Crônicas — "Criatividade"

Criatividade

Incontestavelmente, eu gosto de caminhar ou “trotar”, entretanto, fazer isso no Shopping Dom Pedro em Campinas, caminhar lentamente, é como andar nas nuvens não tem nem como argumentar, entretanto tem um detalhe e com uma pertinácia “bovina” eu afirmo que fazer isto ao sábado, domingo e feriado está fora de cogitação. Mas, acredite, era segunda-feira, na parte da manhã, lá estava eu “Euzinho da Silva”, caminhando pelo Shopping. De repente eu estaco, ou seja, eu paro defronte uma Cafeteria. Entrei e me sentei numa cadeira muito confortável que fazia parte de uma bela mesa de madeira maciça. Eu amo fazer isto, mas, tenho que ter meu companheiro — Cappuccino —.

Eu digo “cercado de palpites” e acrescento: —, alí, sentado, a minha concentração no meu silêncio era tão grande quanto o silêncio do Shopping, que eu me sentia embrulhado nos meus pensamentos, visto que, ao fundo tocava um suave “Blues/Jazz, o local, o ambiente era propício para uma leitura, ou mesmo, escrever um texto, foi assim, que senti um sutil toque em meu ombro esquerdo. 

Dr. Carreira bom dia.

Quando levanto os olhos vejo um senhor alto, magro (apesar de saudável) mais parecia um fiapo forte de gente, porém, muito bem vestido, tinha um queixo pontiagudo que segurava uma boca fina e delicada, seu bigode era tipo chinês atravessado por um nariz da mesma forma que o queixo. Este senhor tinha encravado abaixo da testa duas pedras azuis celestiais, tinha uma testa meia alongada um verdadeiro “pouso” de avião que começava nas sobrancelhas terminando no pescoço. E por fim, depois desta rápida e momentânea descrição eu reconheci meu bom e velho amigo de formatura — Nelson Fragonezzi, mais conhecido na classe como: — “El Diablo Loiro” —.

Nos abraçamos fraternalmente, (por um longo tempo, representando anos de separação). Sentamos, eu pedi mais um cappuccino e Nelson diz:—

— Dr. Carreira, vejo que você está escrevendo algo?

Sim respondo, estou escrevendo uma crônica descritiva sobre CRIATIVIDADE. Ele quis ler o que está escrito abaixo, mas antes, conversamos por várias horas relembrando o passado.

Criatividade diz-se da pessoa criativa de quem tem capacidade, inteligência e talento para criar, inventar, ou fazer inovações na área que atua. É uma pessoa original com muita facilidade criativa, é o tipo que se expressa muito bem, é comunicativa seja de que jeito for, Criatividade pode ser um dom, porém, pode sim, ser desenvolvida. Criatividade vem do berço da arte e que, se não desenvolvida atrofia morrendo sufocada, criatividade é dom divino, dom celestial, portanto, pode tornar o indivíduo uma celebridade. 

Como Neruda escreveu: — 

"Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. "No meio você coloca ideias".

(Pablo Neruda)

Veja que sem ideias não existe criatividade, não adianta iniciar uma frase com uma letra maiúscula terminando com um ponto final se, não for criativo entre os extremos, ou seja, entre a letra maiúscula e o ponto final, pois, todo homem pode ser criativo, assim sendo, JoãoCarreiraPoeta é homem e, sendo homem ele pode ser criativo, este silogismo é válido. 

Mas, continuando, eu me sinto enrolado nas pétalas da criatividade eu digo que ela está na percepção de compreender a beleza de uma flor, na percepção de cortejar a mulher amada, ou mesmo na arte de administrar uma família, sobretudo, na criação dos filhos, e mais ainda, regando o amor da esposa com muito orgasmo, beijos e abraços.

Criatividade está no abraço apertado, no beijo de língua demorado, onde o homem sente as batidas do coração da amada, criatividade está em saber sentir o hálito quente expelido pela fêmea que treme em seus braços. 

Criatividade é saber fazer tudo de um jeito diferente, no entanto, pode ser um dia escuro e nebuloso para o escritor, ou mesmo para quem gosta de escrever que, ao se deparar com uma lívida página de papel em branco, seu cérebro empalidece, por não ter uma letra maiúscula, nem um ponto final, muito menos ideias para rabiscar aquela folha, portanto e sobretudo, a criatividade pode ser boa ou má. A primeira vem do dom, da prática exercida, já a segunda pode ser e será o fim de um poeta (escritor) que nem chegou a ser parido, pois, não foi gerado. Para você que está lendo, a verdade, a verdadeira verdade é que: — O verdadeiro poeta, o verdadeiro escritor é gerado criando, visto que, a hora que for parido sairá, escrevendo crônicas, poesias, textos que mudará gerações.

Para se ter criatividade necessita-se de muita força de vontade, haja vista que, há dias que não queremos nem sair da cama, quanto mais pensar pensando em criar algo ou alguma coisa. Entretanto, é criando que se desenvolve esta arte, é esforçando-se para criar que a criatividade terá um parto feliz e, aquela folha em branco será preenchida nem se for com bobagens, portanto, será criado algo que poucos tiveram a audácia de criar e digo mais: — cada letra parida fará parte de uma palavra criada e que, esta última terá lugar numa frase dando origem a um parágrafo e, sobretudo, será gerado um texto que pode fazer parte de um livro —, arte, criatividade, dom celestial, dom da escrita, crônicas, poesias. 

Não se preocupe com o que vai escrever, apenas escreva, rabisque, use o dom do lápis, o dom das teclas o dom da arte. Crie ideias, crie contos, crie histórias. Respire, expirando criatividade, sufoque o branco da não criatividade, comece pequeno, construindo com criatividade.

O maior monstro não criativo de todos que escrevem buscando a criação sempre será a página em BRANCO, visto que, é dela e por ela que o sucesso virá ou, não virá, portanto, não baixe a guarda pratique sobretudo, desenvolvendo os músculos criativos do teu cérebro, force o lápis no papel, force as teclas do teu computador, ou quem sabe daquela máquina Olivetti velha, velha no sentido de amiga em que tu varastes noites e noites criando, ou tentando criar algo o que nunca existiu entende?

Acredito que: — Nelson Rodrigues sentiu o medo da página em branco, Fernando Pessoa também, Machado de Assis, Raquel de Queirós ( esta última que o diga no meio da seca de 1915), Manuel Bandeira [...] todos sentiram, mas sobreviveram e, com você não será diferente, sua criatividade será gerada (através de teus esforços) e parida, será o parto mais lindo, um parto escrito e criado pela ponta de um lápis, parto cheio de criatividade, criatividade divina e celestial.

#JoaoCarreiraPoeta. — 08/12/2023 — 21h45

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Comentários

  • Gestores

    Realmente a CRIATIVIDADE é um imenso prazer em possuir e compartilhar com quem a tem também.

    É divino, com certeza. Parabéns, João.

    • Tomara que você volte sempre a este "cantinho de crônicas" para prosearmos. prosearmos.

      Gratidão.

      #JoãoCarreiraPoeta.

  • Aplausos.... Adorei ler-te

     

    DESTACADO

     

    Um abraço 

    • Obrigado Marcia pelo destaque e pela visita e, da próxima vez vou preparar um cafezinho para tomarmos srsrsrs.

      #JoaoCarreiraPoeta.

  • Crônica primorosa, poeta amigo.

    Minhas sinceras reverências.

    Sou seu fã.

    Abraços, paz e Luz!!!

    P.S. O seu conceito de criatividade é semelhante ao conceito de Sócrates sobre o aprendizado

    A Maiêutica que, quer dizer, parir as próprias ideias. (Maiêutica é "parteira em grego"), a mãe de Sócrates era a parteira mais famosa de Atenas e, foi acompanhando ela em um de seus trabalhos que, ele desenvolveu o seu conceito.

    • É verdade, a comparação com as parteiras foi para explicar à Teeteto a sua arte desenvolvida.

      Obrigado meu amigo e poeta.

      Um forte abraço.

      #JoãoCarreiraPoeta.

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