Vida

A vida ė um mar de esperanças
E nela nós navegamos
Tal como ingênua criança
E sempre nos enganamos.

Vivemos de mui bonanças
De um Pai que nós veneramos.
Pois, quando o barco balança
sem rumo, Nele, aportamos.

Em seus braços descansamos
até passar nosso medo,
até findar o degredo.

Só no Pai acreditamos.
Esse é meu imenso sentir...
...Coragem pra prosseguir!

Márcia A Mancebo
23/06/20

Versos tristes

Se acaso um dia em versos eu chorar
De desalento ou por vil desencanto
Feche os olhos e não veja meu pranto
Não tens motivo pra me consolar.

É com lamentação e sangue que os teço
Com volúpia e tristeza amarga esparsa
É desabafo da alma...é um comparsa
trucida....e fere por não ter apreço.

São gotas quentes ao longo da vida
Angústias roucas sem sabor e olor
em páginas lavradas sem calor.

Vertem do coração sem ter mais cor.
Resquícios de uma árida ocre e ávida
boca seca sem beijo de um amor.

Márcia A.Mancebo

DE REPENTE

De repente o silêncio aconteceu
Meu coração disparou de emoção
Todo céu lindo, anil se tornou breu
O amor cresceu em total escuridão.

Nossas mãos se tocaram...me entreguei...
Nossos lábios se uniram...enlouqueci!
Que delícia em teu corpo eu viajei!
E foi assim que amor em ti descobri.

Encantada com tanto amor sentido
Os momentos tornaram - se infinitos
Até o escuro do céu vi tão bonito!

Longe pintou uma estrela refletindo
o luar no mar tímido escondido
Senti a felicidade a mim sorrindo!

Márcia A Mancebo

Poeta é assim...

Nesse entardecer eu vi a tua imagem
acenando do céu para mim...Que emoção!
O sol caía sobre a bela ramagem
lentamente, até desaparecer na imensidão.

No momento não vi mais folhagens
Escureceu. O céu cobriu– as de negridão
Te ver acenando, que bobagem,
Isso é fruto da imaginação!
Nesse entardecer...

Poeta é assim, vê sempre miragem
Retorce o pensamento...faz lavagem
na mente sonhadora e no coração.
Esquece facilmente o real, longe voa
Procurando lugares com paisagens
Onde os anjos lindas canções, entoam!
Nesse entardecer...

Márcia A Mancebo
19/06/20

Labirinto de saudades

Sigo o viver com esperança no porvir
Meu coração é um livro velho, todo rustido.
Retrato nos olhos o meu sentir
Escrevo em versos o que tenho vivido.

Num labirinto de saudades e tristezas
Tento todas as mágoas afagar
Na solidão sou poeta com a certeza
que se esmorecer, posso chorar.

Hoje, envelhecida vejo o amor
como uma dádiva linda...divina.
Sinto – me abraçada...sinto um fervor
E, nesse fervor está a luz que elimina
toda caminhada cheia de dor.

Meus olhos estão secos pelo pranto
Hoje me abraço com gratidão.
Pois, nessa estrada sofri tanto
Não sinto mais, por nada, ilusão!

Márcia A Mancebo
26/05/2020

Esperança tamanha

Em isolamento a pensar na vida
Passo as horas contando os minutos
Um turbilhão de pensamentos
deixam – me comovida
Pois, a fragilidade me toma
cada vez que no silêncio me escuto.

Me escuto, pois, volto para meu íntimo
e sinto que toda a avidez se esvai
Aquela agitação vivida mudou o ritmo
O dia pouco a pouco se vai
Mais um dia vivido com apreensão.

Abdicar de passeios não ligo.
Somente quero ver pessoas felizes
Com o que comer sobre a mesa e com abrigo.
E o Sol se por nas tardes com matizes.

Quero ver a noite de estrela, repleta.
Estrelas brilhando emanando alegria
E nenhuma delas ofuscando
deixando a noite tristonha.
Sim, tremuluzentes sinalizando que o dia
Nascerá com esperança tamanha.

Márcia A. Mancebo

Divã do poeta

A vida desonerou-me de obrigações
que passo horas no silêncio presa.
Vagueio e nessa constante distração
Nesse reino de fantasia sou condessa.

Fantasio, maquio personagens
Escrevendo poesias como alento
Recordo outrora, outra paisagem
Isso faz – me feliz no momento.

Tudo inspira, traz infinda ilusão
Alimento que sustenta o viver
Traz esperança e acelera o coração
Esquecendo da jornada, o sofrer.

Divago nesse mar de alquimias
Que a prédica principal é o amor
Aquele amor que tem olor na poesia
Que no divã do poeta é esplendor.

Márcia A Mancebo
13/10/19

Estigma

Refém dos sentimentos, digo o que sinto;
Se feliz estou, demonstro a alegria
extravaso o sentir e nada minto.
Brilha o olhar e cora a fisionomia.

Liberto em rabiscos e sem ter medo.
Minha mente é de idéias, um labirinto
onde caminho revelando segredos
a procurar setas, rumo ao infinito.

Trago à tona aquela ânsia louca
que fervilha na veia, meu eu escravizando.
Minha alma afoga o grito lento e rouco.
E, enquanto não relato vou inflando.

A escrita a mim, tem eco suave, profundo.
Sou sitiada por imagens vagueando
que descreve o momento, o meu mundo
com cores, sons com notas flutuando.

Meu coração intui, faz com que eu diga
que sou livre, que trilho com asas abertas
curando nos dias meu estigma.
Sou escrava da escrita que me liberta.

Márcia A. Mancebo
21/07/19

Sombra ofuscada

Quando a solidão chega e me domina
deixando-me abatida e sem memória
Solidão fere, machuca, não anima
e faz escurecer a minha história.

Sacrifica a alma por alguns instantes
Congelando o coração sem saudades
Chega como se fosse um assaltante
Fazendo - me esquecer a indoneidade.

E pela madrugada adentro invade
Fazendo – me olvidar quem ora sou
com a mente oca, sem lembrar mais nada.

Enquanto a noite segue enluarada.
Sigo indagando à lua pra onde vou;
Sou uma sombra ofuscada na verdade!

Márcia A Mancebo

Mágico instante!

Quando te encontro e nosso olhar se cruza;
Minha tez enrubesce, perco o jeito,
Minha voz se cala e toda sem jeito
lembro que um dia fui tua musa,
tua inspiração e linda poesia.
Ah, meu coração se agita de alegria!

Meu coração se agita e pulsa forte
Perco o rumo...o meu norte.
Tento fingir que não percebo
Mas, me entrego com um sorriso

Olhas– me sorrindo e nada falas.
Entendes que sou tímida,
Frente a frente, somente nos olhando
Mas, nesse mágico instante
Sinto que nossas almas
estão se amando!

Márcia A Mancebo
17/06/20

• História...

Passeando pelo bosque meu amor
Em promessa amor eterno juramos
e, que nosso viver teria aroma de flor,
Como um beijo esse juramento selamos.

A margem do lago, entre as flores
Meu corpo te entreguei com emoção
Naquele instante esvaíram as dores
Senti consagrada nossa união.

A noite apareceu, nós nem sentimos
A lua acobertou meu sonho de amar
Ali mesmo adormecemos e unimos
o desejo de jamais nos separar.

Hoje, sozinha nesta noite fria
com uma taça de vinho na mão,
recordo arrependida aquele dia;
Conhecer a história da falsa paixão.
Paixão que matou minha alegria.
Mas, juro, juro de coração
Jamais terás o meu perdão.

Márcia A Mancebo
13/06/20

Trova

Nas noites nos meus momentos

Tento afagar a paixão

Que abrasa meu pensamento

Quando estou na solidão.

Márcia A Mancebo

(18/09/19)

Manhãs de outrora

É momento de passar esponja em mágoas.
É momento de lustrar com esmero a alma.
Jogar fora sentimentos fúteis na água
Para sentir -se serena, em paz ...ter calma
Para superar esse tormento que nos assola.

É tempo de reflexão, de pôr em ordem a vida.
Não há como não sentir frágilidade
ao ver cenas tristes e não ficar comovida
diante de imensa atrocidade.

Tempos difíceis, amargas horas,
Insegurança, intranquilidade.
Mas, sigo com fé e passos firmes
bordando os dias, desatando amarras
Com esperança e imensa saudade
das manhãs de outrora...

Márcia A. Mancebo
07/05/20

Alento ao coração

"Em passeios por mundos diferentes"
Vem para mente quando triste, estou.
O desejo... o desejo enorme... ardente
Trilhar lugares que ninguém passou.

Seja por terra, seja pelo céu
Pelo caminho enterrar o que é triste.
Sentir que viver é tal fogaréu.
Sentir que a liberdade em mim persiste.

Sonhar é meu direito, não abro mão
Pra poder dar alento ao coração.
Lavro em versos o que tenho vontade.

Passeando por mundos diferentes
A poesia escorrega lentamente
Nela demonstro minha idoneidade.

Márcia A Mancebo
17/06/20

A espera de paz

Meu coração amanheceu diferente
A tristeza tomou conta de mim
E prostrada minha voz calou de repente
Eu sei porquê estou triste assim.

A escuridão acobertou-me com véu
Meus olhos perderam o brilhar
Olho para o alto, não vejo o céu
No escuro não sei caminhar.

Nessas noites de festas juninas
Não vejo fogueira crepitar
Não tem quadrilha... não tem meninas
Casais animados para dançar.

São dias, são meses de esperas
Que a rotina volte ao normal
Ah, que bom se fosse primavera
haveria no ar aves soltas a voar
fazendo acrobacia fenomenal!

Não vejo a hora do meu luto findar,
meu coração voltar forte pulsar,
a alegria meus lábios retornar,
não houver mais doenças nem mortes
E a paz no mundo venha reinar,
Minha fé se tornará mais forte;
Pronta estarei pra seguir meu trilhar.

Márcia A Mancebo