Como aqui não há a possibilidade de postar nenhum artigo sobre Teoria Literária, vou explicar aqui na postagem da poesia o significado de Aldravipeia para o caso de alguém não saber. Não vou explicar detalhadamente pois não é o caso mas, espero fazer-me entender na breve explicação que postarei a seguir.
Quero informar que eu sou membro da SBPA - Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas, cuja sede é em Mariana - MG, local onde começou o Movimento Aldravista e onde residem os quatro mineiros que criaram esta modalidade.
Aldravipeia é uma construção poética oriunda das Aldravias, que consiste num poema de sentido completo, com apenas seis versos univocabulares. Não se admite nas aldravias letras maiúsculas exceto para nomes próprios e, só se for opção do poeta usá-la. Nomes próprios duplos como Van Gogh ou Di Cavalcanti, por exemplo, são considerados como uma única palavra. Do mesmo modo também, expressões pronominais.
Dito isto, vejamos o que seja Aldravipeia. Segundo a idealizadora da modalidade, Andreia Donadon Leal, é como se houvesse uma gravidez da palavra, que se desdobra em vários significados e aplicações. A Aldravipeia é um conjunto de 20 aldravias com um mesmo tema e que use, em todas as aldravias uma determinada palavra, ou ao menos, faça a ela alguma alusão. Vamos então para a minha primeira Aldravipeia. A palavra que escolhi foi ESPELHO.
ALDRAVIPEIA AVL 01 - palavra ESPELHO
I
espelho
que
minha
imagem
abraça
quieto
II
espelho
luz
vacila
olha
espera
inutilmente
III
nossos
gestos
no
espelho
refletem
amor
IV
sentimentos
espelho
não
mostra
só
isso
V
de
cego
teus
olhos
prescrutam
espelho
VI
que
queres
de
mim
espelho
atrevido?
VII
espelho
olhas
minh'alma
qual
próprio
Deus
VIII
espelho
de
mim
assusto-me
olhando
reflexo
IX
espelho
inerte
de
sala
tumultua
festa
X
espelho
sem
aço
engana
incautos
vaidosos
XI
vaidade
no
espelho
é
desperdício
narcísico
XII
Narciso
queria
espelho
que
acolhesse
vaidade
XIII
espelho
é
eco
da
alma
inquieta
XIV
espelho
espelho
meu
há
melhor
romântico?
XV
espelho
do
céu
no
mar
prateado
XVI
espelho
em
palavras
meu
amor
intenso
XVII
meu
espelho
de
verdades
fragmenta-se
mentindo
XVIII
espelha-se
nela
a
crua
verdade
escondida
XIX
ecoa
no
mar
o
espelho
doído
XX
explode
espelho
ao
ver
minha
dor
(Alberto Valença Lima)
Comentários
Estou com as maos ardendo de bater palmas. Lindooooooooooooo!
KKKKKKKK. Quanta espirituosidade minha cara poetisa Marso. Muito grato pela visita e pelas amáveis palavras.
Deixo meus abraços poéticos.
Oi Alberto, novamente, te digo que ficou um lindo trabalho, só sua autoria ao final da postagem.
Sempre, meus sinceros aplausos.
Parabéns!
Muito grato pela visita e pelas amáveis palavras Edith. Agradeço também pelo alerta. Vou corrigir.
Deixo meus abraços poéticos.
Que Bacana, poeta, é bem interessante esta construção poética, além da Brilhante inspiração. Aplausos!
Muito grato pela visita meu caro poeta Alcebíades e pelo comentário.
Agradeço ainda pelas palavras elogiosas. Desejo-lhe um ótimo domingo e deixo meus abraços poéticos.