Respostas

  • Vai ficar aberta até o fim do mês.

  •  

    Outono2.jpg

     

    OUTONEI

    Despe-se-me a alma prenunciando seu outono

    Em folhas que se vão

    Voando, sem rumo e sem donos

    Levadas pela emoção...

    Assim são meus dias idos

    Partidos sem pressa e sem barulho

    Apenas no farfalhar das asas de borboletas

    Na dança dos pombos, no arrulho 

    Balbuciando segredos da simplicidade

    Da instância da mocidade...

    Outonei,

    E a vida desnuda meus galhos

    Envolvida de atos falhos

    E tira-me a timidez

    Na sabedoria da entrega

    Desfolho meu coração...

    Nina Costa, in 19/05/2018

    • Obrigada, minha amiga preciosa! Amei a formatação!

      Sua arte é linda!

      Beijos!

      Nina

    • Obrigada FLOR!

      Que bom que gostou! Fico feliz!

      Grande beijo!

      Nina

    • Realmente, um lindo poema, Nina! Você outonou - e nos emocionou!

      Essa estação tem rendido belos versos, e esses seus vem confirmar, mais uma vez, o quanto o outono ensina-nos sobre a nossa vida!

      Perceber esses ensinamentos e transformá-los em poesia é tarefa daqueles cuja luz da inspiração está a pino - você, por melhor exemplo!

  • Ainda se pode postar???

    • Ficará aberta até o fim do mês.

    • Obrigada pela resposta! 
      Postei um poema, vou postar mais dois, assim que terminar minhas coisas escolares aqui e descansar a mente um pouco. kkk

  • E o outono chegou

     

    As folhas caem preguiçosas

    No despertar de uma manhã

    Cálida, diáfana, saudosa...

     

    Abro minha janela e vejo

    Um tapete que farfalha

    Ao toque de pés humanos...

     

    A vida segue tristonha

    Entre a terra e o céu cinzento

    Aves voam parecendo papel...

     

    Percebo que meu mundo é gris

    Assim como os campos além

    Disseminando incertezas...

     

    Mena Azevedo

  • EM SÉPIA

    Se me amares,
    Faze teu amor livre de ti:
    Sem pergunta nem resposta.
    O silêncio das sereias
    Que abdicam de encantos
    Em tempo de descrenças
    Vence o murmúrio das marés
    E em lúcido fundo nos mergulha.
    Salvos um com outro,
    Seremos quem já somos:
    Pássaros sem asas a olhar o céu,
    Cães velando o corpo do dono,
    Bois sustentando a canga dos labores.
    O que punge a alma moída
    Da certeza de tudo ser quase nada
    É nosso – mais o redentor afeto
    De, mesmo longe, estarmos perto.
    Embora solidários, cada um é só
    Na história que subsiste
    Em muitos submersos sítios
    De saudades imensas.
    Do bem que se buscou
    Num gomil a se inclinar
    Sobre as mãos em concha,
    Nada verteu, além dos vazios.
    Mas tu me redimes, eu sei,
    De ser órfão ao desamparo.
    Ninguém vê. Ninguém ouve.
    Ninguém sabe onde está o berço.
    Só tu me encontras, mas
    Despojado do que foi meu,
    Senão do que eu mesmo fui.
    Se me amares, que seja
    Igual a folhas que caem
    Sem promessa de flor e fruto,
    Porque, ao fim deste maio,
    Toda estação será outono.
    Do que foi verde-esmeralda
    Queda ouro doado a quem
    Acolhe da morte o tom de sépia
    Definitivo – que só pode amar
    Quem não pergunta, nem responde.

    (E. Rofatto)

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