Posts de Jurandir Nascimento Argôlo (8)

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BRASILEIRO DA GEMA

 

Sou a cor de muitas cores

 

Do branco ao amarelo, ao negro

 

Miscigenação em alto relevo

 

Pessoas de pessoas de pessoas

 

Não à toa

 

Sou brasileiro da gema

 

Resultado de formas e sabores

 

Sou a cor de muitas cores

 

Uma raça de várias, inapelavelmente

 

Graça de um Deus de Amor

 

Sim, respeito não tem cor

 

O valor abraço em livre sintonia

 

Sou a cor de muitas cores

 

O exalar das flores híbridas em qualquer sinfonia 

 

Não à toa

 

Sou brasileiro da gema

 

 

 

Saiba mais…

QUEM DIRIA, EU

 

 

 

Quem diria, eu

 

Parte dum sonho

 

Para tão poucos

 

Louco, talvez

 

Buscar a sensatez

 

Das palavras d'alma

 

Tornar-me águas transbordes

 

A exalar sonhos, verdades

 

Eis a minha liberdade

 

Sem ilusões

 

As visões sem véu

 

De um céu inspiro

 

Motivo de regozijo

 

Num vôo sem asas

 

O coração em brasas

 

Exalando ardores

 

Aleita -me os valores

 

Sou um felizardo

 

Humilde escravo das palavras

 

A dividir os louros

 

Dos degraus galgados

 

O sonho, continua

 

Se nua 

 

Sou um à lá carte 

 

Quem diria, eu

 

 

 

Saiba mais…

TODO POETA SONHA

 

 

 

Todo poeta é um carpinteiro das letras

 

Sonha-as

 

Pega- as brutas

 

Lapida- as

 

Lixa- as

 

Adequa- as

 

Faz delas a própria pele 

 

E com um banho de alma

 

Monta- as versos

 

No colo pulso das emoções 

 

Até que se tornem poesias

 

Todo poeta é um ardor inveterado

 

 

 

 

Saiba mais…

MERGULHO-EM CAMINHOS

CASA DOS POETAS E DA POESIA

TEMA: "Sigo as trilhas do destino através de caminhos ermos"

AUTOR: Jurandir Argôlo

POEMA: Mergulho em Caminhos

 

MERGULHO EM CAMINHOS

                    Jurandir Argôlo

 

Não sou um sonhador, e sonho

Já fui e sou de vários jeitos

Vivi pleitos perseguido por espinhos

Ainda caminho sem aleitos

Difícil encontrar a trilha certa

Muitas as exigências dos termos

Nem sempre a luz brilha

Caminhos não oferecem flores, só espinhos

Caminho sem ser sonhador, sonho

Difícil encontrar a trilha certa

A linha aberta para o destino

Sou um só em meio a tudo

Já fui ainda tentando ser

Nos caminhos indelevelmente fim de linha

Horizonte destino, solitário em meus desertos

Ainda caminho buscando leitos

Não sou um sonhador, e sonho

 

 

 

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MÃE, UM DIA A SER LEMBRADO

MÃE, UM DIA A SER LEMBRADO

                               Jurandir Argôlo

 

 

Chegará o dia em que faltará a mãe

Os filhos ignoram ou não percebem

Ela vai embora hora após hora

Essa é a história paulatinamente escrita

E quando ela se for o vento desaba

Parece que o mundo acaba

Culpa dos olhos nunca tê-la visto

Chegará o dia em que faltará a mãe

O tempo sabe de todas as coisas

E quando a luz se apagar

Haverá o choro arrependido pelo valor nunca atribuído

A ausência jamais será abreviada

Nem mesmo depois de uma eternidade

A saudade cobrará como pó entranho na alma

Indelevelmente na memória

Pelo recuso da verdadeira história sempre aberta como porta

Os filhos ignoram ou não percebem

Ela vai embora hora após hora

E quando ela se for o unguento acaba

Não mais haverá a escola, a escora

Tudo terá sido tão breve vestígio

Se lamentará o não dado prestígio

As boas águas terão passado

O mistério de ser mãe para sempre ilhado

Mãe não morre como muitos pensam

Mas, passa como os ventos

Num ir embora quando menos se espera

 

 

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MÃE, COMO OUSAR FALAR

MÃE, COMO OUSAR FALAR?

                        Jurandir Argôlo

 

 

Como ousar falar da imperfeição perfeita?

Daquela eleita desde tempos memoriais

Como não olhar pra trás

E não trazer à baila os motivos

Os contos de tantos livros

A dor vivida com olhos sorrisos

Não perceber a luz emana em cada vida 

Mulher auge de toda plenitude

Vida que se doa e não ilude

E morre humilde pelo seu pedaço de eu

Como não vibrar de tanta emoção?

Quando garantido é o chão

O sentimento floresço mesmo na dificuldade

Como não sentir uma saudade

Quando ela falta, e o consolo grita em voz alta

Ao perder o que verdadeiramente era o pão

Difícil dizer não a quem sempre foi digna

Não reconhecer tanto esforço

Quando para alimentar roía o osso

Passou apertos e necessidades

Nunca se entregou a luxos ou vaidades

Sempre verdade ornou cada milímetro de chão

Como ousar falar da imperfeição perfeita?

Daquela que sempre aleita

Estende as mãos, entende mesmo não sendo sua visão

Nunca em vão chora, se desespera

Ora, com todas as forças venera

Faz de tudo quanto possível, veste-se de impossível

Invisível diante de tantos problemas

Não valoriza prêmios, não se dá a esquemas

Com amor paga o que se nega

Não renega seu papel matriz

De mãe acima de qualquer circunstância

Não importa o tamanho da infância do filho

Sempre zela pelo brilho e no trilho mantém sua herança

Como não olhar pra trás

E não trazer à baila os motivos

Os contos de tantos mortos ou vivos

Sobre a luz que se traduz mãe

Mãe sob todos os aspectos

Mãe 

Mulher auge de toda plenitude

Vida que se doa e não ilude

E morre humilde pelo seu pedaço de eu

Não existe o perdeu

Sempre verdade ornou cada milímetro de chão

Como ousar falar da imperfeição perfeita?

Daquela que sempre aleita

A eterna eleita

Mãe mulher sempre matriz

Tudo que sempre se quis, guerreira

Esteira, esteio

O início de um fim alinhavando o meio

Semeio e fruto

Como ousar falar da imperfeição perfeita?

Daquela eleita desde tempos memoriais

Justiça seja feita àquela imperfeita perfeição enrustida

Mulher

Mãe

Lida

Porta de entrada e saída

Para todos sem distinção

Como não olhar pra trás

E não trazer à baila os motivos

A dor vivida com olhos sorrisos

Não perceber a luz emana em cada vida 

 

 

 

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MÃE

MÃE

  Jurandir Argôlo

 

 

Mãe

Mãe, sempre mãe

Eita nome pesado de carregar

Tão leve quando da boca para fora

Mãe

Eita nome que vale uma escola

Uma escada de infindos degraus

Nunca fim de jornada

Esteio para tantas caminhadas

Às vezes incompreendidas, mal amada

Quantas vezes salvação em meio a tantas ciladas

Mãe

O berço de tantos largos sorrisos

Tantos os improvisos

Dá a luz

Cria a quem nem sempre dá valor

Quantas dores e suplícios

Os sacrifícios engendrados

Os doces tão amargos

As lutas incessantes em meio a resultados inglórios

Mãe

Tantos motivos para foguetórios

No entanto sofre 

Crava sua bandeira nem sempre vista

Às vezes, quando lembrada, a última na lista

Quando deveria ser a primeira

Bendita com direito a louvor

Quanta dor suporta

Quanta hipocrisia em bocas alheias

Tanto significado lançado fora

Mãe

Eita nome pesado para se levar

Tão leve no propósito de amar

Faz das tripas coração

Para criar o filho tantas vezes sem visão

Passa fome

Se consome, se desdobra

Não liga se a prole não passa de cobra

Se não vale nada

Não dá às costas, se sacrifica mesmo levando pernada

Tantas vezes calada, oprimida

Chora pelos caminhos nem sempre vendo uma saída

Ainda sim insiste

Persiste, não desiste

Mesmo com o olhar triste 

Mãe

Eita nome pesado demais

Tão leve e tão enxuta

Mulher que jamais abandona uma luta

Que não é nome sobre todo nome

Todavia tem seu espaço no regalo do PAI

Um nome que não trai

Uma escada de infindos degraus

Nunca fim de jornada

Tem sempre uma palavra de afeto

Mesmo o filho não estando certo

Tão perto e colocada longe por interesses

Invisível prece sempre alenta

Como será que aguenta tanta submissão?

Mãe

Eita nome pesado de carregar

Tão leve quando da boca para fora

Firme diante daquilo que denigre

Altiva quando atenta o fracasso

Não existe melhor acolho, maior abraço

Mãe, sempre escudo

Mãe, motivo sempre júbilo

Mãe, sempre mãe

Mãe...

 

 

 

 

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AMIZADE

AMIZADE
Jurandir Argôlo


Ainda existem coisas que merecem ser preservadas
Guardadas como valores inestimáveis
Nem tudo na vida são sorrisos largos e bem aventuranças
As lambanças do mundo mostram o fundo do poço como lugar a ser vivido
Ainda sim, com todo sofrimento uma boa amizade faz- se unguento
nas horas em que a solidão bate doído
O amigo sofre junto, inseparável abre mão do eu
Vive o que talvez nunca perdeu fazendo o outro achar os passos
É nessa hora que conta o peso antes não mensurado
O quanto valeu a caminhada em que tantas vezes faltou o sustento de um abraço
Os valores que tantos jogam fora em troca do que só corrobora com um fim de linha amargo
Ainda existem coisas que merecem ser preservadas
Guardadas como valores inestimáveis
O mundo que está aí oferece escombros
Dá de ombros não se importando com as alegrias alheias
Muitas portas não passam de teias
Muitos olhos olham atravessados em brasas
Quem acha um amigo em meio às cinzas mantém suas asas
Ainda existem coisas que merecem ser guardadas
Não apenas dentro do peito, mas no âmago da alma
Não existe preço
Tão maior é o apreço que vale uma vida
Com tudo errado no dia a dia que mais se perde
O amor de uma amizade nunca se despede
Ainda existem coisas que merecem ser preservadas
Como valor inestimável o verdadeiro amigo é uma delas.

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CPP