doce,
Um rio com alma abençoada,
Água purificada pra se beber,
Cardumes em fartura pra se comer,
Vastos pastos vivos ornamentais,
Criaturas vivas te cultuando em vitrais,
Abençoados pelos verdes exuberantes,
De tua soberba vitalidade dos teus leitos,
Este imaculado e divino por Deus.
Um dia foste dócil e frágil,
Hoje como uma mágica atroz,
Teus leitos de rejeitos minerais,
São teus perversos carrascos imorais,
E teu choro em prantos de lamentos,
São lágrimas em tons avermelhados,
Fizeram-te um deserto de lama e sem alma,
Onde o caos te fez adormecer,
E tão cedo não te vejo acordar doce.
Ricardo Sales.
Comentários
A poesia como porta voz de um rio... Aplausos! Bjs
Obrigado. Da tragédia as vezes nasce uma poesia.
Foi uma odiosa irresponsabilidade, a televisão deixou de noticiar, assim é preciso que a questão esteja em pauta, pois os danos são terríveis.
Parabéns!
A ganância destrói, o que a natureza criou.
Sinto uma grande tristeza ao ler este tremendo, forte e terrível fato.
Um bom e grande poema que é um grito afogado pelo pranto.
Mais que bom.
Beijos
O homem destrói e a natureza sempre teima em recuperar o que lhe usurparam.