A COVA QUE CAVO

A cova que cavo pá a pá

Abre uma brecha no mundo

E nela planto a muda virgem

Da erva que gerará sombra

Flores, frutos e folhas

Que ajudarão a oxigenar

Os pulmões da terra

 

Depois nesse espaço nem raso nem fundo

Estarão sepultas as raízes dos meus dentes

As plantas dos meus próprios pés

O esguio tronco que sustenta

Todos os vértices e meu ventre

Além de restos da massa e seiva que sobrar

 

Continuarei assim parte de barro e calcário

Pó de pedra, musgo e areia

E quando por fim mais nada restar

Estarei presente em livro e retrato

No fundo de sua memória

Ou junto a uma velha estante

Em alguma sala de estar

 

PSRosseto

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Paulo Sérgio Rosseto

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Comentários

  • 132486478?profile=RESIZE_930x

  • Nunca te extinguirás, estarás no imo da poesia.

    Lindo poema.

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