Posts de Carlos Manuel Correa da Silva (1031)

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Recuperaçao

 

 

Boa noite pessoal....há 1 semana tive este contratempo chamado Infarto Agudo do Miocárdio que me afastou desta casa e das pessoas que tanto admiro e gosto. Estou bem, em recuperação sem quaisquer sequelas físicas mas talvez certas lembranças ainda sejam muito intensas. Segundo minha esposa por alguns instantes, ainda que não lembre, fui, digamos ali pertinh,mas alguém me trouxe. Não me sinto ainda pronto pra voltar a escrever ainda que muito, espiritualemte falando, tenha acontecido. Sinto uma barreira que até acredito seja uma barreira protetora neste momento. Não tenho qualquer dúvida de que alguém com "bonus" suficiente intercedeu por mim, e agradeço pela chance de me eforçar em ser alguém melhor para minha família, amigos e para mim mesmo.

Hoje foi o primeiro dia que tive vontade de sentar em frente ao meu " piano de letras".... e foi esta canção que me trouxe aqui...volto logo que possível;;;;
Deus abençoe cada um de vcs

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Pirraça

Eu já deveria parar de sonhar
Deveria parar com a teimosia
De persistir em encarar o luar
De acreditar na face da alegria

Mais do que nunca precisaria
Entender que só existe o agora
Que as respostas das filosofias
Ficaram nos desejos de outrora

Tolice deixar que aquele moleque
Que adorava um sol bem quente
Continue me deixando em xeque
Mostrando-me canções pungentes

Ainda tenho a vontade de correr
Pela areia fria imaginando histórias
De sentir as suas mãos a percorrer
Minha saudade de ler dedicatórias

Já não há mais o tempo suficiente
Pra conversar não tem importância
Restam os versos calados conscientes
De que dos sonhos ficam as flagrâncias

Teimoso ainda sigo o que fala o coração
Mas não deveria...

Deus abençoe a teimosia
Carlos Correa

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Do outro lado do tempo

Guardei cá estas letras e rimas por gerações
Por tanto tempo que acabaram por perder-se
Envelheceram como definharam nossas canções
Num interminável outono sem que eu as falasse

Noite passada varrendo folhas secas da memória
Encontrei estas linhas linhas que me fizeram suspirar
Foi um sorriso leve surpreso com aquela dedicatória
Escrita numa noite de luar quando prometeu me amar

Promessas jovens juradas no calor de corpos sedentos
Quando rompemos o salão numa dança de olhares fixos
Eu pude sentir seu coração como unidos num sacramento
De amor eterno pulsando vigoroso sob a égide do Crucifixo

Hoje tentei trazer essas letras e rimas mas esfarelaram
Em contato com um mundo sem paixão e sem poesia
Caíram sobre o chão frio onde lágrimas que nunca secaram
As recolheram refazendo um verso que escrevi naquele dia

      E ele dizia: ...estarei sempre ao seu lado e mesmo se o
      tempo um dia lhe fizer esquecer das juras de outrora
      as recitarei escovando seus cabelos te amando a cada
      geração minha mulher minha vida minha única senhora

Deus abençoe as folhas que caem
Carlos Correa

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Folha de outono

Em meio ao sax que soava como uma declaração
Olhei por entre a maré giratória de meu Bourbon
Fui até uma imagem e ela sorria como uma canção
Deixei-me levar cheguei a crer que era o seu batom

Tolice dar confiança a imagens entorpecidas de ontem
Acreditar que o perfume que sinto vai além de saudade
Ou não entender que essas barras invisíveis remontem
De um tempo distante ali colocadas pela reciprocidade

Eu escrevo aqui nesse pedaço de uma folha de outono
Amarelada por uma história de amor que deixou o verão
Sem jamais renegar que a asfixiante sensação de abandono
irá embora após repetidas primaveras que sei ainda virão

Enquanto isso escondidas em algumas melodias
Estarão gravadas como em um código camuflado
Poesias de tempos idos despertadas na nostalgia
Onde recordo cada beijo cada toque apaixonado

Deus abençoe o que os séculos mantêm
Carlos Correa

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Ecos da escuridão

Existe um ponto marcado com um X
Ele está exato no solo de uma canção
O limite mais longe de tudo que já fiz
Mais além onde foi minha imaginação

Caminhos floridos e ecos da escuridão
Lugar onde o maltratado corpo físico
Perde seus registros onde não há razão
Sobra o medo o receio um sonho tísico

Nessa zona hipotética oceano de missivas
Tempestades de paixões desertos e exílio
Surgem correntes de versos uma comitiva
Ao redor de presenças ágeis ao meu auxílio

Não se iludam aqueles que tem a intenção
De buscar refrigério em tão cabalística sala
Aos versos grafados em pétalas de solidão
Juntam-se lágrimas agonia que nunca se cala

Deus abençoe os que vivem por aí...
Carlos Correa

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Afago

Eu costumo até ver você sorrindo
Vejo você brincar parece contente
Percebo que é sempre bem-vindo
Você é de fato alguém convincente

Perdão se eu tenho um mal hábito
O de olhar nos olhos de quem gosto
E eles parecem não lhe dar crédito
Consigo ver o que esconde seu rosto

Seus olhos esqueceram de como sorrir
E por mais que tente tanto se esconder
Parece que eles não são capazes de fingir
Então resolvi nesta noite vir aqui te dizer

Liberte seus olhos desses pequenos lagos
Deixe que retornem à sua verdadeira aurora
Que eles reflitam o azul do mar que num afago
Reencontrem o sorriso leve e sincero de outrora

Deus abençoe a visão de cada um
Carlos Correa

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Noturno

Conheci de perto o medo do escuro
Costumava deixar os olhos fechados
A ausência de luz age como um muro
Impede que a gente veja o outro lado

No dia que os abri a pedido de sua voz
Logo percebi como eu estava enganado
Me sentei ao chão úmido atento na foz
De uma canção que me deixara abalado

E me deu a mão mostrou-me a escuridão
Revelou-me um mundo total inesperado
Tudo aquilo que achei que era imaginação
Era verdade estava mesmo sendo observado

Hoje sei que todo aquele escuro está em mim
Que sua voz desperta minha paz e serenidade
Na escuridão onde atuo preciso sair do camarim
Criar minha canção saber quem sou de verdade

Deus abençoe cada um que está longe da claridade
Carlos Correa

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Sobre os campos do Kentucky

Tem vezes que chega uma tristeza
Sem motivo sem razão vem de visita
Bate à porta e a atendo com presteza
Entra fica muda e espera minha escrita

Talvez só não queira que ela fique só
E juntos deixamos que uma nota se vire
Em verso preencha com um pouco de dó
Um vazio primitivo quem sabe ele termine

Mas levados por entre campos de milho
Saímos a procura de um alguém esquecido
Numa espiral onde ativo um velho gatilho
Surgem seus olhos seus lábios seu gemido

O Bourbon toma um novo sabor em sua pele
Fazendo dos versos uma espécie de labaredas
Que se espalham sobre o cetim e se aderem
Em meu corpo seu corpo vistoso como a seda

E quando a garrafa esvazia resta-nos esquecer

Deus abençoe as labaredas dos versos
Carlos Correa

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Overproof

Algumas canções nos fazem embarcar
Em lembranças que foram sonhos um dia
Alguns solos hipnóticos nos fazem lembrar
Que restam ainda alguns pra nossa biografia

Admiro o Bourbon que não fica se gabando da idade
Mesmo sabendo que se tornam melhores ao envelhecer
Importa o sabor do mel dentro do barril essa é a verdade
E quando Bourbon & Guitarras se encontram tudo é prazer

Os versos já não podem ser transcritos da imaginação
Que percorre o sabor de baunilha da borda de suas taças
E tua voz em meus ouvidos faz tremer minha percepção
Descobrindo segredos que não sei se são glória ou desgraça

Deus perdão pelos meus caminhos tortos
Carlos Correa

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Divisas

O silêncio dominante em torno da escuridão
Agora rompido no toque do sino desafiador
Serpenteando a catatonia daquela multidão
Uma inquietude se espalha como um predador

Até mesmo a luz precisa se disfarçar de cerração

Um a um aos poucos se aglomera ali uma procissão
Sonhos desejos paixões antes do hoje entorpecidos
Desadormecem seguindo ainda hesitantes uma canção
Magnetizados por algo que há muito estava esquecido

E na fronteira entre o cinza e o verde os olhos vibram
Os pensamentos libertos das algemas voam desprendidos
Sobre uma estrada que corta o fio da noite dos que alucinam
Cinzas espalhadas pelo vento esmeraldas num mundo bandido

Um raio de luz tênue atravessa as nuvens com cuidado
Ilumina os passos afasta os fungos das raízes distorcidas
Renasce uma perspectiva a esperança de deixar o passado
Seguir ereto um suspiro doce um olhar para trás a despedida

Deus nos dê força
Carlos Correa

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Canções de amor

 

 

 

Eu queria te escrever uma canção
E não passo dos papeis amassados
Uma que tocasse fundo no coração
E eu cantasse no Dia dos Namorados

Eu vi um casal ali namorando na areia
Dei um sorriso não por ser engraçado
Imaginei você deitada sob a lua cheia
Atônito em ver o seu rosto iluminado

Resolvi cantar uma canção conhecida
Mas minha voz em nada me socorreu
Fechei os olhos e encontrei uma saída
Escrevi um poema e este sim é só seu

Deus abençoe as canções de amor
Carlos Correa

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Noites de outono

Era uma noite comum de outono
Busquei uma memória agradável
Soltei um sorriso fiquei sem sono
Uma sensação quase inexplicável

Você voava livre com seu belo dom
De se mover como um anjo delicado
Era sua alegria trazendo algo de bom
Ao meu peito que me fazia afortunado

Tentou me ensinar segredos que fingi
Não escutar mostrou-me um caminho
Que levei por outras vidas em que vivi
E quando se foi sofri na falta do carinho

Era só uma noite comum de um outono...

Mas a grande magia é fazer do normal
Um instante que se tornará perpétuo
Do brilho de uma estrela um sonho real
De sua vinda as belas memórias que possuo

Mesmo que seja de uma noite comum de outono...

Deus abençoe as estrelas que se movem
Carlos Correa

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Sobre trilhos...

Verdade seja dita já não falta tanto tempo
Estranho como sem uma intenção definida
Os pensamentos me levam a ver meu assento
No trem de uma estação onde só há despedidas

Ainda que elas possam ser breves...ou bem compridas

Numa noite você percebe duvidoso o apito do trem
E passa a viver assim tão cauteloso quanto não imagina ser
Os sonhos já não mais importam são poucos os que agora tem
Por ter sido incauto sua mala tem mais peso do que deveria ter

Eu sei que o apito do trem ficará cada dia mais perto de mim
E por maior que seja mais intenso que seja todo o meu amor
Chegará o dia que deixarei vazia a cadeira do meu botequim
E você ouvirá o apito se afastando mas sei Quem será O condutor

Poder ser que um dia ouça o apito do trem na madrugada
Saberá que sou eu trazendo uma flor azul pra minha amada

Deus abençoe os trilhos do trem
Carlos Correa

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Padrões

Algumas coisas se repetem sem mudança
A primavera sempre vem antes do verão
Bons momentos sempre vêm à lembrança
O jogador anseia por um Full-Hand na mão

Uma linda mulher sempre atrairá atenção
E uma maçã vermelha espera pela mordida
O trem que chega logo irá partir da estação
E a saudade surge muito antes da despedida

Agora...

Juntar um Bourbon seu corpo e mais esta canção
Será uma combinação perigosa de muita ousadia
Acabará sempre se tornando uma grande explosão
Maior que qualquer sensação que tenha tido um dia

Deus abençoe as eternas melodias
Carlos Correa

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A qual deles eu pertenço?

O que é um poeta senão um guitarrista
Que faz seus solos em forma de versos
Seja a caneta ou numa palheta o artista
Cria um mundo onde só ele vive imerso

Quando ele volta daquele lugar chamado
Solidão entrega ao universo o que viveu
Você poderia perguntar qual o meu lado
Nem um nem outro nada disso já foi meu

Me deram um ticket e aprendi a caminhar
Por entre mundos e nichos bem diferentes
Um jeito de acertar as contas de outro lugar
De fazer do bar meu purgatório no presente

Ainda que o jazz seja meu desatino e o piano
Uma paixão são os sedutores solos de guitarra
Que me entorpecem e me conectam ao oceano
Fonte de minha imaginação e de minha garra

Deus abençoe os verdadeiros artesãos
Carlos Correa

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Desejos perdidos

Algumas pessoas têm medo eu bem sei
Dizem que a escuridão esconde segredos

Eu queria que as ondas do sax me levassem
Pra dentro de seu quarto nesta madrugada
Eu olharia cada pedacinho eu iria bem além
De seus sonhos faria da sua dor uma enseada

Pode ser talvez eu não conseguisse me conter
E um sutil ruído fosse suficiente para te acordar
Fingiria inocência gritando em silêncio meu querer
Devagar te deitaria em meu colo faria você sonhar

Mas se por acaso insistisse em ficar acordada
Então eu me levantaria e escreveria uma poesia
Colocaria em cada verso um beijo uma camada
De desejo um perfume memórias que você teria

E pela manhã ...bem aí seria outro dia...

Deus abençoe o que você nem sabia
Carlos Correa

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Sentenças da noite

Há uma voz meiga que vem da noite surge do ar
E ela fascina te envolve como se fosse a neblina
Submerge sua mente em imagens de outro lugar
Aos poucos se aproxima sutil como uma bailarina

Tão perto não importa torna-se prisioneiro do olhar
Do seu toque de seu hálito de baunilha do carvalho
Seus passos te guiam na direção de um antigo pomar
Seus beijos têm sabor de maçã de romã cai o orvalho

O amanhecer se aproxima é o limite de sua presença
Há uma escolha romper o dia ou ouvir a canção e voltar
No movimento mais coração que das pernas a sentença
Pra dentro da cerração retornará sempre que cair o luar

Deus abençoe e nos absolva de nossas escolhas
Carlos Correa

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Clareira

Nos mais lindos jardins eu vi escuridão
Queria que o azul trouxesse resplendor
E lembro quanta tristeza há na outra mão
Que o vermelho fosse só paixão e não dor

Diferentes versões de uma mesma canção
Queria fazer jus a palavras nobres de carinho
Então rompe a noite revelando sua condição
Um tornado destruindo o que está no caminho

Eterno confronto entre anjos e antigos demônios
Tem vezes que me interpelo sobre qual seria a fonte
A verdadeira cor de meu coração e de meus neurônios
Fendas por onde escrevo versos que lanço ao horizonte

A única certeza na qual insisto em acreditar é na fogueira
No fogo que alimenta meu corpo sentida em meus dedos
Que as palavras que trago ao mundo sejam uma maneira
Não de expurgar mas de dar paz aos demônios que hospedo

Deus abençoe as clareiras de cada um
Carlos Correa

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Cinzas

Algumas noites se fazem bem diferentes
Uma daquelas que você apenas se senta
E deixa que as palavras que vem à mente
Escapem como algo que você não aguenta

Um diálogo perturbado entre um fedelho
E um cara de quase sessenta que acredita
Numa dose de Bourbon dando conselhos
Sublimados em versos em que não acredita

Mas que acreditou um dia

Cantei ao mar e só a ele os meus desejos
Tentei e não consegui esconder sua facie
Riu sarcástico fingido ignorar tudo que almejo
Criança não posso ajudá-la sem que se angustie

Aproveite esta noite e transforme suas angústias
Em versos mas não se esqueça daqueles seus sonhos
O silêncio que você chama de vazio é apenas a calmaria
Que precisa e que tantos não tem ouça o que proponho

Queria pegar cada texto que escrevi cada anseio
Lançar na fogueira até que se tornassem fuligem
Soprar para que voassem os bonitos e os bem feios
Alguns de certo iriam encontrar seus olhos a origem

...de cada palavra de amor que já me veio...

Deus abençoe até mesmo os que se perdem
Carlos Correa

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Entre mundos

Eu acredito na magia acredito que passado
E presente podem coexistir numa unidade
De tempo nova numa fenda onde o inusitado
Preenche minha mente unindo prazer e saudade

Vejo o mundo de uma forma que ninguém vê
A tela em branco é uma porta aberta pela canção
Fazendo com que as paredes percam sua solidez
Deixando que eu saia sob efeito de minha poção

Talvez esta seja a razão de velhice e juventude
Serem em mim uma fase única desse caminho
Um mesmo mundo pode ser afável ou até rude
E isso vem de muito mais longe que de seu ninho

Cada um tem em suas mentes suas próprias algemas
Que os fazem prisioneiros de seus rancores e amargor
Fiz do solo das guitarras as chaves que em toscos poemas
Me libertam na direção das imagens que tento compor

Deus abençoe a liberdade de voar
Carlos Correa

Saiba mais…
CPP