Um beijo de qualquer lábio
Um olhar de qualquer cara
Alimenta guarnece e acalma
Mas a palavra efervesce da língua
Porque nasce do pensamento
E explode da garganta única
Esplendida quando arrebata
Intensa porque arrebenta
Intrínseca quanto a navalha
Que presa por entre os dedos
Desliza mansa na face
E delicadamente ceifa
Separa e corta da alma
O pelo da pele morna
E a identidade dura da cara
Já sem olhos risos e boca
No espectro da carne morta
Que a maquiagem escorre e desmascara
A palavra desnuda a máscara
Do involucro da vaidade
Assim se apodrece e renasce
Enquanto a idade anseia
A vida semeia o solo
E a gente floresce e passa
PSRosseto
Comentários
Uauuu! Maravilhoso!
Assim a vida vai, de pouquinho, se findando.
Lindíssimo!
Aplausos.