AS PEDRAS QUE PAVIMENTAM

O que você pensou da flor pisoteada?
Estavam lá sobre as pétalas as digitais
De todos os burocratas com seus papéis
Mas eu não me reconheço dentro de uma gravata!

O que você admira nos amores em cacos?
As gotas de sangue e amargura que se seguem?
Não abrace apenas para ficar bem na selfie
O que de fato é bom nem sempre é eterno

O que você olha tanto para o infinito nessa manhã?
Eu não procuro agulhas em palheiros
E nem palitos no fundo de um paliteiro
Mas a verdade debaixo do relâmpago universal

O que você escreve nas folhas das tardes tristes?
Sei que seu poema não tem rima, mas tem encanto
E que as poeiras da sua estrada cintilam diante de ti
Mas não me invejo de você em minha falta de lucidez

Piso macio sobre as pedras que pavimentam minha rua
Tendo cuidado com minhas pegadas rudes
Esmagando histórias que se entrelaçam a cada segundo
Eu tento matar o meu erro ainda em gestação

Cláudio Antonio mendes

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Comentários

  • Sempre que pudermos consertar os refletir sobre os erros, bem se faz.

    Belíssimo poema! Parabéns! Destacado!

    Esqueceste a tua autoria.

  • This reply was deleted.
  • Um belo poema, lindo demais

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CPP