Figura ralé, esfarrapada, cambaleante,
Figura ralé, esfarrapada, cambaleante,
Ás vezes, ouço soturnas vozes,
Que vem de sombrias noites.
Do passado como vis açoites,
Desferido pelos cruéis algozes.
Será reminiscências atrozes?
De outras vidas esses afoites!
Que inundam meus pernoites,
Fantasmas noctívagos velozes.
Quero livrar-me deste fado,
dormir sereno, sem pesadelo,
acordar sem estar enfadado.
Morfeu não sou seu escabelo!
Mentor espiritual ouça o brado,
de seu discípulo, seu modelo.
12/09/2016
ILARIO MOREIRA
Seth, o senhor de Ombos, o que fizestes?
Para que, de adorado, foste amaldiçoado
Será, que foi por que, Osíris foi derrotado?
E Hórus matando-o a vingança quisestes.
Prometeu, você que fogo ao homem destes
E por isso, por Hefesto foste acorrentado
É por Zeus maldito e fostes abandonado
Para sofrer em penúria eterna sentenciastes.
Lúcifer, portador da luz és mal compreendido
Até Jesus disse que era a estrela da manhã
Como pode você ser traidor e tê-lo ofendido?
Nós homens sofremos todo tipo de artimanha
Pelos sacerdotes sórdidos, corja de bandido
Ou aceitamos os dogmas, ou sentimos a sanha.
14/10/2016
APOCALIPSE: 22:16 " Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã."
ILARIO MOREIRA
O convite recebi sem aflitos
Foi de uma poetisa esta proeza
Feito com requintes de nobreza
Digna das poetisas e eruditos
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E banal, fútil são meus escritos
Triviais, desprovidos de beleza
Fiquei comovido com a preza
Confesso, não possuir requisitos
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Mas, fiquei contente, acalentado
O anonimato sempre foi meu abrigo
Mas, é claro que havia eu desejado
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Conhecer novas mentes, sem perigo
Saber, o que os poetas tem buscado
Tomara, que descubra isto contigo.
12/11/2016
ILARIO MOREIRA
destruirei todos os dogmas e conceitos.
Restará o nada, sim apenas, o nada,
o meu legado é a extrema nostalgia.
Aos poucos amigos, peço desculpas,
aos entes amados, peço suas clemências,
aos inimigos, ah! a eles deixo as indiferenças.
É tarde, é noite, é o fim e o recomeço,
vou tarde para o meu derradeiro leito,
o firmamento me aguarda, como guarda.
A eternidade é puramente sublime,
quero que a envolva-me em seu manto,
e mantenha-me quedo entre ás brumas,
observando o mar de gerações futuras.
Longe dos homens, das figuras obscuras,
este é meu lento e derradeiro lamento.
04/08/2016
ILARIO MOREIRA
Sua elegante beleza, atrai, encanta,
É rapariga, ninfa, linda deusa,
Mais mortal que a Górgona, medusa,
Travestida figura sacrossanta.
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Esposa diligente, mãe que canta,
Assim como, as vestais na clausura,
Mais tem seus impulsos de loucura,
Seus deslizes, volúpia, desencanta.
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No lar é fina esposa, ágil senhora,
Na avenida bacante, messalina,
Que por ardor efêmeros implora.
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Da conquistada presa masculina,
Nada deles precisa, se assenhora,
És fútil, és volúvel, a cretina.
09/11/2016
ILARIO MOREIRA
Atento do pináculo ele observa,
A massa que caminha desatenta,
Com muita sutileza ele fomenta,
Cruel rivalidade nesta selva.
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É perverso canalha, casanova,
Sedutor orgulhoso, ele tormenta,
Em mentiras, engano, se sustenta,
Os incautos arrasta para a cova.
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Esta civilização ele conhece,
Milênios atrás a esquadrinhava,
Esta egoica geração a desconhece.
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Inconsciente vaga a comitiva,
Caminha lentamente para a foice,
Do mestre do submundo é a dádiva.
08/11/2016
ILARIO MOREIRA
Oh! deidades, espíritos luzidos,
Meus fiéis mentores, não carnais,
Dê paz ao meu interior, me curais,
Para este corpo pútrido, dê agrados.
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Que nesta vida deixe meus legados,
Para ás novas gerações caudais,
Domine meus instintos imorais,
Seremos para sempre interligados.
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Pela paz, o carinho e amor supremo,
Para que, nós possamos no pós morte,
Encontrar nos umbrais altruísmo,
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Que nós não conheça, vil antagonismo,
A alegria, a união, a paz nos conforte,
Quero sempre fugir do anacronismo.
08/11/2016
ILARIO MOREIRA
Há em mim, reminiscências, passadas,
Do passado longínquo, fugaz , roto,
Calmamente fora, sorvido, absorto,
Pelas minhas personas, mascaradas.
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Não deixo transparecer, são ceifadas,
No meu cotidiano não denoto,
É este vital antídoto que adoto,
Nas formas mais vis, dissimuladas.
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É um meio de abrandar o sofrimento,
Busco a felicidade nesta vida,
Oculto toda forma de lamento.
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Mesmo distante o amor, minha querida,
Quiça, um dia termine este tormento,
E um pungente amor, cure esta ferida.
07/11/2016
ILÁRIO MOREIRA
Existem duas básicas perguntas:
Viemos realmente de que lugar?
Após a vida, vamos onde parar?
São polêmicas todas ás demandas.
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Tem inúmeros deuses, muitas seitas,
Por isso, que é difícil de argumentar,
O caminho correto é nos respeitar,
Pois, não tem verdades absolutas.
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Eu como bom espírita, deísta,
Crescer, evoluir são idealizados,
Longe de ser o dono da verdade.
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Sou sim, mero sonhador, idealista,
Viso não sofrer, ser tantalizados,
Chegar a luz, anjos, eternidade.
05/11/2016
ILARIO MOREIRA
De repente, iniciou-se uma vida
Nova, cheia de sonhos, alegrias
Majestoso futuro, assim surgias
Súbito, amenizando a dor sentida.
Inebriou a mim, esta musa linda
Jovem trigueira, cheia de magias
Arrebatou-me, noites vis, vazias
Deu seu calor, amor e sua guarida.
Tornando assim, meu viver aprazível
Com conforto, amor, paz, solicitude
Não sou mais figura desprezível.
Quero seu amor em total amplitude
Ser infeliz de novo é risível
Do amor desfrutarei na senectude.
04/11/2016
Muito pouco restou, comigo vive
Destes amores líricos doutrora
Resta esta saudade que apavora
A cruel tristeza, ca sobrevive
Sinto-me decadente, em declive
O tédio implacável me devora
Em noite soturna não vai embora
Ás cruéis vicissitudes revive
Necessito de amor puro, ardente
Para poder sonhar, amar e brincar
Sentir a felicidade pungente
Lograr vida feliz e me apaixonar
Chega de tristeza, uivo plangente
Quero sim novamente, enamorar
28/10/2016
ILARIO MOREIRA