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SONETO DA TRISTEZA INFINDA

 

SONETO DA TRISTEZA INFINDA 

 

 Medita o bardo em silêncio profundo...
Na tarde opaca dum dia sem cor,
sua alma chora um revés sem rancor
e o coração se afoga em lago fundo!

Cada uma lágrima é pingo de dor,
cada suspiro é lamento rotundo,
e só tristeza povoa seu mundo,
já desprovido do fado do amor!

Sua alma é noite escura de saudade;
porém, no fundo, uma luz que é sem par
traz a esperança de novo porvir, pois

que a tristeza, embora possa durar,
é passageira como a tempestade
que destrói, mas traz beleza depois!

                                                                                                                             Nelson de Medeiros

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SONETO Á MINHA MÃE

  

SONETO À MINHA MÃE

 

Andando, adentro ao templo, em desalento;
num nicho azul, uma imagem guardada!
É sim, a Mãe Sagrada, que elevada,
me faz vibrar em raro encantamento!

Me veio à mente um tempo nevoento,
de lida amarga, dura, carregada!
Mas, logo eu vi, na santa abençoada,
uma expressão de paz e acolhimento!

Porém, é minha mãe que eu vejo nela!
Então, imploro, com a fé que cura,
que eu volte a ser criança sem ciência!

Que nos seus braços, que a minha alma anela,
sem dor, sem medo, apenas em ventura,
eu volte logo ao tempo da inocência!

 

Nelson de Medeiros
13/06/2025

 

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PRIMEIRA NAMORADA

  

 PRIMEIRA NAMORADA

 

Ah! que saudosa lembrança
Traz-me a noite enluarada!
Do meu tempo de criança,
Da primeira namorada!

Ah! que cabelos, que trança,
Que andar, que porte de fada!
Tinha os olhos da esperança,
E a tez macia, alvaiada!

Pudesse abrir do tempo os véus,
Poder cavalgar noutros céus
Numa estrela iluminada,

E num instante tocar,
Entre os raios do luar,
Aquela deusa encantada!

Nelson de Medeiros

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AGRADECIMENTO

AVE, CPP!

O bardo, sensibilizado e especialmente feliz pelo DESTAQUE ESPECIAL na Imagem Poesia, sem palavras para expressar seu contentamento, AGRADECE aos que lhe concederam esta honraria, nem tanto merecida.

Abraço a todos.

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SILÊNCIO DA CULTURA

 

 

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SILÊNCIO DA CULTURA

Num dia cinza, triste, sem alento,
vi o silêncio da prosa erudita
na catedral das letras, onde habita
Atena, a deusa do conhecimento!

Fitei o acervo da cultura escrita,
lá esquecido, sem funcionamento
no imenso espaço, outrora em movimento,
e vi, frustrado, o saber, em desdita!

Senti, em mim, o choro das memórias,
apenas ecos de grandes histórias
que dormitavam, no tempo, veladas!

Então, pensei: Quando, outra vez, veria
a plenitude da sabedoria,
que ali jazia, entre sombras caladas!

Nelson de Medeiros
Cachoeiro, 23/04/2025

 

 

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EMPATIA E RENUNCIA

 

EMPATIA E RENÚNCIA

 

De pronto a vi com olhar diferente;
uma empatia doce, singular,
tomou-me o peito; me fez divagar,
e o dejavu perpassou de repente!

Nos olhos dela, um brilho de alvorada
insinuava um segredo sem par;
uma lembrança, que não sei explicar,
me veio, qual se estivesse gravada!

Terna emoção nos pegou em saudades,
sexto sentido, de dois corações,
logo esquecido, por amor mais nobre!

Logo entendi que tais afinidades
não são somente estranhas atenções,
mas sim paixões, que a renúncia recobre!

                                                                                                                                     Nelson de Medeiros

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RASTROS DE ILUSÃO

RASTROS DE ILUSÃO

 

Eu bem me lembro daquele janeiro,
naquela praia em recanto sem par,
tinha o desejo insano de a encontrar,
e de enlaçar o seu corpo faceiro!

A brisa vinda com o aroma do mar,
mais parecia um sussurro agoureiro
de despedida, de adeus derradeiro
daquele amor de verão, singular!

Passou-se o tempo; porém, o desejo
de tê-la, ainda, ficou, quase pleno
pois, na paixão a loucura norteia!

Na solidão, num vetusto lampejo,
quis ver de novo a praia, o mar sereno,
mas, só vi rastros de beijos na areia!

 

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MUNDO SEM DOR

 

MUNDO SEM DOR

Na escuridão, sozinho, sinto a luz;
farol seguro, prenhe de calor
é a esperança que sempre reluz
na odisseia pro mundo sem dor!

Mesmo que a mágoa nos pareça a cruz
da caminhada sombria e incolor,
ela é centelha do sublime amor,
que a vida além, nossa essência conduz!

Ela é a força que nos faz lutar;
é voz suave, mas sempre constante,
que nos faz crer que existe este lugar!

Em suma, a esperança é farol brilhante,
que nos ilumina a cada avatar
e nos mostra o futuro a cada instante!

09/12/2023
Nelson de Medeiros

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FALÁCIA

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Torpe a falácia, arte da mentira,
que faz do engodo verdade ululante!
Seduz, de pronto, com fala marcante,
e, do real, a lógica retira!

Com gestos falsos e arenga que inspira,
induz o tolo pro caminho errante!
Seu tom verbal, macio e insinuante,
faz da razão, presa que não respira!

Desejo vil, de livre alternativa,
sem pejo, oculta pensamento estreito,
e esconde a face sob véu velado!

Pobre de quem a falácia cultiva,
pois que, plantando mágoas no seu peito,
só colhe a dor dum coração fechado!

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DILEMA

 

 

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DILEMA

Urge eu partir, pra esquecer meu queixume,
pois que frear tua lembrança é preciso!
Na praia, as ondas bordam teu sorriso,
e a brisa, leve, evola o teu perfume!

Olhando o céu azul te realizo,
e, no poente, contemplo teu lume!
Ando sem rumo, a dor Minh ‘alma assume,
e a saudade, no horizonte, eu diviso!

Porém, na calma da noite, ao luar,
revivo aquele tempo, singular,
e me pergunto, aflito, entre dilemas:

Sossego a dor, que na mi! Alma estua,
ou, então, crio, da lembrança tua,
versos sublimes para meus poemas?

 

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EGOÍSMO

 

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No peito estreito onde a alma delira,
ergue, o egoísta, seu reino sombrio!
Seu coração é prenhe de vazio,
e a empatia jaz ali, em mentira!

Cego ao clamor da dor alheia, é frio
e surdo aos rogos que a bondade inspira!
Só para si o mundo inteiro gira,
e nele vai, para um norte sem brio!

Deixando rastros de seu desamor,
segue isolado em torre de vaidade,
colhendo espinhos onde existe flor!

Rompendo os laços da fraternidade,
há de encarar, ao fim, o próprio horror,
de não saber do amor e afinidade!

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TEUS VERSOS

TEUS VERSOS

A tarde morre e triste a noite se avizinha...
De novo estou só e na minh ‘alma se aninha
a saudade imensa de teu rosto lindo, de teu corpo esguio...
Busco escrever o que pediste;
tento fugir do estilo pessimista e triste,
mas meu peito só reflete d’alma intenso frio!

Olho o relógio que avança, caprichosamente,
insensível, em compasso lento, cadenciadamente,
a consumir, impiedoso, os sonhos da vida...
E meu pensamento retorna ao momento,
em que o destino me colheu em tormento
a te olhar como velha conhecida!

Quiseste sempre ter meus versos. São teus...
Pois se deles és a Musa, como dizer que são meus?
Em todos, porém, te digo: -Ficou meu coração...
Certamente tu dirás: -Que lindos! Quanta magia,
sem saber que entre tanta poesia,
és a única que eu queria ter na mão!

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A SEQUÊNCIA DO FIM...

 

 

A SEQUÊNCIA DO FIM.

 

Sei que o retorno à Terra é verdadeiro,
e não é fé que me diz; é razão!
Somos, assim, nautas do tempo, então,
a viajar num enorme veleiro!

Voltamos sempre, por lei de atração,
ao nosso mundo hostil, que é passageiro!
Erros de outrora são, hoje, um roteiro
para a devida e justa correção.

Mas tais viagens de volta ao passado
jamais terão as lições esquecidas,
pois que elas têm um destino marcado!

Cada vivência, aqui, é elo espesso
que liga a vida eterna às outras vividas,
pois todo fim é sempre recomeço!

 

Nelson de Medeiros

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ESTÁ ESCRITO

ESTÁ ESCRITO

Sozinho, agora, em meu quarto
eu sinto o vento soprar,
e a tua voz singular
eu penso ouvir do abstrato!

Queria ir te buscar,
parar o tempo contigo,
tê-la aqui, no meu abrigo,
e o mundo inteiro calar!

Mas, os nossos tristes fados,
vão nos manter separados,
até o fim dos caminhos!

Por isso, minha querida,
te digo que, nesta vida,
inda andaremos sozinhos!

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LEMBRETE

 

LEMBRETE

Após um tempo volta a inspiração!
É que eu revi teu rosto novamente;
não que o tivesse apagado da mente,
só dormitava longe da razão!

Estás formosa, prenhe de atração,
e te abraçar eu queria somente!
Amar-te e ter-te em mim, literalmente,
seria o prêmio desta solidão!

Como eu queria ser bruxo, alquimista,
voltar no tempo, recuar a idade,
ter a ilusão de não ser realista!

Mas, hoje és somente fotografia,
o meu lembrete da realidade,
que foi viver num sonho e fantasia!

 

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VISIONÁRIOS

 

 

VISIONÁRIOS

Tem muita gente, agora, olhando o nada,
com sua mente imersa no horizonte!
é o visionário que, vendo adiante,
materializa o sonho de morada!

Vê um jardim de fragrância pujante,
onde uma brisa, suave e perfumada,
cicia arcanos da vida sonhada,
enquanto o tempo estaca, deslumbrante!

E neste mundo etéreo, onde o lar
se mistura com saudade e esperança,
o visionário vive a sua história!

Mas, pode ser que exista este lugar
no fim do céu ou mesmo na lembrança
dum tempo que lhe ecoe na memória!

Nelson de Medeiros
25/04/2025

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EXISTÊNCIAS

 

 

EXISTÊNCIAS

A vida é um baita quadro-negro onde o estudante,
pra escrever seu hoje, com letras de nobreza,
necessita esquecer a maldade e a torpeza
que outrora lhe marcaram a vivência aviltante!

Se não lhe fosse dado esquecer a rudeza
do ontem, sua escrita do hoje, inobstante
qualquer esforço, seria desconcertante,
qual um hieroglifo grafado na incerteza!

Por isso Deus lhe concedeu o olvido
das vidas passadas, só ao mal circunscritas,
e cujas lembranças nos seriam um tormento!

Então, pela Lei do Retorno, é atraído,
em nova vida, a velhas peças reescritas,
até cena final do aperfeiçoamento!

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AMOR GLOBALIZADO

 

 

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Paro ante o mundo azul conectado,
e, quando às vezes, nele me aprofundo,
vendo a invasão do mal, eu me confundo,
fico inseguro, e me quedo assustado!

De um só lugar até o fim do mundo,
qualquer assunto que seja focado
é quase sempre além do exagerado
e até nos chega no mesmo segundo!

Pois é assim com o amor que acalento,
e que carrego comigo de enredo,
numa existência que é parte do arcano!

Mas, o que dói, e que faz meu tormento,
é que o universo sabe o meu segredo,
e só você não percebe que eu te amo!

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FOTO ANTIGA

 

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Achei o teu retrato, amarelado,
e relembrei teus beijos, teus abraços,
a despedida amarga, os olhos baços,
e o coração, em dor, despedaçado!

Mas, logo fui na verdade lançado,
e, se evolaram no ar aqueles traços;
apenas vi a sombra dos teus passos,
vagando só, no tempo desbotado!

É certo que não sabes que te escrevo;
por minha vez, nem mesmo sei se devo
rebuscar nosso passado remoto!

Mesmo porque, por que falei de ti?
Por que, afinal, esta lira escrevi?
Ah! Me lembrei: -Foi só a tua foto!

 

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RENÚNCIA

 

 

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Por que tanto amor?

Perguntei nesta manhã à natureza
que amanheceu coberta de tristeza,
vertendo lágrimas de uma dor quase incontida...

De onde vem tanta dor?

Ela me respondeu num sussurro entristecido:
- Vem de longe, de um mundo atrás já vivido,
e que ousaste buscar nesta vida...

Mas, que estranho amor é este, sem fim?

Perguntei à tarde silente e serena
que morria no fim do céu, lânguida e amena,
matizando de vermelho o horizonte.

Desde quando habita em mim?

-Desde o primeiro entardecer no mundo
quando juntos, em êxtase profundo,
dois corações se separaram num instante...

E por que a tudo resiste?

Indaguei da noite resplendente
que derramava seu luar resplandecente
Sobre Minh ‘alma presa em desventura.

De onde vem esta saudade triste?

Disse-me a noite, de prata engalanada:
-Almas gêmeas que se perdem na estrada,
ficam escravas deste amor, belo e profundo.
Pra se encontrarem um dia novamente,
hão que nascer e renascer diuturnamente
com muita renúncia no mundo!

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CPP