A TEMPESTADE SABIA

Sentiu a tempestade...
Ouviu o vento uivar
Derrubou as garrafas
Atraiu a atenção da garçonete no bar
Desdenhou...
Calado!
Viu o relâmpago riscar o céu
Negrume com um Deus...um Deus da morte...
Distante o trovão respondeu!
Ergueu copo,bebeu mais
Era vinho...
Nenhum brinde
Só beber
Viu a chuva começar sem surpresa
Lavando as velhas janelas cobertas do pó da rua
Pessoas apressadas fugindo da chuva...
Apenas mais uma fuga em suas vidas
Muita gente indo a lugar nenhum
Pediu outra garrafa com um gesto pueril
Foi atendido com presteza
Não agradeceu
Não sorriu...
Bebeu,bebia,beberia...eis tudo
A tempestade o alcançou em meio a tarde
A tempestade o pegou ainda a mesa
A tempestade o cercou naquele bar...
A tempestade sabia
Ou ele sabia?
Não pensou a respeito
Ergueu o copo...bebeu.
La fora nada mais como antes
Bebia...sabia...aceitava
La fora sua vida revolvia ,estrondava e escorria
Fitava a rua pela janela
Observado pelo olhar complacente da garçonete
Ignorado pelo resto do bar...
Fazia hora...matava tempo...
A tempestade aguardava por ele.
 
 
RODRIGO CABRAL
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Comentários

  • Essa tu poesia é deslumbrante, há rios correndo dentro da alma e chuvas que inundam provocam cachoeiras na face.

    Lindíssimo!

    Destacado!

  • 864446306?profile=RESIZE_710x

  • Muito belo, num bar assisitndo a tempestade que caía... Aplausos mil

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