Posts de Sandra Medina de Souza (113)

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Alvoroço

Uma dor aguda que invade as entranhas,

Faz teatro em meu peito que floresce,

Assim, minha alma incandesce,

E se revolta com o silêncio das façanhas.

 

O destino com seu ar de inocência,

Traça a história num enredo alvorotado,

Deixa marcas de amores e pecado,

Suga o sangue e o riso da existência.

 

A ferida que aos poucos cicatriza,

Leva o brilho que um dia encantou,

Deixa os trapos que de mim se apossou,

E liberta os meus sonhos que agoniza.

 

Sandra Medina de Souza

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Reminiscência

As lembranças sempre infestam

Fazem estrago nas geleiras

Os canteiros manifestam

Desamor pelas palmeiras.

 

As palavras fazem eco

Ensurdece o pensador

Que outrora foi boneco

Nas asas do trovador.

 

O silencio não existe

Na mente do sonhador

As rimas então persistem

Fazem versos com a dor.

 

As lembranças fazem festa

Com palhaço e carrossel

Estão nas veias dos poetas

Que derramam sangue e mel.

Sandra Medina de Souza

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Bruma

De repente a dor se esquiva

Vagarosamente num desfile de ais

E do pranto entoado em umbrais

Surge leve o perfume de oliva.

 

De repente a alma fez-se brisa

Silenciosa e azul como o céu

E da ferida antiga fez-se mel

Aliviando a tortura num sorriso.

 

De repente a vida fez-se bruma

Indefinida num percurso ocioso

E o destino voraz malicioso

Suga o brilho dos lábios e consuma.

Sandra Medina de Souza

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Encadeado

Na interação dos meus dias

Acasalo os sentimentos doridos

Dou carona a ilusões definidas

Embarcando em território esquecido.

 

Na imensidão de minhas noites

Envolvo a alma no céu

De sonhos lançados açoite

Sou peregrina ao léu.

 

Nessa demência que é a vida

Liberto a alma fugaz

Que sente as dores da lida

Acorrentada e voraz.

Sandra Medina de Souza

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Enlace

A noite se aproxima lentamente

A lua sempre tímida a encantar

No lar uma canção tão envolvente

No ninho minha alma a descansar.

 

Perfeita sintonia no querer

Abrigo que me acolhe sem demanda

Razão que ilumina meu viver

Olhares que se perdem na varanda.

 

Amores que superam o inverno

Ternura que se faz medicação

Carinhos dedicados tão singelos

Palavras que aquece o coração.

 Sandra Medina de Souza

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Psicose

Em meus pensamentos perdidos

Deserto, poeira e jardim

Em meus pensamentos doridos

Sonhos que nunca tem fim.

 

Em meus pensamentos de outrora

Paisagem pintada no céu

Em meus pensamentos de agora

Alma lançada ao léu.

 

Em meus pensamentos sombrios

Canções que me leva ao luar

Em meus pensamentos vazios

Loucura a se despertar.

 

Nos meus pensamentos viajo

Sem rumo à beira do mar

Nos meus pensamentos disfarço

A falta de Iemanjá.

Sandra Medina de Souza

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Seara

Menina de sonhos na areia

Destino arraigado

Flor de laranjeira.

Carrega o amor na bagagem

Puro sentimento

Que encanta a viagem.

Semeia um jardim na avenida

Que alegra os olhos

Das almas sofridas.

Enlaça a paixão pelos astros

Que aquece o peito

Num toque abstrato.

Decora a alma aguerrida

Com toque suave

Essência da vida.

Restaura alguns sentimentos

Aninha a esperança

Perdida no tempo.

Borrifa perfume de flor

No mar oscilado

Se entrega ao amor.

Sandra Medina de Souza

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Revoar

Abri as asas da alma

Voei por terras e mar

Botei o corpo na palma

Deixei emoção me levar.

 

Levei algumas mazelas

Soltei no fundo do mar

Lancei uma olhadela

Pra lua em frente ao altar.

 

Senti o carinho da brisa

Notei sintonia no ar

Voltei pras tramas da vida

Min ‘alma irei abarcar.

 

Sandra Medina de Souza

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Composição

Veias se rompem

De dor e canção

Sangue da fonte

Perdida no vão

Cheiro de mato

Neblina e mel

Pequeno barraco

Virou carrossel

Algumas tropelias

Sabor de alecrim

Temida folia

Sem nunca ter fim

Obras abstratas

Poemas imersos

Rimas ingratas

Compondo o reverso.

 

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Batalha

Esse querer que meu peito tanto ansia

Talvez não seja atendido como almejo

De abraçar o universo em melodia

E fazer parte de um jardim num vilarejo.

 

Essa vontade entranhada no meu ser

Enfrenta o medo, a cólera e agonia

Vive de guerras desde o seu alvorecer

Entoa a vida arraigada em displasias.

 

Nessa fusão que a vida faz presente

Faço-me rosa, margarida e bem-me-quer

Pra enfrentar o futuro impertinente

E resgatar minha alma de mulher.

 

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Fábula

Venho de muitos verões

Com a alma despetalada

Sonhos em frações

Dias enamorados.

 

Nos olhos aquela dor

Imensidão de outrora

Brilho de amor

Sorriso de aurora.

 

No livro uma história

Contada em versos

Sem dedicatória

Rimas imersas.

 

Alma embriagada de céu

Amparada por astros

Banho de mel

Destino poetastro. 

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Encenação

Bailando

Cheguei

Adentrando

Cenário

De filme

Com’um pirilampo

Encenei

Peça teatral

Teatro picante

E tradicional

Protagonista

De mera

Novela

Senhora

Megera

Menina

Donzela

De sonhos

Perdidos

Ao vento

De alma

Despida

Após

O tormento.

...

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Harmonia

Ao longe, o balanço do mar

Água cristalina na face

Brisa a embalar.

 

Tão perto, melodia suave

Emoção arraigada

Debaixo de sete chaves.

 

Amor, que sorri contra o vento

Acalenta a alma

Perdida no tempo.

 

No lar, forma de maresia

Sentimento anelado

Que alegra meus dias.

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CPP