Posts de Nelson de Medeiros (140)

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CHOVE NA TARDE GRIS...

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CHOVE NA TARDE GRIS...

 

Chove... chuva fina, pegadeira, dolente...
Melancólico, o vate espia da janela!
Observa a paisagem gris, e anela
Encontrar o derradeiro amor tão somente!

Por onde ele andará? Até quando esta espera?
A busca é incessante, continua, fremente...
Chove... Chuva fina, pegadeira, dolente...
Melancólico, o vate espia da janela!

A chuva fina é a eterna confidente
Dos solitários da vida... Desperta sonhos,
Traz pingos de saudades, gotas de lembranças
E inunda o bardo com as águas da esperança!
Chove... Chuva fina, pegadeira, dolente...

 

Nelson de Medeiros

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ESQUECER É PRECISO...

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ESQUECER É PRECISO...

 

Vi tudo outra vez... Ela na sacada,
As tardinhas, as manhãs, as marés,
O sol, a brisa, as espumas do mar
Beijando a areia, a praia e nossos pés!

Mas, o amor é volúvel como as ondas...
Chega e volta num vai e vem constante!
E, como a onda, ela veio e voltou,
Deixando um rastro na areia molhada!

A praia de mi! Alma está deserta...
Meu mar azul estertora em ressaca
Sob um céu gris, sem sequer uma estrela!

Eu não queria mais sonhar com ela,
Não a ter no pensamento..., mas como
Se jamais eu me lembro de esquecê-la?

Nelson de Medeiros

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O PERFUME

 

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O PERFUME

 

Ela evolava rara e doce essência ...
De pronto prendeu-me sua fragrância!
Então, numa invencível e estranha ânsia,
ao seu corpo me rendi, sem prudência!

Seu aroma era a marca da constância,
e, sempre que a via, em nossa vivência,
ela enchia de meiga experiência
mi! alma, mal saída da infância!

O passado, porém, no tempo, é bruma
que em sua viagem sem volta, esfuma
nossos momentos mais inebriantes!

Mas, hoje eu pude ver o ontem no ar
ao sentir que a jovem, na orla do mar,
tinha o perfume daqueles instantes!

 

Nelson de Medeiros

26/12/2021

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OS LÁBIOS DELA

 

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OS LÁBIOS DELA

 

Num diário da minha juventude,
Já roto, pelo tempo esmaecido,
Encontrei a foto dela e não pude
Conter emoções dum tempo vivido!

Na face, de extrema mansuetude,
Seus lábios tinham cheiro da libido!
Certamente entalhados por cupido,
Transcendiam desejo em plenitude!

Vi coisas antigas, velhos escritos,
Aquele amor que se foi sem razão,
E até conselhos que foram preditos!

E assim, mergulhado em meus alfarrábios
Recordei o passado, quando então,
De paixão me perdi naqueles lábios!

 

Nelson de Medeiros

18/01/2022

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DIZES TU...

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DIZES TU

Meus poemas, dizes com sentimento:
-São anjos a velar-te a solidão!
Nas noites frias, trevosas, então,
São luzes na tu! alma em desalento!

Que cada estrofe de minha canção
Embala a tua dor, o teu tormento!
Que eu tenho tudo, da dor sou isento,
E todo amor eu possuo na mão!

Ledo engano o teu! Pura fantasia
Que a tua mente, em febre, contagia
Teu sentido num sonho sedutor!

Por isso eu te digo: não tenho nada,
Pois, que me falta nesta caminhada,
A ventura de ter um grande amor!

Nelson de Medeiros

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AMOR E PAIXÃO

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AMOR E PAIXÃO

 

A paixão é tolice passageira

Que muito cedo na mente fenece!

O amor vulgar, também, logo esvanece

Pois, são como a tempestade ligeira!

 

Tudo se perde no tempo, fenece,

Pois querença assim não é verdadeira!

Assim pensou o bardo a vida inteira

Como fato que anima e fortalece!

 

Porém a alma humana é inconstante,

É volúvel, transmuda a cada instante

Se o mote é amor ou se é paixão!

 

Por isso a tristeza do destino ingrato,

Pois não lhe sai do pensamento, é fato,

Aquela que cedo lhe disse não!

 

Nelson de Medeiros

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CORTEJO

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CORTEJO

 

Se existisse acaso seria acaso a escolta
Que vi na tarde gris, de tristeza coberta...
Ao campo santo, por serenidade envolta,
Seguia o cortejo pela rua deserta...

Estranha sensação de uma certeza incerta,
Encheu Minh! Alma dum vazio sem revolta;
E me esquecendo o compromisso de hora certa,
Por força invencível parei, dei meia volta...

Seguindo o funeral a dor minha alma inunda,
Ao saber que o corpo inerte ali escoltado
Era do amigo que na dor me deu guarida!

Pensei: Qual sensação seria a mais profunda...
A minha? De inda estar no mundo acasulado,
Ou a dele, que ia livre para a vida?

Nelson De Medeiros

(Sempre homenageando meu grande amigo Arcy Moulais Lima ( Cici ).

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AFINIDADE

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AFINIDADE

 

Disse um poeta que o amor nesta vida
É mentira, não é realidade...!
Porém, a minh!Alma de larga idade
Nunca a tal pensamento deu guarida!

Mas como pelo amor já foi ferida
Tem com ele uma rara afinidade!
Por isso eu sei que esta minha saudade
É d! um amor verdadeiro nascida!

Assim não ouço quem dele é descrente,
Que nele não crê por mágoa somente,
E cuja amargura é fácil de ver!

Somente escuto a Musa em mim presente
E canto as liras de amor livremente
Colorindo os sonhos de quem quer crer!

Nelson de Medeiros

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SEI QUE VIVES

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SEI QUE VIVES.

 

Bem sei que estás muito além da terra e do mar!
Entretanto, quando respiro estás no mesmo ar
que me dá vida e me sustenta na amargura da saudade!
Nestas noites estreladas fito em prece a imensidão
e procuro, dentre os astros lá no céu, uma estrela coração,
e te vejo entre o sonho e a realidade!

Vem... Chega-te mais! Sei que me sondas...
Vem, acerca-te sem medos. Vem sentir as ondas
que de Iemanjá vem nos trazer de volta as flores!
Alvas espumas beijando a branca areia
onde a sombra deste amor inda vagueia
entre soluços de pungentes dores!

Vem... Posso escutar teu pensamento...
Posso sentir a tua dor, teu sofrimento
a me dizer de tanto amor!
Vem... Olha o infinito que te convida
em prece, a me esperar na verdadeira vida
neste raio de Luz que leva ao Criador!

Nelson de Medeiros

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AMOR ANTIGO

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AMOR ANTIGO

 

Não sei por que quando à tardinha caminhando,
Em passo lento sobre aquela velha ponte,
Escuto as águas que se vão cantarolando,
Uma cantiga que enruga a minha fronte!

Talvez eu sinta neste canto desaguando
As ilusões por mim vividas num instante
De um tempo atrás que irreversível foi passando,
Deixando as marcas dum avatar vivo e marcante!

E das lembranças que me afloram palmo a palmo,
Tiro estas liras que declamo como um salmo,
A reviver minha passada mocidade!

E não podendo mais voltar no meu caminho,
Olhando o rio e relembrando o antigo ninho,
M! alma chora neste canto de saudade!

Nelson de Medeiros

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MENOS VINTE

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MENOS VINTE...

Se a menos vinte eu tivesse agendado,
Se o teu tempo por raro sortilégio,
Sem feitiço, mandinga ou sacrilégio,
Pudesse no meu ser vivenciado;

Se Cronos, Deus do presente e passado
Resolvesse, num raro privilégio,
Retrocedê-lo em doce florilégio,
Eu pararia os tempos num só lado!

Meu verso soaria a violino
Embriagando-te, qual vinho fino,
Na dança da paixão e do desejo!

Mas, sem tempo sem sonhos e esperança,
Resta apenas, meiga e doce criança,
Versejar a saudade do teu beijo!

Nelson de Medeiros

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AMOR DE UM DIA...

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AMOR DE UM DIA...

 

Hei de reencontrar-te um dia. Nada existe que me iluda...
Escuta: Não percebes Minh! Alma que transmuda
Quando a noite vem tingindo o azul do mar?
Não sentes porventura, no simples murmurar do vento,
A saudade que te envio em pensamento?
Sonda a imensidão! Ela viaja em nosso raio de luar!

Não permitas que costumes nos mantenham separados ...
Meus lábios anseiam por teus lábios carminados!
Quero esmagá-los com meus beijos mais candentes,
Fundir nossos corpos e parar os universos...
Quero o seu desejo na volúpia dos meus versos
Que escrevo no teu corpo nas estrofes mais ardentes!

Quero deitar-me em tua pele aveludada,
Que calou-me em ânsia entrecortada,
E me prendeu nesta paixão constante!
Não te vás assim... Espera um pouco...
Não queiras o sofrer deste poeta louco
Que sonha o beijo do fugaz instante!

E não me fales de promessas e pecados,
E nem me digas de destinos pré-marcados...
O verdadeiro amor tudo pode. Nada reclama!
Volta ao lugar que nos serviu de abrigo,
Esqueça tudo e vem pecar comigo,
Pois por teu corpo é que meu corpo clama!

Nelson de Medeiros

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FELICIDADE

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FELICIDADE

Sua carta foi sugestiva, mas inesperada...
Nunca pensei que estivesse assim, tão amargurada!
Escuta, será que você sabe mesmo o que é felicidade?
Eu sempre a trouxe comigo desde pequeno. Posso contar:
Felicidade – e isso já sabemos – não é de se comprar.
Às vezes nem é ter um amor de verdade...

Conheço muitos que a buscaram na ilusão,
ou, como queiras, na desmedida paixão
entre um beijo apaixonado e uma taça de vinho...
Existem aqueles que a procuram na natureza,
isolados do mundo, na firme certeza
de que é este é o verdadeiro caminho...

Mas, eu lhe digo que ela não está na paixão desmedida,
muito menos na emoção infrene, incontida
que só traz dores, amarguras, desilusões...
Também não se perdeu, embora nossa distância,
pois, os bons momentos vividos com constância
ainda dormem em nossos corações!

Para mim ela é a divina centelha
que descida do céu sempre espelha
esta afeição de benesses repleta!
Por isso felicidade em meu conceito,
é trazer como eu trago, imantada no peito,
toda a ventura de ser poeta!

Nelson de Medeiros

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NOSSA RENÚNCIA

9705630897?profile=RESIZE_710xNOSSA RENÚNCIA

O tempo se esvai... Segue... Não há volta...
Mas, teu rosto lindo na jornada inda me escolta
E tua sombra fugaz inda é paixão repetida...
Assim é... E foi assim desde o fugaz momento
em que a minha! Alma se viu em tormento
A me lembrar duma estranha conhecida!

Naquele instante o nosso olhar devastador
Se cruzou inesperado em tépido langor,
E o fulgor de nossas faces foi denúncia!
Então, meu coração em disparada, desenfreado,
Varou as dobras do infinito e na vertigem do passado
entendeu quão longe, nesta vida, foi nossa renúncia!

Nelson de Medeiros

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SONETO DA SAUDADE INFINDA

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SONETO DA SAUDADE INFINDA

 

Contemplo o mar: a cúpula azul- prateada
Reflete sobre mim sua luz infinita;
O coração em lasso vai e vem palpita
Tal qual as vagas vão e vêm na marulhada!

Perdido na vasta imensidão estrelada
Pergunto-me: Haverá no céu que me fita
Alguma coisa além da beleza que o habita?
Algo mais que esclareça a árdua caminhada?

Se nada mais existe que não for matéria,
A deslumbrar a vista em paisagem etérea,
Que mistério é este que a razão trespassa?

Onde nasce esta luz que me resplende agora?
De onde vem esta canção que do mar aflora,
E que saudade é esta que a minha alma enlaça?

Nelson de Medeiros

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RENÚNCIA

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RENÚNCIA

 

Por quê tanto amor?

Perguntei nesta manhã à natureza
que amanheceu coberta de tristeza,
vertendo lágrimas de uma dor quase incontida...

De onde vem tanta dor?

Ela me respondeu num sussurro entristecido:
- Vem de longe, de um mundo atrás já vivido
e que ousaste buscar nesta vida...

Mas, que estranho amor é este, sem fim?

Perguntei à tarde silente e serena
que morria no fim do céu, lânguida e amena,
matizando de vermelho o horizonte.

Desde quando habita em mim?

-Desde o primeiro entardecer no mundo
quando juntos, em êxtase profundo,
dois corações se separaram num instante...

E por que a tudo resiste?

Indaguei da noite resplendente
que derramava seu luar resplandecente
Sobre Minh ‘alma presa em desventura.

De onde vem esta saudade triste?

Disse-me a noite de prata engalanada:
-Almas gêmeas que se perdem na estrada,
ficam escravas deste amor triste e profundo.
Pra se encontrarem um dia novamente,
hão que nascer e renascer diuturnamente
com muita renúncia no mundo!

Nelson de Medeiros

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INFINITA AUSÊNCIA

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https://www.youtube.com/watch?v=jpT_EoXt_vA&t=99s

 

INFINITA AUSÊNCIA

Finalmente... Da sombra surge a aurora!
Um canto de passarinho somente...
A algazarra doida daquela gente,
Pela graça da chuva foi-se embora!

Então volto ao silêncio novamente,
E tento a paz na solidão agora!
Volto a pensar em ti. Tua demora
Em continuar assim tão ausente!

Meu desejo era ver-te a todo instante,
Toda hora falar do amor constante
Que sobrevoa todo o meu entorno!

Pois que só um dia de tua ausência
É para o bardo quase uma existência
Que lhe soa infinita e sem retorno!

Nelson de Medeiros

11/10/2021

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INTUIÇÃO

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INTUIÇÃO

 

Eu não posso dizer que te conheço,
Pois teu traço só na cópia existe;
Mas, meu instinto me assevera e insiste,
Que és lembrança d! um vetusto apreço!

Diz-me também que ver-te não mereço,
Embora o livre arbítrio que me assiste;
Porém, no fundo a razão resiste,
E deixa, assim, meu coração opresso!

Por isso, ficarei só no desejo
D!um abraço, d!um olhar e d!um beijo
Deste amor que do berço eu já trazia!

Mas, se intuição não nutre a verdade,
Com certeza me assegura a saudade,
Que a minh! alma a tua já conhece !

Nelson de Medeiros

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PERFUME DA ILUSÃO

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PERFUME DA ILUSÃO

Adentro-me agora na velha Matriz
Onde fiz meu primeiro juramento;
Os nichos e as imagens no momento
Reabrem-me n!alma velha cicatriz!

Então, todo antigo trajeto eu refiz...
Da manhã à noite do sacramento;
Pensava, então, que o nobre sentimento
Fosse prá todo o sempre a força motriz!

Ledo engano, o tempo, senhor da vida,
Recolhe a melhor quimera escondida
Dentro do cofre de um coração!

Pouco restou... Nem odor de saudade...
Pois, do amor que pensava eternidade,
Só o perfume de sua ilusão!

Nelson de Medeiros

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MÁSCARA DA HUMANIDADE

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MÁSCARA DA HUMANIDADE

Ante a doença de dores repleta
Disseram os profetas do profano
Que dois mil e vinte seria o ano
Da transformação total e completa!

A cooperação mundial como meta,
Estaria alcançada sem desengano ,
E nações se juntariam num só plano
De progresso, paz e justiça reta!

A peste baniria toda intransigência
Unindo os povos na decência
E na igualdade entre todas as classes!

Mas, cai a máscara da humanidade!
E o que se viu? Vaidade, insanidade
E arrogância a rolar pelas faces!

Nelson de Medeiros

Saiba mais…
CPP