Dancemos enquanto ainda é possível a mente
Mexer essa esquelética caixa de sangue e ossos
Em que as dobras já nem quase estão mais juntas
E as gastas juntas nervosamente mal respondem
Às ordens tardas do pensamento
Dancemos como dança a chama no seio da acesa brasa
Aparentemente adormecida no interior do carvão precoce;
Basta que uma molécula de oxigênio a desperte
Que ela nos pede a sábia paciência em aguardar flanando
O calor que emana do fogo ao dourar a carne
Dancemos pela espontânea precisão dos passos
Que bailam de braços dados com os ritmos
Cadenciados da batuta nas mãos hábeis do maestro
Ainda que seja um só o instrumento que toque
Ou a plêiade de sons que emanam da orquestra
Dancemos por onde houver música alegria e vontade
Ou ainda no recolhido silêncio do templo de cada um
Porque dançar aclara os amores enleva o espírito e a alma;
Dancemos enfim largados ou de rosto colado à poesia
Pelos bailes da vida nos requintados salões da saudade
PSRosseto
Comentários
Bruscar alegria de viver nos menores detalhes da vida.
Lindo poema, Paulo.
Aplausos!