A PALAVRA

Um beijo de qualquer lábio

Um olhar de qualquer cara

Alimenta guarnece e acalma

 

Mas a palavra efervesce da língua

Porque nasce do pensamento

E explode da garganta única

Esplendida quando arrebata

Intensa porque arrebenta

Intrínseca quanto a navalha

Que presa por entre os dedos

Desliza mansa na face

E delicadamente ceifa

Separa e corta da alma

O pelo da pele morna

E a identidade dura da cara

 

Já sem olhos risos e boca

No espectro da carne morta

Que a maquiagem escorre e desmascara

A palavra desnuda a máscara

Do involucro da vaidade

 

Assim se apodrece e renasce

Enquanto a idade anseia

A vida semeia o solo

E a gente floresce e passa

 

PSRosseto

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Paulo Sérgio Rosseto

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Comentários

  • 173133972?profile=RESIZE_710x

  • Uauuu! Maravilhoso!

    Assim a vida vai, de pouquinho, se findando.

    Lindíssimo!

    Aplausos.

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