MOTO-CONTÍNUO

MOTO-CONTÍNUO

Como os pratos de uma balança
Dispondo na sua exata medida
Os números da pressa e da tardança
No monjolo das horas, que é a vida,

Todo relógio sobe e desce a lança
Varando o presente; em contrapartida, 
Há o breve devir, na célere dança
Que pensa e cura a chaga cometida.

Gume e bálsamo estão no mesmo fio,
Num trânsito em contínuo extravio
De horário e memória, em doze passadas.

Repetindo incansável rodopio,
Águas e armas são favas contadas,
Moídas ao som de outras badaladas. 

(E. Rofatto)

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As repostas estão encerradas para esta discussão.

Respostas

  • Suas matérias são verdadeiras obras de arte pelo requinte da elaboração e prestimosos cuidados linguístico. Congratulações poeta brilhante das letras com quem tenho o privilégio de conviver aqui na CPP.

    • Grato, Sam! Receber um comentário desse é o mesmo que ganhar um caloroso abraço! Não só pelo elogio aos versos, mas principalmente pela demonstração da amizade que vimos cultivando aqui na Casa! É para mim também, um grande privilégio estar com você e com os demais amigos  aqui, entre tantos poemas!

  • Parabéns, Edvaldo!

    Muito lindo seu soneto.

    A Edith tem razão, foi "um momento de visitação em alfa".

    Primeiro lugar bem merecido.

    Beijos poéticos.

    • Grato, Sandrinha! 

      Se a visita teve essa dimensão, é porque você já estava em sintonia com essa onda - e a comunicação se fez mais fácil.

      Por isso é tão bom ser lido por poetas!

      Beijo para você também!

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    • Grato, Elzana! Sua visita e comentário foram motivos de grande contentamento para mim!

  • De ímpar beleza este soneto. Quando me deparo com algo assim, costumo dizer que foi um momento de visitação em alfa, lá onde os anjos ensaiam os cânticos celestiais.

    Lindo!

    Parabéns!

    • Grato, Edith!

      Será que, acidentalmente, apaguei a minha resposta? Lembro-me de ter-lhe respondido... De qualquer forma, havia escrito que não poderia receber um comentário mais elogioso e fico feliz por meu texto ter-lhe despertado uma sensação tão boa. Muito, muito obrigado!

  • Divino e espetacular soneto. Parabéns, poeta. 

    • Grato, Gilnei! Fico honrado com a sua visita: ter a apreciação dos administradores da Casa é uma grande satisfação!

  • Impossível comentar a beleza de teus versos. Então, vou aplaudir de pé! Bjs

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