A lua recosta a testa na vidraça lisa e fria
E na penumbra abraça meus sonhos com clarinhos
Ela passa em visita por minha casa
E eu paro a vida para contempla-la
Nada existe mais entre eu e ela
Exceto a imensidão do universo
Plena e tênue luz que absorve
Envolta num labirinto de ondas claras
Me engrandece a alma nessa experiência
Entre a condição humana e o divino
Não é mera coincidência estarmos ali em sentinela
Nos observando mutuamente absortos
Eu viajando admirado em seu lume
Ela passeando acesa por minha morada
Com apenas um frágil vidro nos evitando
Como separasse a ocasião do engano
Se aconchega íntima e pequenina em meus versos
Da janela do meu quarto
Certamente é Deus me observando
É assim que Ele em mim se manifesta
PSRosseto
Comentários