Orquestrados sorrisos gargalham no Esteio de um verso insuflado de alegrias Parafraseando até o silêncio incauto, precário Suturando cada dia com tantos abraços solidários
Ventila a primavera seus perfumes refrescantes Banhando o relento da noite que madruga astuta e traficante Dissolvendo e alimentando o amor no húmus das palavras Plantadas no regaço de cada rima convergente…sufocante
Nas primícias da esperança que nos une assim vivificantes Esgueiram-se pelas frestas do tempo aquela solidão inerente nutrindo As oferendas do teu sorriso onde me alimento aplacado e inebriante
Arguta ficou a saudade à coca de novas solidões recidivantes Embaralhando nossos olhares instilados de bebedeiras apaixonantes Escorregando pela caligrafia das ilusões ardendo, ardendo instigantes
O que resta desse amor correu Prá beira do mar e ali estendeu a passarela Do silêncio a apaziguar para nos ventos andantes Todos os abraços apadrinhar
O que resta desse amor Foi uma viagem sem ida nem volta Abandono total numa ilusão de abraços perenes Dimensão tridimensional do amor em comunhão Imersão do tempo amarrotando os socalcos das Saudades clonadas deixadas afundar no Galeão das tristezas profanas reclusas
O que resta dessa amor Perdeu-se no momento… naquele preciso momento Onde a suave expressão do silêncio prolongou seu Eco aviltado brincando entre os dedos da paixão Engarrotada em gomos de solidão
O que resta desse amor Deixou a guarida da vida mais só…desnuda Estirada entre os lençóis dos desejos exaltados Sintonia de todas as harmonias e beijos acossados
O que resta desse amor Pernoitará sempre no brilho dos teus olhos Cegueira minha que busca uma luz adiada Rastejando entre o inacabável sonho que decora A epifania de uma oração quase enlutada e a Fronteira das recordações coagidas e tão excitadas
O que resta desse amor Foi ilusório e cinegráfico, utópico e lesto Ignição instantânea do amor despertando o pacífico Espasmo do tempo sibilando fascinado e vívido
O que resta desse amor Foi trama final no corrupio de palavras e gestos Aportando o estimulante dia feito cenário de Todas as revoluções e protestos Foi decapitação da escuridão medrando no Incesto momento em que fiz este manifesto
O que resta desse amor Nem me é molesto dizer deixou-me na penúria À revelia de uma saudade penosa e arguta Fez-se prostrada e sofrida, prostituta Anseio de um querer que padece entre os ramos Da solidão pendurada…em fúria
O que resta desse amor Saiu correndo pelos safaris das minhas ilusões Fez um plágio de versos sem pudor Amanheceu viciado de desejos retratados com rigor Ficou no anonimato do tempo deixando no currículo Da vida um poema maquilhado de esplendor
O que resta desse amor Deixei nas autóctones distancias do tempo Posando teu ser no turístico momento onde Navego, navego incutido num vento de feição Elástico e tão místico
O que resta desse amor Ficou cristalizado no magma das saudades Embrulhadas em papel florido de mil ilusões Arrumado no compartimento onde vegetam enfáticos Todos os meus sonhos privados e lunáticos
O que resta desse amor Foi aroma volátil…um absoluto silêncio Arrancado a ferros no divã da solidão Um apático adeus agrafado aos gemidos Apoteóticos…aritméticos... em reclusão
É património desta humanidade onde O sonho peregrino feliz gemeu acomodado Aos bastidores da vida numa precisão de olhares Valsando orquestrados Em dribles de cumplicidade colorindo os sonhos Que baloiçam assim adestrados
O tempo solidificou os dias numa mímica de palavras Primaveris, artísticas e orgásticas Alimentou a fisionomia da manhã que se espreguiça Vaidosa, ilustrando a vida despertando fantástica e charmosa
Lugar comum se tornou o dia que gora nasceu A noite que valsou entre a 5ª sinfonia de abraços seduzidos E o renovado milagre estético orquestrado sob a batuta de um verso Ritualista pulsando de inspiração semântica e tão surrealista
Na meiguice de uma manhã matreira deixo O sol entrar pelas persianas dos meus silêncios Estendendo seu naipe de luzes majestosas buscando O epicentro de todos os desejos onde nos embriagamos Ornamentados, estupefactos…eternamente homogeneizados
Queda-se todo o silêncio da alma prostrada deixando o Profundo ser do ser quase insano inflamado e indomado São estados do mesmo sonho onde preencho os vazios Bolsos da solidão hibernando pelos ecos e alamedas deste Embrionário verso inconformado…em ebulição
Hoje resta só uma ovação de lamentos tamanhos…abismáveis Confinada a esta estrofe peregrina penetrando nas entranhas Do tempo onde sucumbo legitimado no sombrio sótão Da solidão incontrolável, hermética,íntegra e inadiável
O perfume do silencio palpitará entre Todos os paladares degustados num Medonho dia onde se despenhou um Lamento implícito e tão tristonho
Ali repousam vagarosos e improvisados Todos os cânticos inéditos e recônditos Ovacionando os instintos esbatidos num silêncio Explícito e afoito amadurecendo o ovócito da vida Clonada irrompendo majestosamente confeccionada
Nenhum verso será jamais meu É património desta humanidade onde o sonho Peregrino feliz gemeu acomodado aos bastidores Da vida numa precisão de beijos e abraços Patrocínio deste amor repleto de cumplicidade
Desenho nas linhas das tuas impressões O verso ledo e faminto vagueando entre as Conexões digitais do tempo que passa assim Num concluio de ilusões escasseando
Assim fotocopio e imprimo cada sonho escapulindo Pelas encostas desta solidão velada numa Desdenhada noite inundando a indefesa tristeza Morrendo massiva e quase sedada
Na linha imaginária do tempo, por lá Afloram todas as fronteiras do amor Destino traçado no passaporte da vida Recriada , vadiando sorrateira, emancipada
Ficou silencioso aquele rabisco de um chuvisco caindo Sinuoso pelos batentes desta solidão destelhada Alinhavo costurado delicadamente num verso carente Cingido e abençoado no engendrado desejo perdido nas Calendas do tempo impetuosamente do tempo despojado
Que antídotos fabricamos para a tristeza Quando em lágrimas ela apenas cimenta A solidão que se agiganta e suscita tanta incerteza?
Que lágrimas derramarei em minha poesia que Pranteia dentro destas palavras destras descobrindo Todas as transparências da noite maestra orquestrando Soluços vestindo a pilastra do tempo quase amestrado?
Prostra-se uma lágrima num rol de memórias iletradas Emplastro deste vocabulário sedimentado numa palestra De ilusões derradeiras e cadastradas
Assim expus o silêncio confinado, maltratado Desventrando paixões que ficaram incrustadas Numa lágrima linchada, vagueando na antecâmara das Confissões mais compenetradas
Pelos olhos amendoados de um sorriso casto Deixo laqueado o sonho embrionário revelado num Gesto ou súplica aconchegada à placenta do tempo Onde se queda o imperceptível silêncio combalido Sangrando no endométrio deste meu uterino verso Engravidando a saudade assim tão fetal
Jazem perdidos os ventos de um desejo intenso Ali cerzido, patenteado…num grito alienado, e letal ficando Nós assim mais fecundos tatuando cada artefacto do amor Em estado de graça acenando um indeciso e melancólico Adeus indigente irredutível e fatal
Oculto agora o significado das palavras Rudes e indivisíveis, dispersas pela enxurrada de versos intrusos condenados ao degredo de uma ilusão inflexível Percepção da existência que se escoa irreversível Rodeada de abraços flanqueando a vida pelejando Capítulo a capítulo qual elegia de fé assim indiscritível
As lágrimas das saudades perfumam o mural Onde escrevemos o condoído silêncio ausente Despertando todas as maresias que inalo em ti Entranhando-me genuíno, astutamente exequível No marsupial desejo palpitando irresistível
O sol nasce sempre radioso e colorido Estendendo seus calorosos e embriagantes raios Pelo tempo mais ébrio e ladino Domando aquela manhã aveludada que se Esgueira comungada neste sonho tão felino
A poesia descobrimo-la nós pincelando todas as Margens de inspiração fluindo desgarradas pelos Socalcos da vida abrigando a volúpia dos mesmos sonhos Acontecendo implodindo na clandestinidade de um carinho Comovido às vezes descartável…outras quase absolvido
Nunca é tarde Para demover cada hora em fuga pelo tempo Aditar à duna dos meus silêncios uma ampulheta De lamentos escorreitos remexendo nas poeiras Graciosas guerreiras onde embalsamei a vida antepassada Multiplicando cada distância mais movediça e traiçoeira
Nunca é tarde Para soltar as amarras da existência onde congrego o Pseudónimo de todos os meus versos levados assim na Esteira do tempo esbofeteando a difusa luz conjugada Na toponímia das palavras desarraigadas pautando Cada polegada da vida gesticulando emancipada
Nunca é tarde Para gerar o aspectro ascético de cada desejo Bailando em coreografias íngremes frenéticas Antro da minha nudez ansiosa salivando Sequiosa no ventre idílico das utopias que soletro neste Multifacetado tempo erótico e tão malicioso
Nunca é tarde Para vislumbrar-te genuína entre a fauna dos Meus versos assim vertiginosos e o corpo Ganindo raivoso amadurecendo todas as alquimias De amor refinadas numa orgia de beijos quase intravenosos
Nunca é tarde Para inebriar-te com palavrões degustados No mais fiel e requintado verso que geme poético Acoitar-te ali perto do meu silêncio mais estético Para depois ressuscitar entre todos os actos de Fé mais eclécticos
Nunca é tarde Para sonhar-te dia e noite convertendo Os solitários itinerários das nossas sombras em Reencontros harmoniosos mesmo que proibidos…grandiosos Gemendo requintados…sempre voluntariosos Mesmo que deserdados e beligerantes…amanhã e sempre Pra sempre deliciosos e empolgantes
Qualquer hora passa despercebida alheia ao tempo Que se envolve nas teias e gemidos de cada segundo Inviolável e inebriante deixando-nos inconsequentes Distâncias algemadas à moldura do silêncio tão eloquente
Vesti a vaidosa noite com luminescências e emoções Cartografadas num olhar repleto e lambuzado de divagações Traços esbatidos na hipnótica existência onde abrandamos Todas as saudades inquisitoriais que tentadoramente recriamos
Empobreceram-se os céus pingando sua alma no ribeiro Do tempo onde se afogam mágoas e lamentos vestidos Por aquela solidão indiferente arando os sonhos que pernoitam No regaço dos instintos natos e prepotentes
Quando chegar ao fim do caminho pagino-te todas As minhas andanças lunáticas feitas no trajecto De vida onde se reaproximam as margens das lembranças Escritas em versos dissidentes…remoto e algoz momento Onde sítio e deposito todas as minhas esperanças
Indisciplinados e indulgentes soerguem-se os sonhos Camuflando sem empecilhos as nossas ausências Deambulando nos delírios predadores monitorando Os resquícios de um beijo roubado na curvilínea Nesga de tempo entreaberto à espessura de uma breve Sílaba miscígena, fragrante e endógena
Toca o clarim do tempo desabitando os latidos da Luz vivificando o semblante dos encantos despertando Numa delicadeza ímpar insurgindo-se pontual ao enluarar Cada sorriso que se desfralda de par em par
No espectáculo dos sonhos irreais capitulando No crepúsculo magistral pranteiam gotículas de amor Sorvendo todos os perfumes que zarpam deste jardim Relampejando de coloridos beijos tão intemporais
O silêncio aprontou-se para a festa deixando As sílabas dos ecos castiços empoleirados numa melodia Inspirada, subtil escancarando os desejos omnipresentes Recriando a poesia revigorada…complacente
Brotou do arco-íris a elíptica coloração virtual dos azuis Geniais onde se manufacturam os sonhos entrincheirados Num sussurro à mercê das saudades tão colaterais Implorando um abraço mesclado e laborado com sabores integrais
No estilo poético das mais nobres divagações Evoco a sublime coreografia dos versos solitários Misancene das inspirações inquietas deambulando No proscénio das minhas alegações finais onde dou Guarida a esta fé tatuada numa oração quase irreal
Dentro do silêncio sitio todas as brisas coniventes Atapeto os caminhos desfilando no vácuo dos sentidos Mais irreverentes…inexplícita luz brotando no ténue momento Onde resguardo meus versos redimidos e confindentes
Dentro do silêncio asfixio esta dor que se deleita com Os meus desassossegos mais veementes Descalçando cada sonho que vislumbro no conforto Do horizonte impávido depurando a vida engavetada Na masmorra da saudade tão complacente
Qual artífice das palavras acocoradas na arte Pomposa deste meu vocabulário geométrico Monto meu puzzle de verbos e versos esotéricos Polindo o perfeito sonho onde porventura esvazio Todas as rimas viajando dentro deste silêncio obcessivo Enfático...percussivo
Levantou-se o silêncio delicado penetrando num Olhar salpicado de ternura…plantando no tempo a Essência do amor envolto em corações corporificando Toda a delicadeza comungando pacificada
À deriva deixei as noites a navegar ininterruptamente Temperando o vento que soa em rajadas tonificadas De beijos assim deliberadamente mal a mordaça do silêncio Esvoace exonerando-se num anseio efusivo…solenemente
Brasam estes versos latindo solitários incontidos Espalmando cada palavra inconfessável…assentindo o Frágil e magnânimo lamento que ali fenece redimido
No restolho dos dias imemoriais cremo a solidão Envergonhada que desponta convergindo num sorriso Imperial galopando na assépsia deste silêncio quase irreal
Inconsolável e morosa chovia Uma chuva miúda… miudinha caindo Em bátegas de emoções escorrendo breve Brevemente pelos telhados das mesmas solidões Ininterruptas…varrendo o profano silêncio Sepultado entre novos capítulos de tristezas E aquele atarefado e lúgubre dia aninhado a Este poema que jaz asfixiado num luto súbtil Capitulando tão absoluto
Tenho somente a omnipresença da noite Minha companheira das ilusões quase fatais Onde descortino no breu da infinita escuridão Aquele grosseiro adeus estacionado no subversivo Olhar ministrando as condolências que deixei No manuscrito da vida escapulindo sem indulto Nem reticências
No anfiteatro dos tempos murmuram agora Os segredos pérfidos denegrindo o silêncio Complacente acampado ao redor dessa luz Redentora e felina…quase indiferida, marginalizada Descanso das minhas saudades qual recreio De uma lembrança assim potencializada
E quando a lua acender seus faróis e a noite Em si recrudescer a endémica treva dos tempos Guarneço-te de versos deslumbrados numa Ablepsia de silêncios selectos escalando cada lisonjeira Gargalhada escrita num verso engarrafado na fábrica Das minhas inspirações mais matreiras
…Assim ligeira a alma inteira soçobra no enredo Magistral das memórias adoptivas e derradeiras Sarau festivo ou desígnio das minhas ilusões mais desordeiras
Tudo pode acontecer numa hora certa Incerto é depois o destino que desacerta O consumível tempo que agora desperta Na fogosidade da infinita imaginação em alerta
Estamos todos nas mãos do tempo Contemplando a milimétrica hora escapulindo À existência perene amanhecendo no binómio De cada segundo que fenece neste meu manicómio
Décadas séculos, milénios deixam o silêncio quase Antiquado esvoaçar num contra relógio intemporal adormecendo O fuso horário onde se reinicia a eternidade de cada tempo Jazendo no corolário de um sonho que desperta neste cenário
Envelhece o tempo na inteireza de cada momento alimentando As artimanhas de um jet lag que vegeta ansioso insuspeito De Norte a Sul até aos confins do imaginário acerto o nanómetro Dos sonhos onde adormece cada decímetro pictórico de uma hora satisfeita
É na criatividade dos prazeres festivos que centilam atómicas Horas monitorando a eunomia da vida onde com brados cada segundo Se secunda das paixões meridionais alongadas pela pontualidade Que uma simples hora redescoberta acoberta
E depois do tempo… O tempo escreve seu folhetim velando A solidão que desponta em mim Tantas são as ausências ali prostradas Esquadrinhando cada remendo dos silêncios Esguios, misericórdios assim aprisionados
É tempo de seguir o tempo que se esgueira súbito Abandonado no colo da farta tristeza sancionada Num lamento caminhando afeiçoado ao relevo Das saudades patrocinando a luz da noite Que morre mística, comovida…clonada
Neste código de silêncios onde supervisiono Todas as solidões do mundo purifico cada Desejo numa catarse de amor regurgitando A plenitude das tuas essências perfumadas Inflacionando de beijos e carícias aquela Mítica mágoa deambulando resignada
Abeirei-me das escarpas do tempo onde Degluti meu destino rude fugindo hábil Pelo ventre da noite, qual despacho mais Lúcido de um verso retocado, alucinado Drenando as palavras onde me deleito condenado
Agora por fim abstenho-me das incógnitas ilusões Que passeiam na destra hora onde retoco E estrangulo minhas desilusões Ficam em reclusão os fragmentos de tempo Vigiando teu adormecer num instinto Mago, sensorial…devoto e maternal
E depois do tempo…outro tempo virá E que chore até a saudade mais estonteante Para que as margens bucólicas do tempo Se estreitem ondeantes engolindo lentamente A perfeita fusão da vida que agora se regenera exuberante
Aqui jaz a noite depois de deglutir a luz que desperta Desatinada galopando pelos pastos do tempo rebelde Esvazia-se labiríntica embalando a escuridão meticulosa Subtraindo cada penumbra de vida que fenece assim tão miraculosa
O eco de um sorriso brejeiro invade todos Os despertares da melancolia matreira Flagela meus versos derradeiros, perfumando Cada corriqueira lágrima deambulando forasteira
Profano o tempo se preciso for, pedindo à alucinada Noite que desvende as vontades em extase marinando Fascinadas pelas perífrases destes versos insanos Tatuados em fantasias onde te desvendas flamejando
A cidade ao longe adormece agora aprisionada a um Grosseiro gomo de luz escapulindo na vigília da noite Apropria-se o silêncio das locuções verbais apaixonantes Dos seres que se entregam irremediavelmente ígneos…crepitantes
A solidão prostrou-se ali fitando o Perfil ígneo de uma sombra reluzindo no breu Das escuridões qual requintado cântico plangente Açoitando o silêncio florescendo numa prece conivente
Deixo as melancolias pousar nos ramos do tempo Onde com vagar divagam todas as carências de Uma saudade trajada com tantas reincidências Esquecidas num queixume breve e sem reticências
Ficam os registos do tempo passando esporadicamente Alimento deste subalterno silêncio rugindo afeiçoado A este verso embebedado no frescor de cada Afecto unanimemente corroborado
Telepáticas pernoitam as luminescências de uma noite Pintada nas minhas memórias mais egocêntricas onde Serenam depois as ondas intactas de uma Quietude icónica…excêntrica, estupefacta
O brilho dos dias arredonda-se entre as falanges Do silêncio que emigram pelo táctil e saboroso tilintar Da luz abanando minha solidão deontológica Semeada entre sonhos e desejos que minuto a minuto Em teu ser gentilmente a vida deflagra assim analógica
Tenho meu lugar no tempo marcado na arquibancada Dos céus ecológicos ceifando todas as esperanças Que desaguam na pátria dos meus amores genealógicos Bandeira das minhas sílabas poéticas pintando os perfis E o design onde teço aquele beijo desgarrado e tecnológico
Vou enterrar de vez esta fantástica noite que perdura No lugar do tempo Desembarcar no semblante do teu olhar e cogitar-te O design de uma lágrima demorada, dissecada entre aquele Adeus tão simples que ainda agora desejo lembrar-te
Sei como é difícil domar estes profanos sentimentos Paleológicos gotejando à flor da pele…quase patológicos Porque a saudade me deixou em fúria deglutindo As palavras dolorosas banalizadas ante o silêncio que Desabotoa a madrugada que se ergue feliz, ilesa Cirúrgica ,nevrálgica…audaz tão coesa e voluntária
Na periferia do silêncio pernoitam uma Vastidão de olhares súplices reflectindo Um pulsante lamento, presumo eu, embebedando Esta noite cúmplice que se perpetua farsante Desfraldando um sonho incandescente e possante
Recém chegada A noite inunda o perfil Do tempo suspenso numa densidade De lamentos acometidos e aconchegados Aos gemidos silenciosos soçobrando homologados
No chilreio da madrugada encontro sorrisos Levedando na face da lua que espreita Meus versos se excitando…desapego de Uma saudade debruçada no tempo hibernando
Transborda a esperança regando meu jardim Da fé onde se coam orações com tamanha pujança Até se apagarem as solidões rondando de soslaio A vida, em fuga pelo silêncio abissal,em festança
Deixo a cegueira dos meus olhos verem somente O espectro do teu ser passeando no limbo de todas As ausências infinitas…oh submersa ilusão vestindo As alvoradas explícitas com beijos deixados de infusão
Cozinhei dois dedos de conversa Numa cataplana de silêncios Deixei em lume brando o tempo açucarado Pernoitando na sobremesa dos desejos
Um pitada de palavras aqui…um verso Caramelizado acolá e a rima embebedada Refoga todo o amor nutrido num beijo regado Com um suave Bordeaux maduro frutado
Na ementa da vida preparo as palavras Apiritivadas com doçura num cocktail de acepipes Flambando qual iguaria de um príncipe
Com um Porto Vintage rego as emoções numa ceia frugal Meu desjejum nocturno crocante e substancial, qual cardápio De sabores que merendo numa pitada de silêncio tão comensal
Recheio por fim o silêncio com ecos saborosos de um repasto Sublime deixando em banho maria este banquete de ilusões Suflê ou fondue apetitoso onde me refastelo deleitoso
Nesta osmose de silêncios profanos Passeiam descalços sorrisos na Simbiose das metáforas acariciantes Metástases diluídas em palavras recicladas pela Anatomia de um olhar poético…inebriante
Depus o quântico momento a teus pés Assim de rompante sangrando ainda a noite Absorta num sonho assíduo, retrato do rebuliço Desejo encastrado no púlpito de um verso Que morre quase anónimo e abstracto
Deixo-te esta missiva implantada no ónus Do tempo recluso…entropia desordenada musicando todos Os silêncios onde tropeço no recato momento recôndito De um sonho esquecido na marcha fúnebre da vida Espasmo delirante qual desejo prevaricando proscrito
O choro embeleza o breve olhar espelhado nas faces Enrugadas de uma sombra sensual decompondo o cinismo Deste tempo que disseco em cada estágio nocturno reflectido Num segredo gesticulando inefável, explícito e incalculável
Dilaceram-se os dias excitados vibrando no enleio De um cântico inenarrável precipitando esfomeadas Gargalhadas convertidas nesta fé Inexplicável e contemplativa Rasgando as vestes do amor e da solidão assim Patenteada e apelativa
Segredos proscritos…erigidos na herança Dos meus silêncios agora resignados Parindo um gracejo que se refastela No hexágono momento onde procrio o amor Exposto no mausoléu das paixões que recrio