Ambiguidade

Imagem relacionada

Em algum lugar do deserto,
Erguem-se os olhos ao céu ,
Uma oração silenciosa fugidia,
Clamor de lágrimas fenecidas,
Sepultada na aridez da solidão,
Espalhado ao vento da miséria.

Naquela montanha sem vida,
Tombou o último dos heróis,
Defendendo seu lar dos invasores,
Assaltando suas riquezas sob o sol,
Regando a terra com o sangue dos bravos,
Com os corações cheio de ouro.

Cruzaram os oceanos a morte,
Riquezas de tons escarlate,
Levando em si a honra ultrajada,
Destruindo terras,
Jogando migalhas ao chão,
Para os cães sem alma.

Quantas nações desonrosas,
Prostituíram nossa liberdade,
Cravaram suas cruzes profanas,
Em solo sagrado dos proscritos,
Sangrando os ancestrais,
Na ambição desmedida dos homens.

De herança nos deixaram a pobreza,
Uma terra devastada chorosa,
Jardim de animais selvagens,
Vestidos de homens invisíveis,
Escárnio dos homens de lá,
Em suas missões de ódio.

Aqui no meu quarto,
Percebo que nada mudou,
Tantas colônias modernas,
Hasteando suas bandeiras de vento,
Seguindo padrões suicidas,
Repleto de escravos globalizados.

A porta se fecha a quem de direito,
Morrendo nos mares desonrados,
Agarrados em cercas vazias,
Abraçados a muros políticos,
Sem o direito de ter direito,
Na terra de quem os roubou.

Seguem todos ao abate,
Pelo trabalho forçado assalariado,
Adulando uma falsa liberdade,
Enchendo o cofre dos deuses,
Jogando dados com a vida,
Como se vida também não tivesse.

sirlânio Jorge Dias Gomes

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Sirlanio Jorge Dias Gomes

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

This reply was deleted.
CPP