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As palavras não esperam

As palavras não esperam

Tem que ser agora,
as palavras vão surgindo,
escrevo porque gosto,
o coração não vai mentindo.

Ocupo o tempo com poesia,
tira-me do tédio, feliz é o dia,
são coisas bonitas de fazer,
não é difícil, é alegria.

Nem sempre as palavras saem,
com um coração apertado,
assim escrevo devagar,
para que nada dê errado.

Sinto-me bem, não sei porquê,
parece loucura, para quem não vê,
outras coisas poderia fazer,
mas não sei o quê.

 De quem faz o que gosta,
sente cada palavra,
tem a letra composta.

Cristina Duarte

10/10/2023

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O Beija Flor E A Borboleta 🦋

  •  
  • O Beija Flor E a Borboleta
  • **
  • Uma poesia de amor vou escrever,
    Em tons de azul, e torneada letra,
    De um passarinho que estava a morrer,
    E que foi salvo por uma borboleta,
    *
    Estava prostrado num manto de neve,
    Um passarinho, Beija flor
    A Borboleta poisou ao de leve,
    Logo ficou perdida de amor.
    **
    Com um beijo incandescente,
    O passarinho abriu os olhinhos,
    De imediato ficou tão quente,
    Com a ternura dos beijinhos.
    **
    A borboleta disse, anda daí!
    Segura-te nas minhas asas,
    Vamos embora daqui,
    Voar até às roseiras bravas.
    **
    Ultrapassaram o inverno penoso,
    Agarradinhos um ao outro,
    Como um cobertor todo rugoso,
    Felpudo, e cheio de borboto.
    **
    Logo depois chegou o verão,
    Despiram o aquecimento,
    Enamorados deram a mão,
    Era tudo tão ternurento.
    **
    E não é que acasalaram!
    Até eles se espantaram,
    O Beija Flor E a Borboleta 🦋
    **
    Cristina Maria Ivens-5/01/2023
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Tudo tão vazio

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"Tudo tão vazio"

Não quero que me digam nada,
Só peço silêncio por favor,
Não venham á minha morada,
Já lá não vive o amor.
**
Tenho o meu quarto tão frio,
Só me resta a minha cama,
Tudo mais, está tão vazio,
Como a loucura que já não ama.
**
Não venham á minha procura,
Não passo de uma ilusão,
Sangro de uma desventura,
Que me matou do coração.
**
Chove tanto lá dentro,
Não vejo o sol há tanto tempo,
Que fiquei cega sem calor.
**
Vivo num grande convento,
Onde só existe vento,
Onde nunca conheci o amor.

Cristina Duarte 26/12/2022

 

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Momentos

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Momentos
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Eu vacilo como a água dos vidros,
Deixo-me cair no sono da penumbra, faço escorrer lágrimas nas janelas embaciadas, toco nelas bêbedas do licor da noite, vejo beijos nelas dados, com a boca tocando nos vidros, deixando meus lábios molhados.
Fico á janela a noite fora, como se dormir não me fosse permitido, fazendo crer que a minha lucidez vacilava, como uma nuvem no desconhecido. Nem as estrelas sabem de mim, vou- me embora sem dizer adeus, é melhor assim.

Cristina Ivens Duarte 26/12/2022

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Imortal

IMORTAL

Um dia o mar desabou sobre mim,
Toda a água que havia no mundo,
Parecia que a vida chegara ao fim,
E que o oceano não tinha fundo.
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Contudo, deixou-me a levitar,
Como uma ninfa das profundezas,
E o meu corpo semi-nu a flutuar,
Senti-me a mais linda das deusas.
**
Embriagada com o azul marinho,
Adormecida de incolor,
Na transparência do meu corpo feminino,
Sonhei que estava a fazer amor.
** 
Amor com o mar, com o sol, com a lua,
Aquele amor tridimensional,
Que deixa a gente completamente nua,
E torna a alma... imortal.
**
Cristina Ivens Duarte
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Eu e o meu mar.

 

Eu e o meu mar.

 
Há um lugar em que o chão se abre,
e os pés se enterram ao sonhar,
com as ondas costumo ir,
com as gaivotas costumo voar.
**
O som me acalma e invade o corpo,
 a pele crepita, com o sol a queimar,
percorro a areia, com pés de veludo,
com o meu vestido a esvoaçar.
**
Os búzios chamam-me, com o subir das marés,
sinto a força do mar, a bater-me nos pés,
olho o céu e vejo, tudo o que é sagrado,
oiço asas a bater, sinto o tempo mudado.
**
O regressar, deixa saudades,
o areal, as tempestades,
as conchas esquecidas, em céu aberto,
eu aqui perdida, com o meu mar tão perto.
**
Cristina Ivens Duarte
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Completamente Nua

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"Completamente nua"

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Nem uma gota de esperança
ficou da colheita de Maio, 
apenas lágrimas de orvalho, 
e um caule pertencente ao passado.
A luz incentiva a fotossíntese, 
e a metamorfose esconde-se
sob o olhar da planície que, 
envergonhada borbulha olhares
cheios de mistério e vazio.
Desmistifico todo o sentimento
de solidão, em que haja o gosto
de se estar só, por alguns momentos, 
apenas com as nossas memórias.
Dar a mão ao vento e acenar
ao tempo, para que pare e escute
o som do silencio.
Aqui até a calmaria tem voz, 
que grita com gestos mudos, 
em direcção a nós.
Voam sombras e olhares, 
ciscos que interrompem o pestanejar, 
da admiração do infinito.

Cristina Maria afonso Ivens Duarte

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Mil Pedaços

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"Mil pedaços" 

Na medida do possível, 
consoante a força dos meus braços,
mesmo que sejam invisíveis,
quebrar-te-ia em mil pedaços.

**
Espalhados pela ternura,
que o teu corpo evidêncía,
são cacos da minha loucura,
que minha boca por ora lambia.

**
Envoltos pela tua cintura,
sentirás o toque da minha mão,
com mil metros de altura,
voarás como um pavão.

**
E os céus com seus cristais,
farão de ti um belo astro,
nos teus olhos serão sinais,
de um amor puro e casto.

**
Na ausência desse amor,
sentirei ardor nas veias,
nesse vestido cheio de glamour, os meus olhos encandeias. 

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Digitações

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"Digitações"

As poucas palavras que eu digito,
são meros desabafos e suspiros,
que se soltam entre os dedos e os firo,
sentimentos e afins que admiro.

Poucos sabem o que significa escrevinhar,
mesmo contendo pouco conteúdo,
esta forma que eu tenho de salivar,
é melhor do que simplesmente ficar mudo.

Digitações em folhas de papel,
esborratam e deixam tinta nas mãos,
parecem manchas feitas com pincel,
numa imensa estrada de senãos. 

Quando os dedos gritam por descanso,
e ainda a noite é uma criança,
o tempo passa e me torna manso,
pego na caneta e começa a dança.

Tropeço e caio imensas vezes,
em linhas tortas e quadriculadas,
pois a escrita tem os seus reveses,
os sentimentos chocam com as palavras.

Este amor pela minha caneta,
já vem de Vénus e Plutão,
fico a babar por tinta preta,
limpo a boca ao mata borrão.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte 27/04/2020

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Ensinamentos

 

"Ensinamentos"

Vou-te ensinar a meditar,
apagar teus sofrimentos,
pores a alma no lugar,
com alguns ensinamentos.

Encosta o teu ego ao meu,
liberta o teu lado negativo,
num vazio negro como breu,
vais encontrar um motivo.

Na escuridão existe brilho,
que nos inspira e dá razão,
como um campo cheio de trigo,
depois de colhido, dá-nos o pão.

Há vai e vens nesta vida,
que nos tira e torna a dar,
mesmo que não sejas merecida,
para alguém há-de sobrar.

Que seja para quem pecaste,
uma forma de pedir perdão,
é sinal que já amaste,
noutra tua encarnação.

Fica o teu corpo liberto,
purificado das maldições,
lavado com os manifestos,
infringidos pelas tuas acções.

Dá-te como rendida e em paz,
vais encontrar a salvação!
a meditação levita e faz,
sossegar o teu coração.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte 3/04/2020

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Amor de verão

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"Amor de verão"

Este amor com cheiro a maresia,
ainda nos vai fazer sofrer,
o inverno espreita a qualquer dia,
escuta bem o que o mar está a dizer.

O amor de verão é passageiro,
o calor trás o desejo ao de cima,
como se fosse um mensageiro,
a ler a nossa própria sina.

Tu vais partir para o Outono,
eu vou esperar pelo inverno,
agora tudo é belo e morno,
mas nada dura ou é eterno.

Tu és do sul, eu sou do norte,
vai ficar o amor em cada ponta,
vamos partir com a pouca sorte,
e a nossa alma vai ficar tonta.

Vamos deixar vazar a maré,
e levar o nosso destino com ela,
ficar o amor tal como ele é,
nesta estação de verão tão bela.

Cristina Ivens Duarte 1/04/2020

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Murmúrios Liláses

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"Murmúrios Liláses" 

Ofereço aos meus olhos murmúrios liláses,
de colheitas de amor e pensamentos desfolhados,
confinados só para mim, são leves como aves,
que o cheiro a jasmim, deixa os pássaros pasmados.

Legítimos segredos, sem malícia ou dor,
contornam o meu corpo, docemente baunilhado,
que os ventos marítimos, carregados de amor,
aguardam por mim neste jardim encantado.

Confinada ao tempo, com tempo sem fim,
me perco perdidamente, em murmúrios liláses,
abastecida de encanto, que se decifram para mim,
como grandes amantes, em beijos fugazes.

Com metáforas e hipérboles, acho tudo tão lindo, 
uma mistura de prazer, com o encanto do momento,
sem querer, a minha face vai sorrindo, 
e apaixono-me loucamente pelo tempo.

Cristina Ivens Duarte 18/03/2020

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Marsoalex

Apesar da distância, foi criado um elo de amizade através da poesia. Como uma presença em nossas vidas, nos abriu as portas da magia das letras e da imaginação. Os meus profundos sentimentos e saudades infinitas.. Que perda tão dolorosa!!! Envio-lhe flores para o paraíso. 😭😭😭💜💜💜🙏🙏🙏🙏🙏

 

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Felicidade Por Um Dia

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Felicidade por um dia

**

Embora às vezes eu não tenha a

certeza,


de que a felicidade um dia

acontece,


há lugares onde não mora a tristeza,


só o sol, que me espreita e aquece.

**

É um vale aonde costumo ir respirar,


e cheirar aquele pozinho que faz rir,


que me esqueço por um dia de

voltar,


e agradeço à felicidade por sorrir.

**

Afinal a felicidade sempre existe,


em lugares aonde o cheiro faz

magia,


sobre um rosto, um sorriso não

resiste,


a um sonho e cheirinho a poesia.

**

Para lá caminho e me esqueço de

voltar,


não há horas, nem minutos a seguir,


tem relógios que param de andar,


e a vontade de nunca mais de lá

sair.

**

Cristina Ivens Duarte 4/03/2020

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O Meu Retrato

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O Meu Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
Tão triste, tão vago, tão magro,
Nem estes olhos tão longes,
Nem o sorriso tão amargo.
**
Não consigo bradar o meu peito,
Que por frieza, engano e distancia,
Morre, mirra, imperfeito,
Como a fome de uma criança. 
**
Eu não dei por esta mudança,
Tão cegas estão as minhas rugas,
No espelho, ficam as lembranças,
No tempo, as palavras mudas.
**
Compreendi que os amigos que fiz,
Não me fizeram nada, além de inquietude,
Não me cantaram como ser feliz,
Nem nos seus corações eu coube.
**
Antes que as mágoas me façam sangrar,
Nestes versos eu choro em palavras,
Em pranto fica todo o meu pomar,
Desertas ficam as minhas lavras.
**
Cristina Ivens Duarte-03/03/2020

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As páginas não podem chorar!

As páginas não podem chorar. 

**

Consegui vir à tona,
Depois do barco naufragar,
Na fortaleza de uma Dona,
Não é permitido chorar.
**
Nem sequer a água é molhada,
Nem a dor, uma lágrima,
Não é tristeza estampada,
Não é papel de uma página.
**
As páginas não podem chorar,
À noite, sem marinheiro,
Ficam à espera para sonhar.
**
E quando o farol se acende,
Vem a rede do veleiro,
Que me prende, para me salvar.
**
Cristina Ivens Duarte 2/03/2020

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Os meus passos

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Meus passos

**

Já vou começando a caminhar,


Sem te sentir na minha lentidão,


Na minha pele do avesso,


Na agonia de cada pêlo,


No preto e branco do meu jardim,


Nas folhas caídas no chão,


Tão esquecidas de mim,


Que me esqueço quem és!


És o dia, és a noite cintilante,


És o mar, és as marés,


És o vento, és o moinho meu

amante.

Que por de trás do sol exposto,


No infinito do teu caminho,


Fazes moer o meu desgosto,


Tornando-te pó por instantes.


Não foi só por afeição,


Do teu rosto castiço,


Houve toques com a tua mão,


Que pareciam feitiço.


Nao choro mais não!!


Quero ouvir nos meus passos,


O aceno dos meus braços,


Até mais ver, chorar mais não!!

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Cristina Ivens Duarte 29/02/2020

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Sinto a tua presença

  • 3810254274?profile=RESIZE_710xPenso que já consigo acreditar, 

Na tua partida sem o aviso de Deus,

Na chuva forte, do chão a deslizar, 

Ele Quis assim o teu fim, o teu adeus.

** 

Será um adeus que não é para sempre, 

Porque na terra tens sempre o teu lugar, 

A nossa alma tem uma longa corrente, 

Que dá para ires ao céu e voltar. 

**

No quente da lareira a arder, 

Há uma labareda que conversa comigo, 

Tem os teus lindos olhos de morrer, 

 Que fico perdida e sem sentido. 

**

Contigo e nos teus grandes braços, 

Os meus medos, se tornaram menores, 

Mas os beijos ocuparam todos os espaços, 

Que tornaram as saudades cada vez maiores. 

**

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte 9/01/2020

Em memória do meu marido que faleceu de súbito. 

 

 

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CPP