Mergulhei na paisagem e na leitura e me esqueci da vida Neste momento, banho-me com o prazer que se manifesta em claridade, silêncio e mistério que paisagem e leitura me transmitem e me revestem de uma força misteriosa que eu chamaria de paz. Minha atenção voltada para dentro, meus sentidos organizados, mergulhados e refugiados num abstrato desabrochamento de sentimentos sem nome, indistintos, ressonância de sensações informuladas, concentrada, absorvida na leitura que me absorve totalmente, mas, sintonizada com a beleza da paisagem que me cerca. Afundo no verde e na leitura sem ter palavras para transmitir o que leio nem expressar as emoções por ela produzidas. Mastigo cada palavra com o prazer que cada uma delas me proporciona produzindo um efeito não comum sobre o meu pensamento quando penetra as cavernas escuras e sombrias da minha mente e as impregna com um belo e luminoso clarão, cujo brilho se estende além de suas entradas, fazendo a passagem de uma sensação para uma reflexão e, de um estado de percepção passiva para uma contemplação voluntária como uma convicção da minha real existência. E, neste momento, entro em comunhão com minha natureza imaginativa, intelectual e sensitiva que, encontrou na leitura, o caminho da individualização para, em seguida, juntar paisagem e livro e, me inserir neste contexto Quem fecha o livro não é a mesma pessoa que o abriu. Aquela faz parte do enredo.
Entre verde e azul, uma fresta aberta em livro para vislumbrar herdades de verões que se alongam, de norte a sul, por recônditos hectares de sonhos, apesar dos pesares.
Sobre o relevo das palavras, eterniza-se a paisagem de um momento e nela, em lufadas de repetido enlevo, rufla entre relva e brisa a alada quimera outra mais poderosa verdade insincera.
As vidas que um livro me dá são cheias da poesia que não está nas avenidas das realidades de cada dia. Páginas viradas são asas batidas num voo sem igual de águia em corpo de leão para a contemplação de universos de outra topografia, alheia e minha - surreal.
Nessas searas de bélica ou bucólica beleza, evocativa de tardes langorosas, eu, circunspecto e nostálgico, sou personagem de mim mesmo, alçado a um céu aberto para cruzar léguas e léguas de lirismos imantados em idílios e guerras. Ao sol posto das intempéries do mais árido agosto, há o retorno ao éden florido num impávido setembro.
Em verso, ou prosa, sensível às efemérides, revelam-se perenes as miragens da ficção, cintilam em laudas de sol nascente as cores que não vi por mero descuido e o eco que não ouvi por descaso singelo.
Entretanto, afeito aos matizes e à sonoridade do texto, sou levado para além do tempo da vigência do livro espalmado. Fechada a verde fresta azul dos verões herdados, restam nuances e acordes tomando-me de assalto os sentidos. Em aleluias!
Para me achar em mim Mergulho na natureza!
Só o encanto das campinas,
O canto doce das aves,
A chuva que do céu declina
Me traz e de novo me salva!
Quando de mim tu partiste Quebrou-se a minha inteireza
Mas, a doce mãe natureza,
No seu regaço me toma
E me dá sua verde cama
Para eu me refazer, relaxar
E o meu todo resgatar...
No colo da natureza O céu de mim se aproxima
E eu volto a ser a menina
Que fui, que era e que sou
Perdida dentro de mim
Depois que puseste à deriva
A beleza do nosso amor!
No meio da natureza... Lá eu choro minhas lágrimas,
Lá eu grito minha dor,
Desato o nó da garganta...
Faço cicatrizar a ferida...
Que em mim fez teu desamor!
No meio da natureza Eu danço, eu canto, eu respiro,
Eu me vejo ressuscitando
Das cinzas das minhas lembranças.
Quando penso que acordei
Abro meu livro de saudade
Em cuja página me dizias: voltei!
Respostas
Fotossíntese
Das flores que desabrocharam
Há uma, tão bela e serena
Fora das entranhas que a abrigaram
Semeia-se a compor a paisagem
Singela feito uma folha pousada ao chão
Se faz árvore ao desfolhar a vida em outonos
Dia a dia mais maravilhosa!
A vida, flor, escritas em perfeitas letras
Torna a leitura o ponto cruciante aqui
Mais importa, o transportar a vida aos olhos
Teus, neste cenário idílico e se deixar iluminar
Numa completa fotossíntese do momento.
Jennifer Melânia
Caminho de individualização.
Mergulhei na paisagem e na leitura e me esqueci da vida
Neste momento, banho-me com o prazer que se manifesta em
claridade, silêncio e mistério que paisagem e leitura me transmitem
e me revestem de uma força misteriosa que eu chamaria de paz.
Minha atenção voltada para dentro, meus sentidos organizados,
mergulhados e refugiados num abstrato desabrochamento
de sentimentos sem nome, indistintos, ressonância de sensações informuladas,
concentrada, absorvida na leitura que me absorve totalmente,
mas, sintonizada com a beleza da paisagem que me cerca.
Afundo no verde e na leitura sem ter palavras para transmitir o que leio
nem expressar as emoções por ela produzidas. Mastigo cada palavra com o prazer
que cada uma delas me proporciona produzindo um efeito não comum sobre
o meu pensamento quando penetra as cavernas escuras e sombrias da minha mente
e as impregna com um belo e luminoso clarão, cujo brilho se estende além de suas entradas,
fazendo a passagem de uma sensação para uma reflexão e, de um estado
de percepção passiva para uma contemplação voluntária como uma convicção
da minha real existência. E, neste momento, entro em comunhão com minha natureza
imaginativa, intelectual e sensitiva que, encontrou na leitura, o caminho da individualização para,
em seguida, juntar paisagem e livro e, me inserir neste contexto
Quem fecha o livro não é a mesma pessoa que o abriu. Aquela faz parte do enredo.
Marsoalex – 30/07/2017
LEITURA
Entre verde e azul, uma fresta aberta em livro para vislumbrar herdades de verões que se alongam, de norte a sul, por recônditos hectares de sonhos, apesar dos pesares.
Sobre o relevo das palavras, eterniza-se a paisagem de um momento e nela, em lufadas de repetido enlevo, rufla entre relva e brisa a alada quimera outra mais poderosa verdade insincera.
As vidas que um livro me dá são cheias da poesia que não está nas avenidas das realidades de cada dia. Páginas viradas são asas batidas num voo sem igual de águia em corpo de leão para a contemplação de universos de outra topografia, alheia e minha - surreal.
Nessas searas de bélica ou bucólica beleza, evocativa de tardes langorosas, eu, circunspecto e nostálgico, sou personagem de mim mesmo, alçado a um céu aberto para cruzar léguas e léguas de lirismos imantados em idílios e guerras. Ao sol posto das intempéries do mais árido agosto, há o retorno ao éden florido num impávido setembro.
Em verso, ou prosa, sensível às efemérides, revelam-se perenes as miragens da ficção, cintilam em laudas de sol nascente as cores que não vi por mero descuido e o eco que não ouvi por descaso singelo.
Entretanto, afeito aos matizes e à sonoridade do texto, sou levado para além do tempo da vigência do livro espalmado. Fechada a verde fresta azul dos verões herdados, restam nuances e acordes tomando-me de assalto os sentidos. Em aleluias!
(E. Rofatto)
Reflexão
De manhãzinha me isolo
pra fugir do cansaço,
pensar,
meditar,
me recompor,
aí eu mesma me consolo,
me abraço
com vigor,
concordo com o que está
pra recuperar um sonho
que deixei pra lá.
Ivone Boechat
MERGULHO NA NATUREZA
Eri Paiva
Para me achar em mim
Mergulho na natureza!
Só o encanto das campinas,
O canto doce das aves,
A chuva que do céu declina
Me traz e de novo me salva!
Quando de mim tu partiste
Quebrou-se a minha inteireza
Mas, a doce mãe natureza,
No seu regaço me toma
E me dá sua verde cama
Para eu me refazer, relaxar
E o meu todo resgatar...
No colo da natureza
O céu de mim se aproxima
E eu volto a ser a menina
Que fui, que era e que sou
Perdida dentro de mim
Depois que puseste à deriva
A beleza do nosso amor!
No meio da natureza...
Lá eu choro minhas lágrimas,
Lá eu grito minha dor,
Desato o nó da garganta...
Faço cicatrizar a ferida...
Que em mim fez teu desamor!
No meio da natureza
Eu danço, eu canto, eu respiro,
Eu me vejo ressuscitando
Das cinzas das minhas lembranças.
Quando penso que acordei
Abro meu livro de saudade
Em cuja página me dizias: voltei!
Em 20. 05. 2017
Washington/USA
A calma de um sonho
O jardim me acolheu pela manhã
As flores acenaram com abraços no verde das folhas
Pedi licença para me acomodar
Ler histórias que me levam ao infinito
Os troncos das árvores me vigiam e não deixam as moscas me perturbarem
Sonhando sem pedir para ficar
Esqueço a hora de me deitar nem alimentar
O perfume das flores alegra as borboletas
Que posam juntinho de mim para me agradar
O amarelo, o verde e o branco sabem me cativar
Sonho dentro de mim, muito amor e alegria quero levar
As letras de um livro me fazem apaixonar
Quero meu amor esperando alegre por mim ao cair da tarde no bosque
José Hilton Rosa
Brasil
É impressionante o sentir de cada poeta. As diferentes interpretações são preciosas.
Parabéns José Hilton. Ficou lindo teu texto.
Olá Edith! obrigado pelo elogio. As interpretações realmente falam para cada pessoa.
O Lugar
Tão menina sonhando ser mulher, num romance antigo, cheio de desejos,
Amores platônicos, longos suspiros, cochilos e a fofura da grama lhe serve de leito
Flores nos campos, nas árvores e em seu florido pensamento que só vê beleza e cor,
Seu róseo vestido completa a mais bela tonalidade de suas faces e de sua história,
Menina flor, menina mulher, só menina, só sonhos, tantos a realizar.
Fique aí nesse momento leve, não acorde, não desperte. Este é o melhor lugar!
Maria Helena da Silva Campos Cruz
Parabéns Helena!