Chuva
A dias que chove
no meu coração, que explode!
Quase levado a termo, pois no
ermo bosque há um sepultamento
de malas, de falas, de tempo.
Mas acho que a chuva não para,
chuva que lava calçadas e caras
e lava os de baixo, os de cima
e lava até as lágrimas da menina.
Que posso eu mais querer com este
gosto de terra na boca, pobre
terra oca, corroída por dentro
os vermes comeram todo o seu miolo só
deixando uma casca fina e seca
A dias que chove
no meu coração, que se fode!
Talvez o único consolo e ter
neste ano eleição.
Pobre é o meu coração!
Alexandre
Comentários
Padecemos no mesmo barco.
Parabéns, Alexandre.
Pobre coração que grita esse insana dor
Verdade poetas!!
Aplausos para seus versos tão atuais
Bjs