Posts de Nelson de Medeiros (140)

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RECORDAÇÕES DE VILA RICA...

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Desponta longe alvissareira a Vila Rica,
a Vila Rica dos garimpos, das quimeras...
E sinto bem que toda a angústia que me fica,
nada mais é que só lembrança de outras eras...

E ganho as ruas muito estreitas, muito antigas,
tão bem ao gosto dos poetas melancólicos,
e cada casa, cada pedra são cantigas,
a ressoarem dentro d!Alma em sons bucólicos...

E vejo bem o antigo Paço iluminado,
o atropelar de mil cavalos portentosos,
e sinto n!Alma aquele impulso inusitado,
de mergulhar naqueles tempos tão ditosos...

Se me depara de repente antiga fonte,
qual sombra linda, da saudade a própria filha,
e me ressurge, alcandorada, em meio à ponte,
o porte esbelto da figura de Marília...

Em sua fronte resplandece imaculado,
halo doirado, emoldurando um camafeu,
e dentro dele, qual brilhante lapidado,
eis ressurgida a nova imagem de Dirceu...

Vou prosseguindo na viagem fascinante,
qual navegante que se lança mar a frente,
e num instante, eis que me sinto num levante,
qual fosse mesmo um valoroso inconfidente...

Revejo em sonho os companheiros que se ufanam,
E quais heróis buscando louros que os consagrem,
Soltam do peito o grito ardente em que reclamam:
Oh! Pátria amada, “Libertas quae sera tamen”...

E num lampejo sinto então que a praça antiga
é bem a mesma de mil cores reluzentes,
e num esforço é bem provável que eu consiga,
rever garboso o legendário Tiradentes...

Vejo moçoilas em vestidos de brocado,
que alvinitentes, sob a luz dos lampiões,
trazem de volta os cancioneiros do passado,
os candeeiros, as varandas e balcões...

E torno tonto mergulhado do passado,
a rebuscar um tempo antigo tão presente,
e a nostalgia que me envolve é meu legado,
daquele tempo com meu tempo condizente...

Mas quem me escuta? Quem me entende? Quem me sente?
Quem me acompanha nestes doces devaneios?
Somente a Musa que assenhora a minha mente,
Somente os Vates nos seus versos sem receios...

Nelson de Medeiros

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É PRA TI ESTA LIRA DE SAUDADE.

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É PRA TI ESTA LIRA DE SAUDADE.

 

É prá ti poetisa, esta lira de saudade...
Saudade que não é boba... É sabida e triste!
Sabida por que sente a despedida
e triste, pois que impotente a tudo assiste!

É lira, também, de insensatez, já que insiste
em não querer enxergar tua partida!
É pra ti, poetisa, esta lira de saudade...
Saudade que não é boba... É sabida e triste!

Quando o amor mergulha em nebulosidade,
e a paixão dentro d! alma inda persiste,
lembrança é coisa pouca .... Muito mais a insanidade
que traduz tudo aquilo que não viste e nem sentiste!
É pra ti, poetisa, esta lira de saudade...

Nelson de Medeiros

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Á MINHA MUSA

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À MINHA MUSA

Queres saber o que é poesia...
Definir poesia é explicar da vida a simplicidade, do amor a nostalgia...
Definir poesia é dizer o que seria o mundo se se pudesse dar guarida a todo sentimento sincero, espontâneo e puro...
Poesia, no fundo, eu te juro, é a pura sensibilidade na alma escondida,
é a saudade no mais requintado apuro, da dor de uma ilusão perdida!
Poesia é uma estrela brilhando no céu de um coração impuro...

Poesia é tudo. O rio que passa cantando,
a cascata carícias sussurrando,
tudo, enfim, que a natureza revela...
A chuva batendo na janela, um par de rolas se amando,
a banda no coreto tocando,
o sonho que a criança anela...

Poesia é muito mais do que imagina
teu róseo coração de menina...
Não é só amor, nem só paixão,
muito menos só desejo...
Poesia é d!alma aquele ensejo,
de ver tudo com emoção!

É sentir em suave encanto, o brilho do sol, o perfume da flor!
É viver sonhando em doce encanto, exaltando o real e puro amor...
Poesia é a manhã orvalhada, a primavera perfumada,a lua prateando a imensidão!
É o sol em seu último lampejo,
amortalhando a solidão em que me vejo,
na noite deste céu sem dimensão!

Poesia é, por exemplo,
um hino cantado no templo,
em prece augusta de Paz...
Poesia- tenha n!alma esta certeza :
É a própria natureza, que em sua imensa grandeza,
um pouco de Deus nos traz...

Nelson de Medeiros

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NO MOSTEIRO

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NO MOSTEIRO.

Eu sinto bem que injustiça e maldade,
Predominando neste mundo insano,
É retrocesso ao primarismo humano,
Prenhe de sorrateira iniquidade!

Parte da desumana humanidade,
Se aproxima do ontem leviano
Cujo passado, macabro e profano,
É berço da irracionalidade!

De tanto ver como essas turbas agem,
Vivo esta vida com pesar medonho
Pois, que a desgraça assola o orbe inteiro!

Busco então, neste mundo de passagem,
Aquela Paz que desde o berço eu sonho,
No silêncio deste velho mosteiro!

Nelson de Medeiros

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MULHER

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MULHER

Ah! Como são formosas todas as mulheres,
E que prendadas elas são em seus misteres!
Ela foi, em toda a criação, obra – prima,
Dádiva maior que nos deu a mão Divina!

E se alguém disser que nem todas são formosas,
Que existem feias, magras, gordas ou idosas,
Direi que, por certo, este alguém não teve a sina
De ter mãe, esposa, uma filha pequenina!

Mulher é paz, é sacrifício é singeleza,
É destemor, é humildade e até pureza...!
Poder inato d! outro ser dar acolhida!

E assim pensando e vendo tudo neste mundo,
Tenho a certeza que este ser de amor profundo,
É benção de luz que nos deu- o Céu- na vida!!

Nelson de Medeiros

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URÂNIA

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URÂNIA

 

Soluça a tarde... A noite se aproxima prenhe de esplendores!
A imensidão, de prata engalanada, reflete uma luz sem par...
Das estrelas, no etéreo manto, diz-me a Deusa dos Amores
de que voltaste do “Olimpo” na carruagem do luar!

Por que foges de mim? Onde estás que não escutas meu cantar?
Ah! em que Arquitetura escondes teus fulgores!
Soluça a tarde... A noite se aproxima prenhe de esplendores!
A imensidão, de prata engalanada, reflete sua luz sem par ...

Por que m! Alma é tão inquieta, tão prenhe de ardores?
Por que teima o inconsciente, dentro do peito, a relembrar,
qual “dèja vu”, os teus olhos multicores?
Por que não vens me amar? - Dize tu, Musa milenar!
Soluça a tarde... A noite se aproxima prenhe de esplendores!

 

Nelson de Medeiros

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DIGITAIS DUMA ALMA

DIGITAIS D! UMA ALMA

 

 

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De pronto me curvei aos versos dela. Depois, prendeu-me aquele olhar esverdeado, prenhe de tristeza. A pele, alva como como neve, dava um contraste exuberante aos cabelos negros que rolavam por seus ombros. Mais tarde a voz, macia e pequena, que acompanhava seu corpo, quase de criança, envolveu-me. Como era possível tamanha sensibilidade abrigar tamanha solidão, muito embora a multidão que a cercava? Nunca entendia. Mais tarde, porém, tudo se encaixou, pois que todo sofrimento tem suas origens em passados remotos. Então, pude entende-la e amá-la como amei de um jeito todo especial.

Nelson de Medeiros

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OUTRAS GENTES...

 

 

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OUTRAS GENTES...

Todo poeta é um sonhador admirável!
Viaja no tempo, e através de sua mente,
Sonda as estrelas... Pressente o futuro, e sente
O limiar de um mundo novo, mais estável!

Vê a humanidade mais séria, confiável,
Que acredita na igualdade e no amor, somente!
Um mundo sem ódio, sem guerras, coerente
Na igual atenção ao ditoso e ao miserável!

Nele, o homem é voltado para a caridade,
Para a harmonia, para a justiça e a bondade
Que são, no ser humano, virtudes latentes!

Reza, então, o vate... Que isso se torne real...
Que um dia, toda alma humana se canse do mal,
E a fraternidade alcance todas as gentes!

Nelson de Medeiros
03/03/2023

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AMOR IMORTAL

 

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AMOR IMORTAL

Ah! imenso é este amor que não fenece!
Passaram-se dias ... meses... anos...
A ventura inda persiste, não envelhece,
nem dá lugar a quaisquer desenganos...

Sem segredos, sem máculas, sem enganos
pois, apesar do tempo, a ventura permanece!
Ah! imenso é este amor que não fenece!
Passaram-se os dias… meses... anos...

Nada existe que teu olhar já não me expresse,
e nem Minh! alma esconde mais os teus arcanos!
Ah! o tempo passa e a paixão se recrudesce,
e ascende ao infinito e desce aos oceanos!
Ah! imenso é este amor que não fenece!

Nelson de Medeiros

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TEU NOME NÃO ESCREVO.

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TEU NOME NÃO ESCREVO...

Não é quimera não... É de verdade
O teu índigo olhar... O teu sorriso
É aurora celeste que eu diviso
No horizonte amargo d!uma saudade!

Ao ver-te, o desejo minh! alma invade
E faz sonhar... Mas, teu nome, indeciso,
Inda que eu queira, aqui não formalizo;
Se tu quiseres, dá-lhe claridade...

Pois, se com ele intitulo o poema,
Confesso, sem qualquer estratagema,
Esta paixão que arde e me consome...!

Assim, embora desaguando em pranto,
Faço este soneto e componho um canto
Sem o som da cantiga do teu nome...

Nelson de Medeiros

 

 

 

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SONETO A MARIA INEZ

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SONETO A MARIA INEZ

 

Poemas... Poemas...Quantos poemas
Eu fiz! Quantas insones madrugadas...
Quantas liras de amor endereçadas
A ti, eterno núcleo dos meus temas-!

Ainda as guardo, pois foram emanadas
Do meu anjo de inspirações supremas!
São liras sem quaisquer estratagemas,
Quimeras que me foram outorgadas!

Mil odes, cantos, trovas e sonetos
Erguidos para a Musa conclamada
E, sem solução de continuidade!

Projeto duma ideia fracassada...
Na planta do amor, restaram esqueletos
De meus versos quebrados de saudade!

 

Nelson de Medeiros
Cachoeiro de Itapemirim, 27/02/2023.

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REFÉM DUM SONHO

REFÉM DUM SONHO

 

Me disseram que existe uma terra distante,
Onde só vige a lei do amor e da justiça!
Já me disseram, também, que a história é postiça,
Que tudo é um conto, ficção confortante!

Mas, eu sei, desde sempre, e sei neste instante,
Qual corrente é mais verdadeira, mais inteiriça!
Por certo a que repele a maldade, a injustiça,
O desamor, o ódio, a conduta aviltante!

Nos momentos irracionais da humanidade,
Que às vezes mata, morre e ama sem tato,
Penso que o lugar deve existir muito além!

Então, como sou da lei, do amor e da igualdade,
Sonho sempre com sua existência de fato,
E, sem opção, dele eu me quedo refém!

Nelson de Medeiros
25/02/2023

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POEMA MODERNO

POEMA MODERNO

 

Dizem que meus versos são doutra idade,
Que vêm da escola da melancolia!
Versos livres, pro Vate, é utopia,
Um dom que lhe negou a Divindade!

E dom não se fabrica, nem se cria...
Inventá-lo é pura temeridade!
Não se desafia Apolo, a deidade
De todas as formas de poesia!

Fazê-los brancos, e belos, e ternos,
Livres, com timbre sonoro perfeito,
É uma tarefa que ao poeta assusta!

Mas, porque escrever versos modernos,
Se o sentimento que eu trago no peito
É amor arcaico, é paixão vetusta?

Nelson de Medeiros

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ALMA DE GRANITO

ALMA DE GRANITO

 

Quando me dizes que és pura, que és leal,
Que tu! alma é mais leve que uma pluma,
Que ela é suave e sem vileza alguma,
Finjo crer que a tua verdade é real!

É que a ilusão é uma flor que perfuma,
E, no jardim da paixão, é surreal!
Desabrocha como mentira ideal
E, sua fragrância nunca se esfuma!

Quando ela chega, e na alma se instala,
Tudo é possível... Um amor insano,
Um amor bandido, um amor proscrito!

Mas, como mais vale um feliz engano
Do que a verdade que só dor exala,
Finjo não ver tu! alma de granito!

Nelson de Medeiros

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PENSAMENTO DE CARNAVAL

Depois dos cinco anos de idade aprendemos a ler nas linhas da escrita, e descobrimos as belezas do pensamento humano.

Depois dos sessenta, aprendemos a ler nas entrelinhas de suas atitudes,

e descobrimos as feiuras de seus pensamentos.

 

Nelson de Medeiros

 

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AQUELE OLHAR...

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AQUELE OLHAR...

 

Eu queria compor, em verso, uma elegia
Para exaltar aquele olhar que existe nela!
E da tristeza que eu senti não falaria,
Destoando de Abreu, Azevedo e Varela!

De Tomás, as liras de amor e de magia
Eu clonaria tudo que Minh! Alma anela!
Seria uma canção de amor e harmonia,
Sem a tristeza que eu senti nos olhos dela!

Mas, me saiu este soneto neste instante,
Ao me lembrar daquele olhar tão penetrante
Que um dia eu vi e me levou pensar até,

Que tal olhar fora esculpido em outra era
Por um artista, morador de outra esfera,
De tão profundo e sensual que ele é!

 

Nelson de Medeiros

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CPP