Posts de Nelson de Medeiros (151)

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OS SINOS

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Foi-se o outono... A tarde é cinzenta e fria...
Dobram sinos na vetusta matriz ...
Uma estranha saudade, uma agonia,
vibra n! alma sem qualquer diretriz...

Rebusco a mente, quero sintonia
com a verdade... mas, ela me diz
que tristeza só tristeza irradia,
e, somente com a dor ela condiz...

Porém, o badalo é melancolia
e, a nostalgia caminha comigo
por mais que eu busque afastá-la de mim!

No peito amortalho níveo jazigo
repleto de glacial letargia
d! um inverno que parece sem fim!

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CHORAR É PRECISO...

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A paixão se assoma no tempo e passa,
já que o tempo é senhor do esquecimento;
é remédio que afasta o encantamento
dum feitiço que a razão nos embaça!

Quando a paixão, sem pejo, nos enlaça,
todo o amor se transforma em vil tormento
pois, que todo deslumbre de momento
gera a ilusão, e, a dor seus rumos traça!

Mas, ela não é pré determinada;
por isso é preciso seguir na estrada
sem reter o pranto que a alma refaz!

Choro preso é água de liberdade;
solte-o, mas sem orgulho ou vaidade,
siga em frente sem nunca olhar pra trás!

18/09/2024

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REMORSO

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Chega ao bardo a lembrança, de repente...
Veio assim, num segundo, como bala!
Um raro sentimento dalma exala,
ao lembrar seu passado negligente!

Sensação de fracasso, em larga escala,
num instante embaralha a sua mente!
O tempo retrocede velozmente
e, atroz remorso no peito se cala!

Vê, de novo, os cabelos cor de trigo,
os olhos verdes, a face alvaiada,
e o céu a lhe rogar compreensão!

Agora, a justa impressão de castigo
o acompanha, pois traz na alma arraigada,
toda a dor que deixou num coração!

Cachoeiro de Itapemirim,
27/09/24
Nelson de Medeiros

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ALQUIMISTA DA FANTASIA

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O poeta é um ser predestinado
Que, no auge da dor, cria seu mundo!
Faz da amargura o amor mais profundo,
E do ser odiado o ser mais amado!

Na magia dos versos, num segundo,
Dá à mentira significado!
Permite ao torpe ser idolatrado
E, até converte o probo em vagabundo!

Por ser alquimista da fantasia,
Transforma a negra procela em aurora,
E, faz de saudade a ilusão que o ronda!

Na desventura de amor ele avia
Um poema que encanta, muito embora
A dor mascare, e a verdade esconda!

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ALQUIMIA

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Recluso avisto o vale verdejante...
A sombra do arvoredo se contrasta
com a luz do sol que morre e se afasta;
a paisagem é condão deslumbrante...

Indago num relance, num instante,
se a vida me foi justa ou foi madrasta
pois, que a amargura o coração vergasta;
encontro-me só, a angústia é constante...

Mas, a resposta Minh! Alma trespassa:
O destino que todo o rumo traça,
é só fruto daquilo que eu irrigo!

Descubro, então, que tenho companhia
pois, fruto de minha própria alquimia,
enorme solidão mora comigo!

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ALMAS GÊMEAS

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Quando almas gêmeas se cruzam no mundo,
um sentimento puro e mais profundo
paira no céu em forma de oração...
Para uma alma que de outra alma se enamora,
O tempo não se conta a cada hora,
nem se mede a distância em extensão...

Elas se fundem no tempo e no espaço,
e a rota rumo norte é só um traço
que se apaga no piscar da emoção!
Quando almas gêmeas se cruzam no mundo,
um sentimento puro e mais profundo,
Modula as almas num só coração!

Elas se buscam pelas madrugadas
e, sob o céu de noites prateadas,
se encontram na infinita imensidão...
E, então, livres das dores do mundo,
essas almas, em silêncio profundo,
se apegam na esperança em oração!

Quando as almas se unem em pensamentos,
voam milênios em poucos momentos
e, atravessam, qual raio, a eternidade!
Pra se unirem, não precisam de sorte
e, nem trespassar o portal da morte...
Basta o mesmo sonho e a mesma saudade!

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AMOR PRIMATA

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Tenho por ela uma paixão, um devaneio,
que inteiramente me domina o raciocínio;
e, na esperança de perder este fascínio,
já fiz de tudo e já usei de todo meio!

Mas, pior é que trago comigo o receio
de perder seu controle, perder meu domínio;
o medo é que ela tenha total predomínio
sobre Minh! Alma, já cativa deste enleio!

Desta atração, deste desejo, não me ufano
e então, pergunto quem, de fato, é o culpado
de tanta insânia que ao juízo desacata:

-Se a natureza, que permite o amor mundano,
ou se o poeta, que iludido e obcecado,
por gosto, não se afasta deste amor primata!

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PAIXÃO E RAZÃO

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Oh, paixão que maltrata sem pesar
que, deixando a consciência sem tino
a lança do céu do amor cristalino,
ao inferno de uma dor singular!

O apaixonado tem olhar ferino
e, traz no peito desejo sem par!
A paixão é ópio de alucinar
e, o despertar é remédio divino!

Quando ela chega, sem qualquer aviso
ao coração, é vendaval no mar
da ilusão que tira a razão da mente!

Removê-la da cabeça é preciso...
Por isso, é que agora, só vou amar
Pois, que a paixão sempre enlouquece a gente!

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DOZE DE SETEMBRO

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Doze de setembro é um dia especial,
pois que nele nasceu Lilian Ferraz!
Menina-poeta, linda e loquaz
que faz da ficção, conto real!

Poema de amor, de paixão ela faz,
não importa o tempo, é sempre atual!
Seu cantar, às vezes, é surreal
quando poetiza o mundo ideal!

E, neste dia festivo e, sem par,
não pode o vate esconder e calar
a admiração que no peito anela!

Então, por isso, lhe envia estas flores,
rosas, rosas, pois que expressam tais cores
todo o carinho que sente por ela!

Nelson de Medeiros
12/09/2024

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AMOR E PENSAMENTO

 

Um dia, quando chegares à laje
em que descanso,
não mudes teu meigo gesto,
tímido e manso...
Não chores, não lamentes,
E nem sinta ciúme...
Não te preocupes com as flores,
lembra só do seu perfume...
Não me busques ali,
Pois que ali não habito...
Na pedra úmida e fria
Algo haverá por certo escrito:
Ore apenas e, solitária na saudade,

Não digas nada;
Busca apenas entender o que fomos
na jornada...Creia que onde quer que estejamos
tudo ouvirei neste momento,
pois quem amou tal qual amamos,
basta apenas pensamento!

 

Nelson de Medeiros

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AMOR DE INVERNO

 

 

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Foi numa tarde cinzenta, triste e fria,
que a mim chegaste graciosa, um dia,
e meu nome rabiscaste pelo chão...
E tão triste como a tarde me falavas
que assim fazendo ali depositavas
o tesouro de um triste coração...

Mas a chuva veio aos poucos se achegando
e o meu nome devagar foi apagando
sem que visses o meu pranto de emoção...
E seguimos rumo norte na jornada
separados... Cada qual em sua cavalgada
de amargura, de tristeza e solidão...

Na despedida me disseste entristecida
que te sentias uma intrusa em minha vida
e que minh!alma era fria como a tarde!
Emocionado, simplesmente eu te olhava
e impotente para dizer que eu te amava
deixei que fosse... Fui covarde!

Hoje a tarde é fria como aquela
e a saudade no meu peito é como a tela
que a dor tingiu com poeiras de granito!
E desde aquele dia em minha vida
ficou-me impresso dentro d'alma dolorida
teu doce nome para sempre  escrito!

Nelson de Medeiros

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RECORDAÇÕES DE VILA RICA...

11031037876?profile=RESIZE_584xRECORDAÇÕES DE VILA RICA...

 

Desponta longe alvissareira a Vila Rica,
a Vila Rica dos garimpos, das quimeras...
E sinto bem que toda a angústia que me fica,
nada mais é que só lembrança de outras eras...

E ganho as ruas muito estreitas, muito antigas,
tão bem ao gosto dos poetas melancólicos,
e cada casa, cada pedra são cantigas,
a ressoarem dentro d!Alma em sons bucólicos...

E vejo bem o antigo Paço iluminado,
o atropelar de mil cavalos portentosos,
e sinto n!Alma aquele impulso inusitado,
de mergulhar naqueles tempos tão ditosos...

Se me depara de repente antiga fonte,
qual sombra linda, da saudade a própria filha,
e me ressurge, alcandorada, em meio à ponte,
o porte esbelto da figura de Marília...

Em sua fronte resplandece imaculado,
halo doirado, emoldurando um camafeu,
e dentro dele, qual brilhante lapidado,
eis ressurgida a nova imagem de Dirceu...

Vou prosseguindo na viagem fascinante,
qual navegante que se lança mar a frente,
e num instante, eis que me sinto num levante,
qual fosse mesmo um valoroso inconfidente...

Revejo em sonho os companheiros que se ufanam,
E quais heróis buscando louros que os consagrem,
Soltam do peito o grito ardente em que reclamam:
Oh! Pátria amada, “Libertas quae sera tamen”...

E num lampejo sinto então que a praça antiga
é bem a mesma de mil cores reluzentes,
e num esforço é bem provável que eu consiga,
rever garboso o legendário Tiradentes...

Vejo moçoilas em vestidos de brocado,
que alvinitentes, sob a luz dos lampiões,
trazem de volta os cancioneiros do passado,
os candeeiros, as varandas e balcões...

E torno tonto mergulhado do passado,
a rebuscar um tempo antigo tão presente,
e a nostalgia que me envolve é meu legado,
daquele tempo com meu tempo condizente...

Mas quem me escuta? Quem me entende? Quem me sente?
Quem me acompanha nestes doces devaneios?
Somente a Musa que assenhora a minha mente,
Somente os Vates nos seus versos sem receios...

Nelson de Medeiros

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É PRA TI ESTA LIRA DE SAUDADE.

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É PRA TI ESTA LIRA DE SAUDADE.

 

É prá ti poetisa, esta lira de saudade...
Saudade que não é boba... É sabida e triste!
Sabida por que sente a despedida
e triste, pois que impotente a tudo assiste!

É lira, também, de insensatez, já que insiste
em não querer enxergar tua partida!
É pra ti, poetisa, esta lira de saudade...
Saudade que não é boba... É sabida e triste!

Quando o amor mergulha em nebulosidade,
e a paixão dentro d! alma inda persiste,
lembrança é coisa pouca .... Muito mais a insanidade
que traduz tudo aquilo que não viste e nem sentiste!
É pra ti, poetisa, esta lira de saudade...

Nelson de Medeiros

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Á MINHA MUSA

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À MINHA MUSA

Queres saber o que é poesia...
Definir poesia é explicar da vida a simplicidade, do amor a nostalgia...
Definir poesia é dizer o que seria o mundo se se pudesse dar guarida a todo sentimento sincero, espontâneo e puro...
Poesia, no fundo, eu te juro, é a pura sensibilidade na alma escondida,
é a saudade no mais requintado apuro, da dor de uma ilusão perdida!
Poesia é uma estrela brilhando no céu de um coração impuro...

Poesia é tudo. O rio que passa cantando,
a cascata carícias sussurrando,
tudo, enfim, que a natureza revela...
A chuva batendo na janela, um par de rolas se amando,
a banda no coreto tocando,
o sonho que a criança anela...

Poesia é muito mais do que imagina
teu róseo coração de menina...
Não é só amor, nem só paixão,
muito menos só desejo...
Poesia é d!alma aquele ensejo,
de ver tudo com emoção!

É sentir em suave encanto, o brilho do sol, o perfume da flor!
É viver sonhando em doce encanto, exaltando o real e puro amor...
Poesia é a manhã orvalhada, a primavera perfumada,a lua prateando a imensidão!
É o sol em seu último lampejo,
amortalhando a solidão em que me vejo,
na noite deste céu sem dimensão!

Poesia é, por exemplo,
um hino cantado no templo,
em prece augusta de Paz...
Poesia- tenha n!alma esta certeza :
É a própria natureza, que em sua imensa grandeza,
um pouco de Deus nos traz...

Nelson de Medeiros

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NO MOSTEIRO

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NO MOSTEIRO.

Eu sinto bem que injustiça e maldade,
Predominando neste mundo insano,
É retrocesso ao primarismo humano,
Prenhe de sorrateira iniquidade!

Parte da desumana humanidade,
Se aproxima do ontem leviano
Cujo passado, macabro e profano,
É berço da irracionalidade!

De tanto ver como essas turbas agem,
Vivo esta vida com pesar medonho
Pois, que a desgraça assola o orbe inteiro!

Busco então, neste mundo de passagem,
Aquela Paz que desde o berço eu sonho,
No silêncio deste velho mosteiro!

Nelson de Medeiros

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MULHER

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MULHER

Ah! Como são formosas todas as mulheres,
E que prendadas elas são em seus misteres!
Ela foi, em toda a criação, obra – prima,
Dádiva maior que nos deu a mão Divina!

E se alguém disser que nem todas são formosas,
Que existem feias, magras, gordas ou idosas,
Direi que, por certo, este alguém não teve a sina
De ter mãe, esposa, uma filha pequenina!

Mulher é paz, é sacrifício é singeleza,
É destemor, é humildade e até pureza...!
Poder inato d! outro ser dar acolhida!

E assim pensando e vendo tudo neste mundo,
Tenho a certeza que este ser de amor profundo,
É benção de luz que nos deu- o Céu- na vida!!

Nelson de Medeiros

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CPP