BANHO DE CHUVA

Era bom passear na garoa

Saltitar poças após qualquer chuva boa

Molhar-se na salseira mansa

Encharcar no aguaceiro de final de tarde

Coisa de criança, brincadeiras da adolescência

Que permanecem na memoria

 

Corríamos na velocidade das enxurradas

Melados de lama, cantando feito pássaros

Correndo pelo barro revolvido

Pisando descalços o capim ensopado

Balançando galhos

Roubando as flores molhadas no jardim

 

Nascia uma fina sintonia

Entre nossa liberdade e alegria

E as nuvens

Encantada meninice que inocentemente fluía

Sem explicação

 

Agora temos medo da molhaceira

Qualquer molhadela nos põe tensos

Presos à pressa, broncos com a agua a escorrer

Que não passa e não nos deixa passar

Andar, caminhar, correr

 

Nos esquecemos de morrer

De rir largados na chuva

Tão disforme e aguada tornara-se nossa vida

 

PSRosseto

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Paulo Sérgio Rosseto

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