Posts de Nelson de Medeiros (140)

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A BELA DATARDE

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A BELA DA TARDE

Cansado de um dia estressante,
No trânsito louco, estafante,
Dentro do carro eu olho o nada!

Busco fugir do som infernal...
Fito a paisagem vesperal,
E, vejo a bela na calçada!

Ela tropeça repentino!
A saia sobe e eu buzino,
Mas, a cantada não entoa...

Tento ajudar, ela recusa,
Ajeita o salto, ajeita blusa,
Olha, agradece e sai na boa!

Fico abatido, inconsolado,
Por um cartão não ter lhe dado,
Sem ter porém, nenhum receio!

Pois sei que a verei novamente,
E não vai ser casualmente,
Já que no acaso eu não creio!

Nelson De Medeiros
28/07/2020

 

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ULTIMO BEIJO

 

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ÚLTIMO BEIJO

Naquele amanhecer em riso tu partiste...
Dourado sol iluminava teus caminhos!
A primavera começava e tu nem viste
As rosas na mi!alma, alastradas d!espinhos!

Na curva d!estrada o trinar dos passarinhos
Levou-te o meu adeus num longo canto triste!
As épocas vão e vem, mas sem teus carinhos,
Minha estação parou no inverno que me assiste!

Assim também as idas e vindas na vida...
Voltas em caixa de esperança oferecida,
Como a de Pandora ofertada a Epimeteu!

Mas, esperanças se foram c!as primaveras...
E por mais que me digas de dores e esperas,
Jamais vou beijar, outra vez, um beijo teu!

Nelson De Medeiros, 27/07/2020

 

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O HOMEM E A PESTE

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O HOMEM E A PESTE

Diante da peste que cerca o mundo,
No alvorecer do milênio segundo,
O homem tira o véu da face avara!
Os vis e desumanos pervertidos,
Alinham-se e seguem conduzidos
Pelos vícios que a vontade escancara!

Ímpetos egoístas, interesseiros,
Aportam-lhe na alma... Mensageiros
Do egoísmo, da cobiça e ciúme!
Não têm ideia do dar sem receber,
E, cegos, sequer conseguem entrever
Da luz do amor um pequeno lume!

Quando obrigado não consegue ajudar
Sem um resmungar sem um reclamar...
Cria então o choque da exigência
Para qualquer de seu semelhante,
E, um novo choque colhe adiante,
Confundindo a própria existência!

Com a discórdia sempre entrelaçados,
Perdem-se sem rumo, desalinhados
Do verdadeiro sentido da vida!
Pobres ignaros que apenas mentem
Para si próprio e não sentem,
Que é da lei que todo mal retorna em mal!

Nelson De Medeiros
15.07.2020

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AMOR DE INVERNO

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AMOR DE INVERNO

Foi numa tarde cinzenta, triste e fria,
que a mim chegaste graciosa, um dia,
e meu nome rabiscaste pelo chão...
E tão triste como a tarde me falavas
que assim fazendo ali depositavas
o tesouro de um triste coração...

Mas a chuva veio aos poucos desaguando
e o meu nome devagar foi apagando
sem que visses o meu pranto de emoção...
E seguimos rumo norte na jornada,
separados... Cada qual em sua cavalgada
de amargura, de tristeza e solidão...

Na despedida me disseste entristecida
que te sentias uma intrusa em minha vida
e que minh!alma era fria como a tarde!
Emocionado, simplesmente eu te olhava
e impotente para dizer que eu te amava
deixei que fosse... Fui covarde!

Hoje a tarde é fria como aquela
e a saudade no meu peito é como a tela
que a dor tingiu com poeiras de granito!
E desde aquele dia em minha vida
ficou-me impresso dentro d!alma dolorida
teu doce nome para sempre escrito!

 

Nelson De Medeiros

 

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AMIZADE SECULAR

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AMIZADE SECULAR

Sempre prezei amizades na vida,
Pois pressinto ter vivido lá atrás!
Portadora e transmissora da Paz,
A amizade é virtude revivida!

Feliz de quem vem com ela nascida,
E na jornada mantê-la é capaz!
Dom permanente que nunca é fugaz,
E o nosso passado quase elucida!

Contudo, às vezes disto duvidava,
Pois, rara é a mútua simpatia,
Coisa que muito cedo eu percebi!

Mas, da verdade que apenas pensava,
Certeza absoluta, todavia,
Só tive mesmo quando a conheci!

Nelson De Medeiros

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DAMA DO AMOR

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DAMA DO AMOR:

Vagava a esmo pela rua... Madrugada!...
Na miséria da sarjeta, do nada
Vi a Dama do Amor!... Santa beleza...!
Na escória, o rosto esquálido da fome
(Tirano implacável que o corpo consome)
Refletia a abundância da pobreza!...

Sem pejo algum, e, prenhe de nobreza,
Parou junto a jovem mãe indefesa
Que ao filhinho dava o seio já deserto!...
E vi, quando estendendo as mãos à pobre
Rogou-lhe: “- Coragem!.. Há gente nobre
Que vela por ti!... O fim da dor é certo!..”

Adiante um velho aflito, passo incerto,
Doente, abatido, só, a céu aberto
E, humilhado pela pecha de ocioso!...
Ouvi, ainda, sussurrar-lhe ao ouvido:
-Coragem! O caminho dolorido
Leva ao Reino Divino e Majestoso!...

Perguntei-lhe, então, surpreso e curioso:
Que credo segues, que é raro e virtuoso,
E, porque ages na noite sem espreita?
- Todo bem que a mão direita propaga,
Se visto pela esquerda, já se paga...
“Dar sem receber”... De Deus é esta a seita!...

Mas, afinal quem és alma perfeita,
Que o roto consola e sua dor respeita?
- Eu sou o Amor de Deus na humanidade
Que segue a Luz da terra prometida;
O egoísmo me chama de iludida,
E o sofrimento apenas Caridade!...

Nelson De Medeiros

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DESTINO

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DESTINO

Da janela do meu quarto,
Ouço o vento a sibilar!
Penso tua voz escutar,
E do mundo me aparto!

Quero sair, te buscar,
Parar no tempo contigo,
Ter teu amor só comigo,
E o mundo inteiro calar!

Mas, tristes são nossos fados
Que vão nos manter separados,
Até o fim dos caminhos!

Por isso, minha querida,
Digo-te que nesta vida,
Nunca estaremos sozinhos!

Nelson De Medeiros

Cachoeiro/ES 19.07.2020

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VIDAS ROUBADAS

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O mundo parou de lado
Depois de tua desfeita...
Ficou a lua imperfeita,
E o sol se tornou quadrado!

O infinito que se deita,
De estrelas salpicado,
Ficou então mergulhado,
Na escuridão mais perfeita!

O mar se agitou afoito,
E um raio vi trovejante
No momento da partida!

E, hoje, dia dezoito,
Relembrei daquele instante,
Que roubaste a minha vida!

Nelson De Medeiros
18.07.2020

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CANTIGA

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CANTIGA

AH! Morena, morena do meu cantar!
Dos cabelos prateados,
dos olhos amendoados,
minha gota de luar!

Onde o teu colo mimoso,
aquele corpo cheiroso,
que à rosa fazia invejar!

Ah! Morena, morena do meu cantar!
Dos seios candentes, arfantes,
dos lábios rosados, vibrantes,
meu pedacinho de mar!

Onde teu jeito infantil,
aquele olhar pueril,
que eu corria a encontrar!

Ah! Morena, morena do meu cantar!
Do sorriso alegre, trigueiro,
do rosto macio, fagueiro,
minha Musa secular!

Onde a face serena,
aquela flor de açucena,
o meu jardim singular!

Ah! Morena, morena do meu cantar!
Dos cabelos prateados,
dos olhos amendoados,
volta outra vez a me amar!

Nelson De Medeiros

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MESA DE BAR

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MESA DE BAR

A noite é fria... Lá fora a chuva incessante
Lembra tua ausência que chega a todo instante...
O seresteiro indiferente à minha dor,
Solfeja notas de saudades em langor!

A canção me diz de cabelos anelados,
Longos cachos de fios negro – prateados,
A lembrar teu rosto amado, teu corpo esguio...
Versos de queixumes, lamentos entoados,
Que dentro d!alma ressoam em tons magoados,
E então me perco num olhar distante e frio...

As mãos do artista deslizam ágeis, ardentes
E ao som do piano ando em voos transcendentes...
Na febre dos desejos e da insanidade,
Vejo-me longe , fora da realidade...

Onde estás? Que fazes doce criança?
Meu alento! Derradeira esperança!
Ah! Sorte madrasta... Incauta solidão!
Pobre vate: Inunda de dor a face ingrata,
Tal qual a chuva lá fora, caindo em prata,
Inunda de lágrimas a negra imensidão!

Guarapari-ES 01 de 1999.

Nelson De Medeiros
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