Posts de Frederico de Castro (1262)

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Qual destino... tão clandestino

Tenho este destino

algemado na tua quietude

sempre em viagem

sempre na plenitude

do tempo em fuga pra

outras latitudes

 

Tenho só a esporádica saudade

me atiçando de rompante

fluindo pelo talude dos silêncios

onde renasço a cada instante

a cada acorde sublime de vida onde

musicamos todas as madrugadas

num réveillon quase excitante

 

Entre sussurros  temperados

de magia

pernoito neste verso devorando

a quietude de cada sossego

onde te descrevo

em felinas coreografias onde me

aconchego

 

Respiro o dia saboreando-te

em calmarias

vivifico-te em cada momento

de tempo onde se desmascaram

e se flertam  nossas meditações

reencontradas na nudez de cada

palavra revelada em insinuações

 

Deixa o dia fluir

plenamente acalentado

adormecendo a quietude dos

meus desenfreados cansaços

 

Deixa o tempo contemplar-nos

uma vez mais

num alvoroço de abraços

onde aliviamos as saudades

esquecidas em cada recanto

de luz  ornamentando

os dons de vida

correndo ao nosso encalço

sedentos de desejos tão requintados

 

Frederico de Castro

 

 

Saiba mais…

Sem adiamentos...

De tanto adiar

cada letra refugiada em mim

despoletei uma repentina

onda de versos faustos

tragando toda a faminta

noite que se esgueira

madrugando extinta


De tanto reviver apressado

desencontrei-me em cada resposta

adiada

algemei-me só em tuas carícias

onde me liberto despindo cada eco

que a noite engole e requinta


De tanto adiar

as tuas estações frutíferas

colhi nesta sementeira propícia

todas aquelas canções

trovando a doçura de uma salmo

escondido em tuas sombras inebriadas

galgando as escuridões onde

me embebedo em boémias

vindimadas com cachos de loucura

em autêntica disritmia


De tanto adiar

o dia, até perdi teu

entardecer

deixei o sol morrer

ali pertinho

do poente onde nossos

beijos

tardando também morriam

como a luz que se esvai no

silêncio brisado

sedento de palavras de amor

que pra nós

em maresias confidentes corriam


Não sei se tenho

mais que adiar o amor

soprando-o no teu ser

apetecer-lhe todo tua

integridade delicada

redundar

versando cada desejo

na eternidade do tempo

que faminto alegrias por ti

invento desperto e cortejo


Frederico de Castro

 

Saiba mais…

O tédio do silêncio

 

Os olhos olhando-te

repousam serenos

na consolada alma que

me tinge os poros de coloridos

cantos perfumados com tua graça

esbelta,desafogada

em que revivo cada instante perene

que corre em tua peugada




– O mar esmaga-me nas ondas

continuas que flamejam de emoção

A vida em fuga

tornou-se um tédio

em silêncios subjugados


- O sonho

a concepção eterna, genuína

que germina, puríssima

almeja toda aquela

alegria que viceja impassível

às portas desta Via-Láctea

formosa e tão empolgada

onde pela luz suave

que nos alberga a vida

te deixo uma polegada de tempo

fecundando a luz

perspícua

nesta quimeoterapia morrendo

 no poente onde convalescemos

depois tão estonteantes




– As saudades, essas

vão morrendo assim

cada uma a seu tempo

esboroando nos ventos o mesmo

frescor de vida deliberada

entre nossos céus barricados

na esperança que morre lenta

inesperadamente assim sugada

 

– Irei depois retractar-te 

alagada em lágrimas

que me ofertaste 

num cálice dissimulado de ternura

até romper a aurora

levedando-te feliz

e com estas palavras de amor

que se perfilam no leito desta poesia

onde nada mais sobeja

que não o tédio do silêncio

habilmente escondido, sossegado

num punhado de ecos consumindo-nos

heróicos,

latindo, carentes, iminentes 

num tempo que foge pasmo

enfermo e sem qualquer prognóstico


Frederico de Castro

Saiba mais…

Culpado ou inocente

São ternas as noites
e longas as insónias
que fotografo na moldura
de um raio de sol adormecido
entre madrugadas tecidas
em vagas de solidão mareando
o tempo com candura


- Apetece-me só
permanecer entre teu regaço
imigrando nos alados beijos
que me deixaste em recato

- Este é só meu jeito
de dizer
como mergulho nessa luz
abraçando-te num soberbo
sorriso
que pousa na tua pele
incendiando nossa temperatura
libertando o dia que
fenece em silêncios e súplicas
de loucura

- Nem sei mais
se imploro por um sorriso
qual unguento feliz e travesso
ou
se em ti me converto
em homenagem arquitectada
entre margens de um rio
onde saciamos os silêncios
exterminando o sequioso tempo
em fuga felina…quase tão derradeiro


- São pequenos passos
convergindo na fragrância
da noite onde assumimos
a culpa ou inocência
onde
digitalizamos cada sonho
fotocopiado em excertos
coloridos de emoção e conivência

- São ecos do coração
 batendo sorrateiros em taquicardia 
prescrutando no monitor dos dias
o endereço das distâncias que
sossegam tantas arritmias                                                                                                                                                           desfibrilando de emoção


-São sombras vaidosas
que se vestiram nos destinos
da noite coreografada num poema
quase clandestino
não fossem tuas lágrimas
o oceano onde me embebedo
destas manhãs sem trajecto
nem instintos
apenas nós
habitando-nos famintos
arrastados no sopro febril do dia
equatorial e tão repentino

Frederico de Castro

 

Saiba mais…

Tempo de afectos

Despeço-me dos afectos que

se enrolam no tempo

turvando o olhar que divaga

em ondas insufladas de esperança

chicoteadas com tanta fragilidade


Contento-me em atar

os meus destinos

ao final de uma eternidade

que nos acena no indigente

dia que morre quase felino


Aceito cada gomo de solidão

como quem destranca todas as portas

deixadas entreabertas no limiar

genuíno de cada beijo trajado no anonimato

de todos os ecos costurados em sofreguidão


Na elegia deste adeus

me afasto na escuridão

ou na meiguice do teu perfil

onde apréguo mais que os silêncios

a tua essência matreira

prenhe de emoções quotidianas

moldando-nos a todas as

homenagens validadas no tempo

que urge tácito

neste Outono perene e tão pálido


Vou deixar por instantes

que adormeças todos os meus céus

algemando a luz como troféu

pousar em todas as minhas luas

amadurecer todas as minhas ternuras

como a fé que se propaga marginal

entre a baínha de tempo

e as paisagens que afloram nos ventos

e rituais de eterna formosura


Vou ficar quieto

até sossegar a alma que se

gera em cada excêntrica hora

de aventura

Vou confiar na imaginação que

cruza cada inolvidável dimensão

do tempo


Alimentar-me de cada átomo

quântico que decifra meu

vocabulário dançarino

orbitando na magnitude de um

afecto clandestino

onde em acordes de amor

deixo que todo este

cosmos longínquo me transforme

num poema afagado num clamor

de paz, derradeiro…infinito


Frederico de Castro

Saiba mais…

Voo nocturno

Empresta-me teu voo

porque minhas asas

não sabem mais voar

Leva-me contigo

estirando os

gentis céus

onde cavalgam

as aragens nocturnas

de uma noite opulenta

esvoaçando em bandos

de emoções tão sonolentas

Aninha-te entre nuvens

que se derramam em súplicas 

suculentas

bebericando o poente dos teus

silêncios alados

iluminando o doce travo

da noite apaixonada

toda ela minha vida

desengaiolando

e na vestimenta

dos ventos sossegadamente

meu planar ornamenta

Frederico de Castro

Saiba mais…

Pedra nua

Somos pedras fragmentadas,

nuas

nesta rua petrificada

ruíndo penosos ladeira abaixo

ofuscados pelo brilho imenso e granítico

que se gera na dureza do tempo

infatigável e faminto


Deixa que as metamorfoses

coem e sedimentem a felicidade
se diluindo na lava que se derrama

pelas encostas da nossa
imensa cumplicidade

talhada no cinzel enamorado

onde pavimentamos os amores

alcatroados em voracidade


Na pedreira dos silêncios
quebram-se os ecos dos
meus pensamentos

mais criativos

deixados na avalanche de erupções
onde se consolida a melancolia

de um quatzo tão puro e cristalino

que se ergue brilhando

na ardósia das palavras vulgares 

reescritas no xisto meteórico 

onde soterramos a escultura 

deste poema desvairado... eufórico !


Frederico de Castro

Saiba mais…

Porque caminho...

O silêncio segue-me vigilante

acoplado

à vida transbordando de assédios

segurando a tirania do tempo

que me foge,veloz

deglutindo todas as rotas

onde caminho inseguro

rumo à infertilidade dos dias

em trilhas magnificas

evocando um ténue lamento

embalsamado na longevidade

de um beijo trajado de consentimento




– A Sul perdi-me vigilante

de mim

inconformado, transgredindo

todas as alegrias que deixaste

em cacos

repentinamente arrumados

no ócio do tempo

afligido de tranquilidade

embalando a morte

ou a vida que desperta

infalível em cada abrigo

onde repartimos cada

fragmento de cumplicidade




– Era a fome do tempo

consumindo-nos desde o dia

em que te fiz a corte

esfomeado, latindo intempestivamente

saciando-te com juras

bem-aventuradas

consolando-me inexoravelmente

de versos vitoriosos

que deixei guardados

no refúgio intemporal onde

asfaltamos a fé com palavras

confinadas ao amor que nos consome

assim…abruptamente




– Ouve minhas súplicas

enquanto nos contentamos

sôfregos

à luz

de mil sois emoldurados

pela faminta luz que desperta

meus desejos dramáticos

colorindo, os tempos

os dias

as euforias

que teimam celebrar ainda

com alegria virtuosa

a cadência repetitiva das tuas

geniais gargalhadas


- Na súbtil elegância do dia

foste a progenitora que agora

desperta pra mim absoluta

atropelando-me a vida tão frondosa

quando nos resgatámos

uma vez para sempre…sem mais litígios

nem impossíveis

apenas, tu e eu explodindo

numa faúlha de esperança

nos reerguendo inconfundíveis



Frederico de Castro

Saiba mais…

15º 02′ Norte …. 23º 34′ Oeste

Assim me desnudo

repetindo palavras

transbordando aliviadas

de beleza

neste depoimento alegre

viciado literalmente

por tuas safadezas

– Pernoito entre tuas subtilezas

acariciando cada sonho

despido de crenças singelas

excepcionais

porque desafiámos todas as rotinas

do tempo copiosamente vago

que nos traga, insuspeitos

meticulosamente fartos

assim repentinamente factuais

– Juntos seremos mais

descomunais

transpirando nas veias multiculturais

todos os pontos cardeais onde

fizemos nossas etnias renascer

livres

colhidas num silêncio que fala

assustadoramente constelado

deleitado-nos incomparáveis

ávidos,

hurrando embebidos

nestes meus versos meridionais

imprevistos…insurrecionais

Frederico de Castro  

Saiba mais…

Reticências


Eu sei...

falei com toda a minha veemência

deixei uma tangente

nos abraços ternos

de uma perene existência


Tranquei as portas

a todas as condolências

Fechei as saídas da minha emergência

Elaborei mil planos para uma regência

que jamais será decadência

Ela apenas exprime minha coerência

intimada com tua indulgência

oh impaciência

que me deixas sem reticências...


Frederico de Castro

Saiba mais…

Profundamente em ti

Ainda era cedo para a partida
mas partiste,

sem liturgias nem palavras por revelar
deixaste-nos um vazio sem hora de encontro
nem lugar para despedida
mas partiste,

caminhando e semeando
nas quatro estações do amor

um abraço que nunca te dei,

uma lágrima triste que solitária, porém
entoa um hino às nossas memórias,

como anjos que saem pelo infinito céu,

sorridentes, harmoniosos
gratos pelas mil viagens ao colo da Avó Dores;
e assim nos deixaste…
partindo, sem querer...

sem tempo, pra converter nossos sonhos

em realidades apetecíveis
- e depois da partida,

tanta solidão para nada
tanta esperança confidente por revelar
e na perseverança dos nossos corações
sinto...profundamente em ti,
não uma vida que se foi...mas um breve adeus
sem o coração querer!


Frederico de Castro  - ao Ruca meu sobrinho

Saiba mais…

Lágrimas do mar

Abre-me todas as janelas

 sobre o teu mar
 
onde caibam somente as
 
lágrimas em deriva
 
repentinamente
 
em teu seio mergulhar
 
 
Naveguem todos os barcos
 
por teu mar
 
onde a foz se embebeda
 
de amores
 
por amanheceres casta
 
do tamanho de todos os oceanos
 
só pra mim
 
oh tu que ladrilhas
 
o silêncio dos meus beijos
 
afogados em lágrimas
 
de tanto mar
 
 
Vou a cada anoitecer
 
contornar-te as margens
 
preenchendo os vácuos
 
de solidão que fervilham
 
entre suspiros  semeados
 
nos ventos que albergam
 
cada sonho desfiando
 
neste meu pulsátil coração
 
descarrilando em ondas de temperança
 
e louca conflagração
 
 
Deixo que os aromas
 
primaveris sepultem toda
 
a nascente onde jorra o tempo
 
costurado em naperons  de palavras
 
póstumas e refinadas de meresias
 
 
Na longitude mais além
 
quando te contemplo pelo vértice
 
de tempo
 
sei onde me embriagar com
 
cada milagre de vida neste aguaceiro
 
onde bebo todo o oceano
 
e emolduro teu retrato  despindo-se
 
em torrentes de amor numa procissão
 
exuberante
 
e depois lapido cada labareda
 
do teu ser
 
que desejo delirante
 
 
Frederico de Castro
Saiba mais…

Sempre...e para sempre

Sempre …e para sempre
 
me sentirei consolado
 
quando neste poema
 
tua existência feliz
 
em meu ser silenciosamente
 
adormecer
 
emprestando-me um abraço
 
estrito e sem mais limite
 
tão docemente profilático
 
 
Sempre …e para sempre
 
encontro-te de certeza
 
ali me devorando
 
a alma carente
 
e tão desassossegada
 
em fuga ágil pelos beirais
 
de uma prodigiosa palavra
 
que em nós habita feliz e tão empolgada
 
 
Sempre …e para sempre
 
reencontro-me em ti
 
nem que as palavras
 
se percam nos hemisférios
 
mais fustigados
 
deste mundo
 
 
Acordarei coligado em ti
 
num sentido verso
 
que desfibrilha e deambula
 
pelo coração empolgado
 
no terno poente que por nós
 
se esgueira, exalando…feliz e refastelado
 
Frederico de Castro   -   aos amigos de sempre

Saiba mais…

Infinito...tudo

Quando foi que trocámos

nossas confidencias

mastigando doces palavras

salteadas em gomos de poesia

sem mais rompermos o amor

com outras divergências


Quando foi que depositámos

neste infinito tudo

as sombras carentes

permanecendo só em nossos

entes irreverentes uma pluma

de poesia silenciando a soleira

de nossas almas dirimindo toda

a sentença de vida que jaz dispersa

entre todos os Universos que se apressam

em fugas por mim explodindo

perante o olhar de toda a eternidade

que todas as fés do mundo professam


Quando foi que nos deixámos

abraçar naquela noite

onde convergiam unânimes

todos os ensinamentos embalados

numa oração perfumada

por mil felizes e alucinantes existências


Quando foi que o mundo cegou

o tempo parou

o rumo mudou

a liberdade sobreviveu

neste pensamento veloz

que sôfrego invento


Quando foi…nosso infinito tudo

deixado neste momento de tempo

imortalizado em cada milímetro de esperança

colorindo cada hora deste imenso

sedento e feliz comprometimento

Quando foi…?


Frederico de Castro
Saiba mais…

Dançando à chuva

Chove a noite

Em pingos de formosura

Soltam-se ventanias

Em nuvens repentinas

Trajadas de preces

Alinhavando com mansidão

A terra ensopada de gratidão

 

 

Dançam os ventos

num doce frenesim 

Serpenteando a orografia

Pacificada dos nossos seres

Onde o balé de cada nuvem

Se movimenta felino

Em coreográficos salpicos neste

Aguaceiro tão delicado

E bailarino



Frederico de Castro

 

Saiba mais…

Mirada

Trafiquei  a luz do tempo
pulando
a muralha dos teus silêncios
Adormeci o véu da noite
algemando a luminosidade
dos nossos instintos
onde pernoito
esgueirando-me pela mirada dos
ventos
neste palco de unânimidades
quando escrutino o puro
sorriso que trazes rasgando
os olhos da vida
sorrateiramente me devorando


Frederico de Castro

Saiba mais…

Passageiro do tempo

O que preciso lapidar

eu sei

são pedras guardadas

brutas

lavradas atapetando

o corrimão do tempo

por onde deambulo alcatroando

a laje dos dias transladados

de esperança


– Simplesmente outros virão

formoseando minha existência

desenhando em cada folha furtiva

decalcada pela seiva da vida

a partilha de nossas essências

coligadas assim

de forma revelada

tão serena, embargada

apelativa e sempre inconformada


– Noutro tempo

dividido em rimas instintivas

retribuirei cada palavra cheia de lamentos

num segundo quase dissimulado

percorrendo cada dócil lamento

latente

esfomeado pelo doping viciante

onde me reencontro

em recolhimento…

mascarado por tantos equívocos

expectantes

- Noutro tempo em passagem

por ali

emolduramos nossas gargalhadas

travestidas na origem dos silêncios

transitórios, exuberantes

alimentando nossas vulnerabilidades

assim mais redundantes


– Há tantos dias que me busco

e só desencontro...

sonhos empoeirados

meticulosamente endereçados

na imprevisibilidade do tempo

personificando cada roteiro do amor

onde a todos os instantes

matreiros e velados traficámos

ódios,

abraços

clandestinidades

até desaparecermos intrometidos

nesta vida passageira

repleta de tantas insanidades


– Aqui ficarei

envolto nos teus silêncios

onde me rogo em perdões

cada dia

embebedando-me na tua sustentabilidade

aonde até inócua é a liberdade

inscrevendo quaisquer amabilidades

em sedimentos de cumplicidade

acossando feliz

o teu sorriso fantástico onde jaz

meu poema em ressacas de criatividade



Frederico de Castro

Saiba mais…

E agora...

E agora...

 

que te foste

 

fugindo pra longe de mim

 

onde todo o longe

 

é longe demais pra voltar...

 

Não mais  buscarei aquela

 

rima misteriosa

 

onde sei te libertavas

 

repleta de beijos tão evidentes em mim

 

 

 

E agora…

 

que o sol fugiu

 

da realidade espelhada

 

em nossos seres

 

pernoita-me em horas

 

de solidão tecidas

 

pela vidas constantemente

 

em fdesejos entristecida

 

 

 

E agora...

 

Existes tu apenas

 

em meu poema quase apátrida

 

Sê meu mundo original

 

mas sem pecados

 

Humaniza-te com verdades

 

supridas em cada gesto

 

irrigado de amor e cantos

 

eximidos na doçura de um olhar em pranto

 

 

 

E agora...

 

cobre-me apetecida

 

num manto de abraços

 

outrora desencontrados

 

Tranquiliza-me a fome

 

que te tenho e alimenta

 

Perscruta cada tatuagem

 

que chora e amanhece no fio da vida

em vadia
gem

 

 

Revigora-me

 

o ser enlouquecido

 

intimado a existir mesmo que proíbido

 

lentamente reverente

 

por entre as brumas que sossegam

 

as noites vagabundas…incandescentes

 

 

Cinge-me de conivências e conspirações

 

até aliviares minhas emoções

 

linguísticas

 

errando pelo mundo semântico

 

exprimindo-se dolorosa

 

no leito mortuário

 

onde te perdi desse jeito

 

quando me enlutei na solene

 

leveza da noite que fenece

 

em teu dócil estuário

 

 

 

Hoje carrego infinitamente em mim

 

casuais dias errando na caligrafia

 

do tempo…

 

tempo sem rumo nem imaginário

 

porque me perdi distraído

 

desarrumando o relicário

 

e os dias de eternidade

 

guardados num cenário de tempo

 

sem encontrar mais teu itinerário

 

…então…e agora?

 

Frederico de Castro

Saiba mais…

Olhos nos olhos

Deixaste-a
assim, minha vida
olhos nos olhos
na grafia singela
dos meus cantos de alegria
que assim persigo na periferia
desta já longa travessia
assim tu me queiras
sem mais utopias
assim eternos numa
longa cinematografia

Frederico de Castro

Saiba mais…

Será aqui ( aos poetas, todos)

E será aqui que construiremos hinos

a todas as palavras belas

trajadas de versos gloriosos



Será aqui

que algemamos nossas paixões

espiadas na noite purpurina

onde nossos entes se revelam

poéticos e em surdina



Será aqui que edificamos

toda a sabedoria

arquitectada nas doces manhãs

banhadas por amores tão estéticos

desenhados em tamanha euforia



Será aqui onde as pontes se unem

a todas as margens do mundo

que encetaremos um novo caminho

rumo às estrelas

deixando palavras decifradas

em cada esquina da vida

iluminando os amores brutais

acenando ao pacifico equilíbrio

dos tempos desesperadamente virais 


Será aqui que

perfumamos a plenitude

dos silêncios imaginários

onde me recrio colossal

no erotismo celeste estendido

nos varais de cada suspiro

quase universal

Será aqui, poeta

que te deixo estes versos

tão apetecidos

e profanos

gingando na penumbra do tempo

adormecendo esfamaido

todo o céu renascendo

sublimado



Frederico de Castro 

Saiba mais…
CPP