Eu Sou o Que Sou!
Visto que, sou o que penso, sou o que gosto e o que quero ser. Sou pai, sou mãe, filho, filha. Sou família. Tem horas que pareço que sou tudo, mas, no entanto, do nada, não sou nada, há momentos que sou a sorte do que tenho e do que possuo, mas, ao mesmo tempo, o azar do que a vida não me trouxe e —, que tanto desejei. Portanto, ainda sou um "Zé Ninguém" que um dia desejou ser tudo, até sonhou ser astro, no entanto, nem o brilho conquistou.
Sou mais um pecador que caminha com pouca fé, portanto, quem sabe sou um mundo de maldades, um paraíso de boas atitudes, ou então, um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem e distorcem minhas reflexões falsas. Indubitavelmente, ainda sou um canto cego do meu corpo que vê meu reflexo num canto a me olhar, ou numa miragem, onde tu não podes ver. Não escamoteio, mas, sou ainda a alegria de quem ama, a tristeza de quem odeia e a ocupação de quem inveja. Eu sou a luz poética que ilumina a vida, que ilumina o mundo, que ilumina tudo, até ilumina uma folha em branco, ou mesmo, um caderno de crônicas poéticas, onde escrevo minha louca e parada vida, pintando meus sonhos de verde e amarelo.
Como um bandarra (que não sou), me vejo nos devaneios da vida e assim, continuo sendo os livros humanos e inumanos que li e, as letras, as palavras, os parágrafos e textos que já escrevi. Contudo, estou a sonhar que sou os momentos que passei e os que ainda quero passar, sou os brinquedos com que brinquei, e os amigos conquistados, sou fábulas do passado em que, acreditei nos jogos da riqueza, entretanto, quem ganhou este jogo, foi o jogo da pobreza que sempre dominou o mundo. Embasbacado, serei sempre o amor que dei, o que dou e o que continuarei dando. Sou os amores que tive, as viagens que fiz e as que quero fazer. Sou todos os desportos já praticados, e aqueles que sempre continuarei praticando por ser mais que lazer —, por ser saúde e prazer.
Seguindo minhas “quimeras”, sou o azul anil do céu que se mistura com a prata da lua e que vai se enrolando no calor dourado do sol. Ainda sou o cheiro da pele macia da amada, o côncavo e o convexo que me seduz, a cor que me apaixona, a bebida que me refresca. Eu sou Juão, eu sou Tião, sou a bandeira estendida, eu sou "euzinho da silva" que vive correndo pra lá e pra cá atrás das minhas mazelas. Eu sou o trader que especula, sou o contador que soma e subtrai contabilizando a vida, sou coach que ajuda, sou escritor que escreve, mas não escreve nada. Portanto, sou o ódio resguardado, sou os sonhos, metas douradas, objetivos atingidos e os não alcançados, sou as derrotas da vida tão sofrida, sou minha parte de dentro e de fora. Sou todo o meu ser, entretanto, você não me entende, não me conhece, visto que, sou um conjunto de fatores por causa da saudade, dos abraços e beijos dados e não dados.
Sobretudo, sou ainda o passado, o presente e o futuro. Eu sou meus atos e fatos perfeitos, portanto, ao mesmo tempo sou tão imperfeito, assim, visto que, sou o contraste e a contradição, sou a concavidade, sou a convexidade e a complexidade do mundo.
Sou tudo e, ao mesmo tempo, não sou nada!
#JoãoCarreiraPoeta — 30/11/2023 — 8h
Comentários
Somos assim. Somos muito pequenos, na verdade.
Quanto da capacidade cerebral usamos?
Interessantíssima essa crônica.
Muita gratidão "Fessora"
Um carinhoso e fraterno abraço.
Deste Juão
#JoãoCarreiraPoeta.
Um texto que nos remete a filosofias orientais pela proposta mais abrangente da criação do ser e de sua atuação no mundo. EU gostei demais. Grande abraço
Oi minha querida e afetuosa Lilian,
obrigado por ter gostado.
Visto que,
somos o que somos e nada mais.
Um carinhoso abraço.
#JoãoCarreiraPoeta.