A mais estranha face é a que escondes?
Sem véus a meia noite ainda vagando
A mais estranha ânsia é a que praticas
Como um vicio
Uma doença!
Uma dor...
E quem se importa? Você pergunta
O que pensam eles de mim, ou de ti?
Quem se importa?
A mais estranha pergunta não respondes
Há um refugio pra você a noite em teu quarto
Quando o edredom é todo maciez em tua pele
Quando o canário não canta mais. Recolheu-se
Na noite só a asa silenciosa da coruja
E você protegida e alheia
Ignora, finge e prossegue.
Duvida...
Mas não encaras mais o espelho
Em seu intimo calado sabes não sabes?
Ah pequenina...
A mais estranha face te espera.
RODRIGO CABRAL
Comentários
O que habita dentro de ti e não se podes ver pelo espelho, aqui que só a tua própria consciência sabe existe, isto te causa medo e dor, qual ser humano está livre? Qual dentre vós não treme diante desta angústia que dilacera a aparencia tão equilibrada que demonstra em face de estranhos?
Díficil né.
Muito lindo e reflexivo poema.
Parabéns, Rodrigo.