Hegemonia: O Reinado da Paixão
— Professor, hoje o senhor poderia descrever literalmente o significado desse substantivo feminino.
O que achas?
— Juão antes de mais nada, quero agradecer por ter narrado a mim o seu encontro com sua deusa
— Márcia —
a rainha da escrita.
Agora, descrever a hegemonia não é tão difícil,
haja visto que no sentido literal, refere-se à supremacia ou dominação de um grupo ou ideia sobre os outros.
Pode também ser: predominância, preeminência, preponderância, supremacia.
Hegemonia tem o poder de se impor, muitas vezes de forma velada, mas sempre presente, moldando comportamentos e decisões.
— Mas, e no amor mestre?
— No jogo do amor Juão, a hegemonia assume contornos mais sutis, mais poéticos, onde o domínio se faz pela sedução, pelo toque, pelo olhar.
Imaginemos, então, a hegemonia do amor sobre o coração.
É de fato uma força que arrebata, um déjà-vu de emoções que reverberam como ecos em uma caverna.
Mas, de-me licença, portanto, para ressignificar esse conceito tão factual.
O amor, diria eu, é um paradigma de hegemonia sobre nossas almas, tanto côncavo quanto convexo, moldando-se aos contornos de quem o sente.
Juão, permitam-me ilustrar com uma cena aparentemente aleatória, mas, porquanto, carregada de significado.
— Pois não professor, hoje a batuta é sua.
— Muito bem Juão, sempre simplesmente cheio de graça.
Continuando, o amor, tampouco, é previsível, ele pode surgir em momentos anódinos, transformando o banal em sublime.
Mas, você sabe que a beleza mora nas entrelinhas e nos detalhes,
e a hegemonia do sentimento logo se impõe, veemente, avassaladora.
O olhar de um para o outro não deixa espaço para repúdio.
Muito pelo contrário Juão, é um momento auspicioso, onde o coração, entretanto, não pode arrefecer.
É de fato o começo de algo maior, uma dominação mútua, onde a dualidade entre côncavo e convexo, entre dar e receber, torna-se o novo arquétipo dessa relação.
Reitero que, como na hegemonia, há um domínio factual, mas não há opressão;
há um carinho enfático, mas não há imposição.
E assim, nesse jogo de sentimentos, as palavras se tornam morfemas de uma poesia que reverbera nas almas envolvidas.
O amor é tanto côncavo quanto convexo, ao mesmo tempo dominador e submisso, uma dança onde o líder muda a cada compasso, mas a beleza mora justamente nessa troca.
Por fim, diria eu que o amor hegemônico é o que se impõe sem força, que ressignifica nossas vidas com gestos simples, que transforma o
— déjà-vu —
em algo novo e, ao mesmo tempo, confortavelmente conhecido.
Não há repúdio possível para esse tipo de hegemonia; ao contrário, há uma entrega que se dá de maneira natural, onde o domínio se faz pelo toque suave e pelas palavras sussurradas.
E assim, seguimos, dominados e dominadores, em uma hegemonia que, sobretudo, celebra a dualidade do amor.
#JoaoCarreiraPoeta. 01/09/2024. — 15h07
Comentários
Muito bom. Algo difícil nas convivências atuais.
Eu concordo e agradeço pela visita e apreciação.
Outro grande e produtivo escrito. Parabens
Obrigado Lilian. Tenha uma boa tarde.
Parabéns para esse mestre da escrita! Lindo texto! Li e reli! Abraços!
Bom dia minha "Gauchita" linda.
Amo ler seus comentários, haja visto que eles me animam,
alimentando meu desejo de ler,
escrever e criar mais e mais.
Um carinhoso abraço.
#JoaoCarreiraPoeta.