A Tristeza de Juremita
Juremita tinha entre um metro e setenta e cinco a um metro e oitenta centímetro de altura; pesava setenta e dois quilos cravados na balança; seus braços e pernas alongados como de uma bailarina chamava atenção; seus pés e pernas eram como que torneados num torno; suas nádegas era linda maravilhosa e digo mais: — parecia ter recheio de silicone; sua barriga tinha um defeito, visto que era trincada (cheia de “gominhos”); seus seios avantajados e vivos pareciam querer saltar de seu sutiã; Juremita tinha um pescoço alongado e dentro da medida exata; queixo, nariz fazendo parte de uma boca avermelhada, carnuda e convidativa; seus olhos pareciam duas bolas de esmeralda já lapidadas; testa maravilhosa; loiríssima, enfim uma deusa grega encantada.
Com toda essa beleza a deusa não conseguia arrumar namorado.
Porém, nem tudo estava perdido, pois ia ter uma grande festa na cidade de Salvador — Bahia. Certo dia a mãe da beldade Dona Justina desce as escadas chamando pela filha: —
— Juremita, Juremita onde está você?
— Mãe, estou aqui no quintal chupando jabuticaba.
A velha gorda e patusca corre para o quintal perguntando se ela iria na festa da cidade.
— Decerto que sim mamãe e, se eu não arrumar um namorado hoje — eu me mato.
— Não fales besteira filha, visto que tu ́ és a moça mais linda de Salvador.
A mãe ajuda a filha a se embelezar ainda mais.
O palco está armado e Juremita dentro e em cima dele. O baile começa e a moça foi tirada para dançar. Dançando bem juntinho com sua boca avermelhada e carnuda dançando perto da boca do rapaz. O rapaz fazendo perguntas querendo saber detalhes sobre sua linda dama de dança, entretanto, Juremita não respondia um “a”.
De repente o moço estaca e diz: —
— Por que você não me responde?
Com muita dificuldade a moça balbucia: —
— Eu sou muito tímida.
Ricardão (nome do rapaz com quem ela dançava) para de dançar e diz: —
— Você “peidou”???
Ela se avermelha toda dizendo: —
— Não!
Ricardão grita: —
— Você “peidou” de novo???
Juremita envergonhada (do seu bafo esverdeado) saiu correndo do salão, indo para sua casa. Lá afogou-se de chorar em sua cama, sua mãe já estava dormindo.
No dia seguinte a porta do quarto da deusa “bafo de onça” estava trancada, a mãe bateu, bateu, no entanto, ninguém respondia.
Dona Justina manda arrombar a porta.
A deusa da beleza estava enforcada pendurada na ponta de uma corda.
#JoaoCarreiraPoeta. — 09/12/2023 — 16h
Comentários
Não é possível. O que tinha de beleza, faltou em inteligência e perspicácia.
Adorei!!! DESTACADO.
Ahhh! Obrigado pelo destaque, srsrsrs.
#JoãoCarreiraPoeta.
Juremita devia se linda como você, mas, realmente, faltou-lhe a inteligência e perspicácia da senhorita Margarida kkkkkkkkk!!!
Desculpa a brincadeira. mas a culpa é do Nelson Rodrigues kkk!
Brincadeiras a parte, gratidão sempre.
#JoãoCarreiraPoeta.
Um texto com enredo belo, mas com um final nada agradável para uma senhorita.
Pobre Juremita!
Parabéns João.
Um abraço
Sempre será bem vinda ao meu recanto poético.
Gratidão.
Congratulações.
#JoãoCarreiraPoeta.
Boa noite,caroi amigo
Uma crônica que começa e termina com harmonia.
Parabéns
Abraços
JC Bridon
Obrigado Bridon pela elegancia da visita e do comentário.
Um verdadeiro gentlemen.
Um forte abraço.
#JoãoCarreiraPoeta.
Um conto com final sombrio mas traz o conteúdo do enredo bem significativo. Saudações, caro escritor. Abraços
Obrigado caríssima Lia. Não nego e reitero que: — Nelson Rodrigues deixou-me um lado sombrio na forma de escrever crônicas.
Fraterno abraço.
#JoaoCarreiraPoeta.
Uma triste história em valiosa crônica.
A sinceridade muitas vezes faz mal e causa problemas irreversíveis
Parabéns amigo Carreira