E se ao findar o dia me der um cálice ao meio
E mais meio e meio outro e outro mais meio
Serão deliciosos goles com inigualáveis aromas
Desse tânico raro e violáceo vermelho
A morder meu paladar e a língua a sorvê-lo
Intimamente inebriando-me inteiro
Provar da taça do vinho é um ritual nobre
De frescor frutado, ervas finas, floral, tostado
Um íntimo exercício privilégio de poucos
Ao brindar a loucura no translucido cristal
Que antepara o buque em cada gota que baila
Entre o brinde e o lábio que se entreabre matreiro
Ao bolero, às meias, aos saltos e ao cheiro
Que instigam o devaneio e a paixão sem pudor
Vivencio o diálogo dos sussurros do amor
Às uvas, à vinha e aos sonhos de Baco
Eu, irrequieto poeta provoco, sinto e provo sozinho
Do frescor da lua e sua malícia e final de boca
PSRosseto
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