Num cantinho qualquer de mim,
Olhando o imenso mar da minha vida,
Minh'alma feito ondas,
Debatendo-se na areia dos meus gemidos,
Deixando marcas invisíveis tão fortes,
A esculpir a frágil criatura que me concebe.
Vez ou outra admirava meu celeste véu,
Banhado com o rosto em lágrimas,
Imagem singular das nuvens pesadas,
No firmamento do meu espírito,
chovendo entre meus vícios,
Lavando a fuligem dos meus passos,
Delatando meu livre arbítrio maculado.
Sem pressa olhei o profundo horizonte,
Deixei o meu sol se pôr de mansinho,
Cortejando a lua anjo de luz,
Enquanto estrelas do arrependimento,
Gotejavam sobre meu limbo,
Sussurros de Deus ao meu lamento,
Ressuscitando-me da minha estúpida morte.
Sirlânio Jorge Dias Gomes
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Comentários
Vivemos aprisionados pelo que a sociedade nos impõe.
Aplausos!
Conseguimos sempre ressuscitar de nossas mortes diárias. Esplêndido poema!