Cortaram a luz da minha inspiração
E eu tenho tantas contas atrasadas
Nem mesmo luz de vela clareia essa escuridão
Ou pago as contas... Ou não será religada

E essa não foi a primeira vez
No entanto não aprendi a lição
Se a releitura é feita no final de todo mês
Depois de três, adeus inspiração

Terei que prestar contas urgentemente
Com o agente do meu subconsciente
Justamente eu que prego responsabilidade
Porque enxergar sempre foi prioridade

No entanto quando menos esperamos lá se foi
Na escuridão o céu desaba à nossa frente
E tudo vira breu... Oh! Deus, não deixe pra depois
Acenda a luz da minha mente... Urgentemente!

E lhe prometo que serei bem mais que meditação
E pagarei minhas contas religiosamente
Ah! Eu prometo: nunca mais irei deixar meu coração
Viver na escuridão sem a luz da minha mente

Depois,  só a luz da lua não basta meu Senhor
Oh, por favor conceda-me essa alegria
De poder contribuir com meus poeminhas de amor
Aqui na Casa dos Poetas e da Poesia

(Petronio)

Não adianta querer consertar
O que não tem conserto
Depois que quebra, amém
Não tem mais jeito
É que certas coisas
São melindrosas demais
Podemos juntar os cacos
Mas como era jamais
Um pedacinho aqui,
Uma cólinha acolá
Respira fundo e diz pra todo mundo
Que tudo esta no lugar
Mas não está e nunca mais vai estar
Depois que quebra neném
Não adianta colar

Veja você o que aconteceu
Com o nosso amor
Era um cristal e como tal
Foi ao chão e se quebrou
É que certas coisas
São melindrosas demais
Podemos juntar os cacos
Mas como era jamais
Um pedacinho aqui
Uma cólinha acolá
Respira fundo e diz pra todo mundo
Que tudo esta no lugar
Mas não esta e nunca mais vai estar
Depois que quebra , ninguém
Vai conseguir consertar 

Se colar vai descolar...
Vai descolar...

(Petronio)
 

Eu nunca mais
Vou precisar de estrelas
Em minhas noites de luz
Me bastará um pedacinho do céu
Para eu vê-las
Através dos seus lindos olhos azuis
E os primeiros raios da manhã
Nos seus cabelos
Vem me despertar
Então mergulho dentro dos seus olhos
Onde o céu vem repousar
Vou flutuar...
Pelo azul do céu do seu olhar
Estrela!

(Petronio)

Para ganhar um presente eu acredito em Papai Noel
Para ganhar um beijinho ainda brinco de passar o anel 
Para ganhar um carinho se for preciso eu escalo o céu
Para saber o meu nome nem é preciso lápis e papel
Só não me tire o bom senso senão eu faço um baita escarcéu

Se for para ganhar dinheiro eu acredito sempre no trabalho
Para ganhar bem mais tempo eu vou seguindo pelos meus atalhos
Para ganhar sem ter sorte só encarnando o coringa do baralho
Para ganhar qualquer jogo tenho que correr mais que o adversário
Mas pr’eu perder o bom senso nem é preciso eu me sentir otário

Para ganhar meu respeito não é preciso gravata ou facão
Para ganhar um amigo ainda acredito no aperto de mão
Para ganhar mais um dia tenho que deixar cantar meu coração
Para ganhar meu sorriso olhe nos meus olhos e sorria, então...
Saiba que é o bom senso que irá revelar o viés da intenção

Sim, pois é na corda bamba que está o equilíbrio de toda razão
E se penso,  falo, calo e espero que alguém me estenda a mão...
Para que eu possa ganhar apenas um minuto da sua atenção...

(Petronio)

Eu também já fui criança um dia
Daquelas que pulava e corria
E tudo graças a um imenso quintal
No entanto, vejam só que ironia
Hoje vejo crianças entristecendo a alegria
A sorrir pra ninguém um sorriso artificial

Bem vir tual!
Bem vir tual!

Ah! Ecoa ainda em mim
O canto alegre dos pardais
Empoeirando-se na relva do jardim
E o sabiá sabia sim
Dos segredos dos quintais
Revelados pelo solidário Bem-te-vi

Bem te vi!!!
Bem te vi!!!

Serão essas crianças
Homens, pássaros sem asas?
Se não há quintal em suas casas...
Ou, será que o sonho só alcança
Por onde o olho passa...
Já que o coração aos sonhos extravasa

(Petronio)

Chove no Sul
E o céu tão azul
Do Nordeste
Faz preces
E pede a Jesus
E pede ao Senhor da luz
Que disperse
(Que molhe O Centro-Oeste, o Sudeste)
Mas, traga pro meu Nordeste
As nuvens negras do Sul
Que venham alagar meu quintal... 
Como nunca foi visto igual
Porque ninguém merece
Viver só de reza e de prece
Acreditando nessa tal igualdade
Meu Deus
Que é tão... Desigual.

(Petronio)

No fruto, na arvore, na campa, no mármore
 No ódio, no amor, no sorriso, na dor
No sangue, na carne, no cálice e no padre... Tu estas!

No campo, na foice, no escravo, no acoite
No grito, no silencio, no pai, no rebento
Na festa, no luto, na seita e no culto... Tu estas!

Na mentira, na verdade, na prisão, na liberdade
No bêbado, no equilibrista, no louco, no anarquista
Na catedral, no convento, no lar, no bar e no beco... Tu estas!

Na água, no fogo e no ar, no céu, na terra e no mar
Na seca, na sede e no homem e nas cinco letras do teu nome... Tu estas!

Tu que és tão forte
Mais poderosa que qualquer palavra
Qualquer sentimento que muito alem se propaga
E num milésimo de segundo
Toda e qualquer forma de vida
Diante de ti inapelavelmente se apaga
Seja no labor da formiga ou no canto da cigarra

OH! MORTE!

A VIDA QUE ME SUPORTE!

(Petronio)

Assim, eu fiz o meu caminho
Pisando em flores e cultivando espinhos
Quando se tem asas o céu curva-se ao chão
E não há limites pra quem tem o sol nas mãos

E por achar que não estava sozinho
Alcei tantos vôos feito passarinho
Sem pressa nenhuma para (re)pousar
Fazendo do espaço meu tempo e lugar

Argolas não prendem os pés de quem voa
O espaço abre os braços e acolhe os pássaros de vida atoa
Até que a noite lance os seus sinais
Pra que eles percebam que são todos mortais

Todos mortais... Entre tolos mortais.

(Petronio)