E a estrela brilhou
Numa infinita espera
Percebi como andarilho
As estrelas opacas à espera
Da magia de seu brilho...
Fitei o céu em desatino
E verti gotas de saudade
Do meu anjo pequenino
Que procurava debalde...
Antes da estrela vespertina
Tudo era triste e cinzento
Corpo isolado, cerrada cortina
Momentânea paz no aposento...
E não se via em algum lugar
Do distante firmamento
Um esmaecido e suave piscar
Porque na terra era só lamento...
Num instante, uma mão angelical
Reacendeu o brilho nos astros opacos
Que se estendeu no etéreo manto
A luz resplandecente dos astros...
E a minha estrela refletiu seu brilho
Na face pálida, esquálida, em pranto
Da mulher que trazia no colo o filho
Para saudar a Ave Maria co’um canto...
Mena Azevedo