CONJECTURAS DE AMOR
Se eu não te amasse como te amo
De modo algum sentiria saudades
Ou sequer vestígios de ressentimento.
Eu seria como a estátua pálida e fria
Que espreita (sem ver) o jardim da eternidade
E me restaria o último plácido poema,
Virgem e casto escondido no fio da trama
De minha inerte e insólita pena...
Se eu não te amasse como te amo
Sobraria para mim ao fim do fim do dia
Apenas traços de um coração desnudo
E o desenho frágil em esboço humano
O cardiograma de uma desilusão
De uma alma triste, seca e sedenta de carinho
Prostrada no deserto inclemente da paixão...
Se eu não te amasse como te amo
Escreveria rimas de sangue e de dor
Alucinadas na vertigem da solidão, sem nexo
Nas entrelinhas distorcidas da atração e do sexo
Cansados, moribundos, exauridos
Confundindo eternamente sonho e ardor
Se eu não te amasse como te amo...
By Nina Costa, in 20/02/2019
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.
Comentários
Sobe para mim, Edith.
Beijos e boas festas!
Mina
Grata, amiga poetisa! Sinto-me feliz com sua presença e comentário.
Beijos!
Nina
Deveras um exemplar lindíssimo. Poema lírico ao absoluto.
Nova foto linda!
Parabéns!
É preciso conjecturas sobre o amor, mas mais ainda, amar...
Que a poesia do amor envolva a alma de todos.