Congada

Congada (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)

 

                O dia mal amanheceu. Dona Margarida já está de pé, pois o dia é domingo. Um dia muito especial, pois é a grande festa em honra a Nossa Senhora do Rosário, também conhecido como dia da “Festa da Congada”.

                O repicar dos sinos da igreja soam nos vários cantos da cidade, que se misturam com os sons dos tambores tocando em vários tons. São ouvidas notas musicais de caixa seca, tarole, sanfona, viola, violão e outros instrumentos. À frente, muito bem trajado, está o Capitão do Terno de Congada. Muito bem vestido com o terno preto, gravata, sapato social, acompanhado do chapéu de palha totalmente enfeitado com fitas religiosas, retratos de alguns santos e no peito vários cordões de imagens de santos e se destacando o pentagrama, ou seja, a figura geométrica “Estrela de Davi”.  Na mão direita, segurando o cajado, também todo enfeitado e esculpido na melhor madeira da natureza, vai ele cantando e improvisando versos de cunho religioso. A voz meiga e suave penetra nos ouvidos e corações de quem o ouve, principalmente nos seguidores do animado Terno de Congada.

                Puxando o Terno, uma garotinha de pouco mais de oito anos. Com vestes brancas, cabelo longo e o cordão, onde está inserida a medalha de Nossa Senhora do Rosário, no peito, vai ela conduzindo a toda enfeitada bandeira. Na cor branca, símbolo da pureza, está o retrato da Santa. Em forma de circunferência, está bem escrito o nome do “Terno Senhora do Rosário”, a data de fundação e outros dizeres, que somente os apreciadores e estudiosos desta cultura sabem o significado.

                Por onde passa, várias pessoas saem às portas. Por alguns instantes, ajoelham-se, prestam homenagem à bandeira, na figura da Santa e ouvem versos cantados pelo Capitão, como forma de fé, agradecimento e devoção.

                Então, Dona Margarida já está do lado de fora de sua casa. Vestida com a roupa branca, o manto amarelo cobrindo parte do corpo e se misturando à vestimenta branca, com luvas brancas, carrega nas mãos um livro. Sobre sua cabeça está a linda coroa branca, que representa que ela é a Rainha do Terno de Congada, conforme a tradição. Haverá almoço para os participantes, procissão e missa celebrada pelo pároco da cidade.   

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José Carlos de Bom Sucesso

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Comentários

  • Caro José Carlos

    Devemos nos alegrar com Nossa Senhora do Rosário e pedir a ela tudo aquilo que necessitamos.

    Um belo texto.

    Expressivo, harmonioso, tradicional e simplesmente devocional.

    Parabéns

    Abraços

    JC Bridon

     

  • E Viva Nossa Sewnhora do Rosário!  Parabéns pelo texto tão encantador.

  • Boa noite, poeta José, seu texto é esplêndido, e nele encontrei o que meu coração precisava, mas, não sabia pedir. Parabéns.

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